quinta-feira, 30 de junho de 2011

Retrato pouco nítido

Como se salienta aqui e aqui, o menos que se pode dizer do currículo do senhor Pedro Passos Coelho, apresentado no Portal do Governo é que se trata dum retrato pouco nítido. 
O actual primeiro-ministro, a crer no Portal do Governo, nem teria currículo para chefe de serviços quanto mais para chefiar o Governo.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Que mais querem ?

"O indicador de clima económico manteve em Junho o acentuado perfil descendente iniciado em Julho de 2010, atingindo o valor mais baixo dos últimos dois anos. No mês de referência, todos os indicadores de confiança sectoriais registaram agravamentos, com excepção do relativo aos Serviços.
O indicador de confiança dos Consumidores diminuiu nos últimos três meses, retomando a trajectória descendente iniciada em Novembro de 2009 e registando em Junho um valor próximo do mínimo histórico da série observado em Março de 2009".(INE) 
Realizado o sonho de Sá Carneiro (um Presidente da República, um Governo e uma maioria de direita na Assembleia da República) ainda assim os portugueses que os elegeram (e mais uns quantos que contribuíram para esse resultado) mostram-se pouco confiantes. Que mais querem ?
Animem-se, ó gentes, que o senhor Passos Coelho vai anunciar, já amanhã, mais umas quantas medidas de austeridade de “carácter extraordinário”.

Feito, "aceito" e desfeito...

...o convite a Bernardo Bairrão. E bem feito o "desconvite".
De facto, um indivíduo que depois de ter aceite o convite e renunciado ao cargo que desempenhava, vem dizer  que foi por decisão sua que não integrou o novo Governo ("Depois de ter aceitado o convite numa primeira fase, após uma reunião com o ministro entendi que não fazia sentido assumir funções") só pode ser, ou um irresponsável, ou um aldrabão.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Um rico legado...

...que, espera-se, o Governo do senhor Passos Coelho não venha a desbaratar.

Digo o mesmo

"É uma lista de secretários de Estado que não acrescenta nada" (Miguel Sousa Tavares no Jornal da Noite da SIC sobre a lista dos novos secretários de Estado)
Digo o mesmo.

Sinais

Como muito bem diz o Álvaro das bandeirinhas, "vêm aí tempos difíceis".
De facto, não vêm aí. Já cá moram: Juros cobrados a Portugal nunca foram tão elevados.
Ao que parece, os "mercados" não se mostram impressionados com os "pequenos sinais" dados pelo Governo. Pelo contrário, tudo indica que  dão mais atenção aos grandes sinais e que a confiança que depositam na capacidade do Governo do senhor Passos Coelho em dar a volta ao texto, é pouca. Se calhar lembram-se que o actual Governo é constituído por dois partidos que, ao recusar o PEC IV, deram o inequívoco sinal de que estavam mais interessados em "chegar ao pote" do que em resolver a situação de aperto financeiro em que o país se encontrava.
Ora, os erros pagam-se e até os mercados têm memória.

Comer e calar

O "Expresso" on line explica que a não concretização da nomeação de Bernardo Bairrão como secretário de Estado da Administração Interna se ficou a dever ao veto do senhor Passos Coelho impressionado com o facto de Bernardo Bairrão se ter pronunciado em tempos contra a privatização do RTP, medida que o senhor Passos Coelho pretende concretizar. Miguel Macedo, o ministro que convidou Bairrão e o levou a renunciar ao cargo de administrador da Media Capital, comeu e calou. E fez bem, pois está visto que, no governo do senhor Passos Coelho, quem não cala, não come.
A "asfixia democrática" inventada pelo PSD, deixou, pelos vistos, de ser uma ficção.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

25=35

O Governo que o senhor Passos Coelho tinha na cabeça não ia além de 10 ministros e de 25 secretários de Estado. Não é difícil adivinhar que, em relação ao número de ministros, o acrescento se deve imputar ao senhor Paulo Portas. Já, em relação ao número de secretários de Estado que passa dos 25 para 35, a explicação deve ser outra. À falta de outra melhor, adianto a hipótese de na cabeça do senhor Passos Coelho se ter estabelecido uma confusão entre 25 e 35. Trata-se, em ambos os casos, de números redondos e já sabemos que números redondos é com o senhor Passos Coelho.
Pensar em promessas não cumpridas é que nunca por nunca: o senhor Passos Coelho quando promete, cumpre. 
Adenda: a lista dos novos secretários de Estado: embora, na generalidade, se trate de ilustres desconhecidos, são supostamente todos eles (e as poucas elas) brilhantes "cabeças" e cidadãos animados de "patriotismo" e dotados da maior "coragem". É o que a comunicação social e os blogues da direita nos garantem. Acredite se quiser.

A trapalhada

Bernardo Bairrão que, de acordo com diversas fontes, seria o próximo secretário de Estado da Administração Interna, tendo, inclusive, renunciado  ao cargo de administrador da Media Capital, de acordo com comunicado enviado pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, não faz, afinal, parte da lista dos secretários de Estado.
Aposto dobro contra singelo que, em nome da transparência apregoada pelo senhor Passos Coelho, vamos ficar a saber todos os meandros desta trapalhada.
Vai uma aposta ? 

Já somos dois

“Não fiquei com qualquer impressão, pelo que não posso dizer que tenha ficado muito impressionado.” (Manuel Carvalho da Silva,  secretário-geral da CGTP, após reunião com o ministro da Economia)

domingo, 26 de junho de 2011

Viagens económicas



(Picanço-barreteiro (Lanius senator L.)

Como estamos em maré de exemplos em matéria de viagens aéreas, aqui fica o exemplo deste "Senador" que viaja sempre em classe económica, qualquer que seja o tipo de voo (doméstico, no espaço aéreo europeu, ou em viagens de longo curso, inclusive, intercontinentais). E mais, até dispensa poltrona e aeroporto. 
O senhor Passos Coelho tem, pois, muito a aprender com ele.
(Se clicar nas imagens, amplia)

sábado, 25 de junho de 2011

O ministro das bandeirinhas

Não há dúvida que o Álvaro (é assim que o novo ministro da Economia etc. gosta de ser tratado) teve uma entrada em grande. Na inauguração da Feira Internacional de Artesanato, o Álvaro não quis ou não soube esclarecer quais as medidas que o Governo pretende antecipar, quer no plano das reformas estruturais, quer no âmbito das privatizações. E também se recusou a adiantar qualquer pormenor sobre a reorganização do seu ministério.
Sobre tudo isso, diz o novel ministro, a seu tempo falará, mas para já, segundo ele,  "todos sabemos que vêm aí tempos difíceis, mas também é óbvio que há uma nova maneira de conseguirmos dar a volta e eu acho que todos nós, apesar de conscientes das dificuldades, percebemos que há uma nova esperança em Portugal".
Essa nova esperança baseia-se, sem dúvida, na política que, à falta de melhor, poderemos designar por "política da bandeirinha". É esta, por certo, a forma mais adequada para traduzir a política do Álvaro a quem, de original, apenas se ouviu repetir a frase "Falta [aqui] uma bandeirinha portuguesa para mostrarmos que é um produto português e um produto de muita qualidade, senão pensam que não é português".
Temos ministro, ou não temos ? Quanto a mim, temos e até me atrevo a antecipar a designação pela qual vai passar a ser conhecido: Álvaro, o "ministro das bandeirinhas".

"Nascido para falhar"

O senhor Passos Coelho afirmou no seu discurso de tomada de posse que "Portugal não pode falhar" (com o que concordo) e garante que "Portugal não falhará" (ponto sobre o qual já não tenho tanta certeza).
Há, no entanto, quem pense exactamente o contrário: para  João Cardoso Rosas, "Apesar da retórica do momento, este Governo parece mesmo nascido para falhar." Ele lá tem as suas razões que, se não se importam, faço minhas. 

Brilhante !

Não há palavra mais utilizada pela generalidade dos órgãos de comunicação social para qualificar os ministros do actual Governo do que a palavra  "brilhante". Não existe, para a comunicação social, uma "cabeça" que não seja brilhante, mesmo não se conhecendo uma única medida tomada pelos membros do actual executivo, com a possível excepção de viajar em classe económica nas deslocações dentro da Europa, essa, sem dúvida, "brilhante" e saída da cabeça não menos brilhante do actual primeiro-ministro. 
Com tanta "cabeça" brilhante, estranho seria que, para os media, o Governo, no seu todo, não fosse também "brilhante", apesar de haver por aí uma ou outra "alma" mais lúcida que considere que ministérios como os encabeçados pelo "estrangeirado" Álvaro Santos Pereira (Economia etc.) e por Assunção Cristas (Agricultura etc.) são simplesmente ingovernáveis. De facto, basta ver que Álvaro Santos Pereira tem à sua conta 8 antigas secretarias de Estado + 44 serviços de administração directa ou indirecta do Estado + 49 empresas públicas e que Assunção Cristas terá de haver-se com 4 antigas secretarias de Estado + 7 administrações de portos + 42 serviços de administração directa ou indirecta do Estado + 4 empresas públicas, para concluir que nem um, nem a outra têm condições para gerir a "coisa", tanto mais que nos respectivos ministérios se juntam serviços que têm tanto em comum como o fogo e água.
Não ponho em causa, a priori, o "brilhantismo" de todos e de cada um dos ministros. Pela sua acção, serão avaliados, mas não é preciso ir mais longe na análise, para concluir que a estrutura do Governo é também ela uma "brilhante" idiotice saída da cabeça do senhor Passos Coelho que, pelos vistos, têm uma fixação pelos números redondos (10) + 1, este levado a crédito do senhor Paulo Portas.

Por falar em "brilhante", não há modo de silenciar a estreia de Passos Coelho no Conselho Europeu também ela qualificada como "brilhante".  Pessoalmente não me dei conta da razão de tanto brilhantismo, mas deve ser verdade, porquanto ouvi dizer, de fonte segura, que a estreia só não foi abrilhantada com fanfarra, porque, no momento, não havia fanfarra disponível.

"Show off"

Não há dúvida que o senhor Passos Coelho é um verdadeiro "mestre" do show off. A notícia posta a circular (certamente por alguém do seu gabinete) de que Passos Coelho teria viajado em classe económica para Bruxelas para participar no Conselho Europeu é  prova disso. O anúncio caiu muito bem, como era de esperar, porque o populismo e o "show off" servem lindamente para enganar tolos. Mas nem sempre resultam. Como foi agora o caso, ao ficar a saber-se que o senhor Passos Coelho, com a opção pela classe económica, não poupou dinheiro ao Estado, visto que os membros do Governo viajam de borla na TAP.
Mais uma prova de que o senhor Passos Coelho nem as pensa.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Viagens: uma acaba, outra começa.

Chego a Pasárgada e deparo-me, logo, com uma cruel desilusão: afinal "Lá [não] sou amigo do rei."
Termina uma viagem. Outra se inicia.
E se anuncia: "Portugal de lés a lés"

Mas que bela herança !

O Governo do senhor Passos Coelho recebe, afinal, uma bela herança, em termos de execução orçamental. Não tem, pois, o senhor Passos Coelho nem razão de queixa, nem motivo para remeter para o que lhe foi legado pelo Governo anterior, qualquer eventual falhanço do seu próprio Governo. E, cela va sans dire, muito menos tem  razão para ter andado a fazer figuras tristes ao pôr em dúvida a transparência das contas públicas, cá dentro e lá fora, contribuindo para o descrédito do país. Se vier a falhar, não tem mais que fazer senão queixar-se de si próprio. 
Agrada-me sobremaneira que assim seja. Até porque fica assim claro que a queda do Governo do PS ficou a dever-se apenas e só à ânsia do senhor Passos Coelho em chegar ao "pote". Não me parece que, ao provocar novas eleições, tenha prestado um bom serviço ao país. Os eleitores, um dia, hão-de dar-se conta disso. Espero.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

De derrota em derrota até à vitória

A Assembleia da República iniciou os seus trabalhos da melhor forma possível ao derrotar a eleição do candidato Fernando Nobre para presidente da Assembleia da República, candidato que se viu forçado a desistir depois de ter perdido duas votações
A derrota da candidatura de Fernando Nobre não é, porém, apenas do candidato derrotado, pois atinge também o proponente Passos Coelho, porque a candidatura foi  fruto (e apenas fruto) duma negociata entre ambos e que não honra nem um, nem o outro. Nobre pode ter um "ego" do tamanho do mundo, mas não tinha, nem tem, nem o perfil, nem a experiência parlamentar para desempenhar com dignidade as funções que se propunha exercer.  A eleição de Fernando Nobre, em tais circunstâncias, teria constituído uma afronta à Assembleia da República, afronta que esta não tolerou. E muito bem.
Honra, pois, aos deputados que não pactuaram com uma manobra de baixo nível. A vitória é deles.
Fernando Nobre e Passos Coelho ainda têm, pelos vistos, muito que aprender. Veremos no futuro se com esta decisão da Assembleia da República aprenderam alguma coisa.
Provavelmente, não, porque já deram provas de que a humildade democrática não faz parte do elenco das suas "virtudes". E  a coerência, pelo menos em relação a Nobre, parece que também não, pois  vai exercer o mandato de deputado, quando antes afirmara o contrário. Resta-lhe, a partir de agora, arrastar-se pelos salões da Assembleia da República. Que lhe faça bom proveito.

Rumo a Pasárgada: 8ª etapa (bis)

A Serra da Estrela não é só paisagem. Também pode proporcionar alguns inesperados encontros. Como estes:

Ninhos*

Viola langeana Valentine **

* Encontrados nas imediações da Lagoa Comprida. Pertencem a espécies diferentes que, todavia, não estou em condições de identificar.
** Trata-se de um endemismo ibérico.
(Clicando sobre as imagens, amplia)

domingo, 19 de junho de 2011

Uma "boa" anedota

A serem verdadeiras as informações postas a circular, ontem, no "Expresso" o modo como se processou a formação do novo Governo (quatro recusas e a anulação dum convite) constitui em si mesmo um excelente pretexto para umas boas risadas. A presença de Catroga no elenco governamental não é, afinal, tão necessária quanto se presumia para criar boa disposição. Catroga revelou, aliás, ao recusar a pasta da Economia que é um homem com bom senso, qualidade que, pelo contrário, faltou por completo ao senhor Passos Coelho. Mas Passos tem desculpa: o homem andou durante tanto tempo com o Governo às voltas na cabeça que, às tantas, fez confusão entre os nomes e as respectivas pastas. Quem, em tais circunstâncias, não correria o mesmo risco ? 
O novo Governo começa por ser, quer quanto à sua estrutura, quer quanto a vários dos nomes que o integram, uma anedota. Mas, como acabei de ouvir ao Prof. Marcelo, na sua homilia dominical, é uma "boa" anedota. Alegremo-nos, pois.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

À sua imagem e semelhança

Ficámos hoje a conhecer o novo elenco ministerial. Parece-me que a comunicação social afecta à nova maioria (que é toda ela, afinal) não acolheu o novo Governo com grande entusiasmo, sendo mesmo visível alguma desilusão. 
É verdade que toda a equipa ministerial, com excepção de Portas, é duma inexperiência que até aflige, mas se tal é motivo para preocupação, não se percebe por que razão é que a comunicação social não atentou antes na inexperiência do indigitado primeiro-ministro. É que mais inexperiente do que ele não há.
Diria, pois, que este elenco ministerial mais do que um novo Governo é um Governo de novatos, mas a verdade é que é também um Governo à imagem e semelhança de Passos Coelho.
Não se vê, pois, que haja motivo para causar grande admiração a composição deste Governo. De admirar, quanto a mim, é o facto de as pastas da Economia e das Finanças terem sido entregues a dois "estrangeirados". Mais um sinal de pouca ponderação de Passos Coelho ? Não creio, visto que o homem já andava com o Governo na cabeça, há que tempos.Talvez seja sim mais um sinal, tendo em conta as opções económicas dos seus titulares, de que Passos Coelho não desistiu de levar a cabo a sua agenda liberal. 
Seja como for, quem apaparicou o homem, agora que o ature.
E, pergunto eu, numa nota pessoal, por onde andará o Catroga? É que o homem fazia imensa falta no Governo. Para nos divertir.

Rumo a Pasárgada: 6ª etapa

Piódão
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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Antecipando o insucesso

"A solução dos problemas de Portugal não depende, em boa parte, de nós" (Lobo Xavier, na Quadratura do Círculo)
A nossa direita tem muita piada. Ainda não começou a governar e já iniciou o processo de justificação do  insucesso do seu Governo.  Isto é que é confiança !

A mancha fica

O facto de o Partido Socialista ter decidido (e bem) não recorrer ao Tribunal Constitucional em relação à decisão de CNE de não se pronunciar sobre a existência de eventuais irregularidades em relação a alguns votos provenientes do Rio de Janeiro, releva do simples bom senso, uma vez que os votos em questão acabariam por não ter influência no resultado final.
No entanto, o caso não deve ser simplesmente arquivado, sem mais, já que se justifica que se repense a forma  de votação em relação aos emigrantes. Já se sabia de anteriores casos que o actual sistema (voto por correspondência) é favorável ao aparecimento de fraudes. Não se percebe, aliás, por que razão é que o voto presencial é obrigatório para os eleitores residentes no país e não há-de vigorar para os emigrantes o mesmo sistema. Nem vale em contrário o argumento de que o voto presencial é mais oneroso para os emigrantes, quando se sabe que a abstenção entre os eleitores emigrantes, mesmo com o voto por correspondência, atinge valores extremamente elevados, pelo que é mais que certo que o voto presencial não alteraria a situação de forma relevante.
E também se sabe que o PS, por considerar que o voto por correspondência é pouco fiável, já anteriormente tinha tentado consagrar o voto presencial para os emigrantes. Contara, na altura, com a oposição do PSD e o posterior veto de Cavaco Silva. Um e outro, perante o caso ora ocorrido, deveriam assumir a responsabilidade pela "mancha". É que, pese embora a decisão da CNE de pôr uma pedra sobre o assunto, a "mancha" fica.

Rumo a Pasárgada: 5ª etapa

Serra da Lousã - Santo António das Neves - Neveiro

Serra da Lousã - Candal (aldeia de xisto)

Castelo da Lousã 
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Rumo a Pasárgada: 4ª etapa

Barcos à vela na Serra ? Sim, em Castanheira de Pera...

... mas também um toque de modernidade
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Rumo a Pasárgada: 3ª etapa

Troviscal - Sertã (Praia Fluvial)
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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Toga e decoro

Quem pratica um acto tão indecoroso, quanto este, é óbvio que não tem condições para vestir uma toga. A sanção (?) aplicada só pode ser compreendida se estes actos se tiverem tornado uma prática recorrente e nunca devidamente sancionada. Residirá, porventura, aqui, boa parte da explicação para a crise que afecta a justiça em Portugal?

E a fome?

Não estive de acordo com o senhor Passos Coelho durante a campanha eleitoral e lamento muito, mas não é por ele ser agora primeiro-ministro indigitado que vou passar a concordar com ele.
Ora, é evidente que Portugal não vai enfrentar dois "anos terríveis". Eu diria até que muito pelo contrário. Em Portugal, vai jorrar leite e mel. Aliás, tal é já um facto. Veja-se, só a título de exemplo,  que a "fome" que afligia milhares, senão milhões de cidadãos, antes das eleições e, designadamente, durante a  campanha eleitoral, já desapareceu por completo. Nunca mais se falou desse flagelo, nem nas televisões, nem nos demais órgãos de comunicação social. A ICAR  (Igreja Católica Apostólica Romana) deixou de abordar o tema, através da sua hierarquia.  As cantinas escolares já não precisam de abrir portas durante as férias, como no passado recente, acontecia. E, argumento decisivo: até Cavaco Silva deixou de ir "matar a fome" ao Casino do Estoril. 
Alguma dúvida?

Rumo a Pasárgada: 2ª Etapa

Ponte Velha - Sertã
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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vou já a caminho...

Vou já a caminho de Pasárgada... tal como prometi.
Entretanto, já encontrei, pelo caminho...

Pernilongo (Himantopus himantopus L.)


Cegonha-branca (Ciconia ciconia L.


 Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica L.)


Do que mais houver, notícias haverá. Se houver...
(Se clicar nas imagens, amplia)

domingo, 12 de junho de 2011

Sôfregos

A corrida ao "pote" (ou será ao "tacho" ?) já começou e esta senhora, pelos vistos, nem disfarça .... a sofreguidão.

Arranjando desculpas...

A direita anda já a arranjar desculpas para o, a meu ver, previsível falhanço da sua governação.
Por ora, vão em duas.
Uma  é a Grécia. Os jornalistas económicos descobriram agora que o risco de incumprimento e os juros da dívida pública portuguesa sobem porque os "mercados" antecipam a necessidade da reestruturação da dívida pública grega.
A outra é, como não podia deixar de ser, a Constituição "anacrónica, barroca e excessivamente programática". Não terá sido mais ou menos isso o que a "luminária", que dá pelo nome de António Barreto, quis dizer?

sábado, 11 de junho de 2011

Rescaldo do 10 de junho

A meu ver, já era altura de se rever o modo e o estilo das comemorações do Dia de Portugal.
De facto, para além das fanfarras e dos almoços (ou jantares?) o que restou das comemorações deste ano ?
O escândalo da condecoração da Drª Leite, e dois discursos balofos, ou se preferirem, um oco e outro vazio: o do Presidente e o do Dr. António Barreto. Estiveram à "altura" um do outro, o que nem é caso para admirar, uma vez que um (Barreto) é escolha reiterada do outro (Cavaco Silva).
Bem se pode, pois, dizer: tal "Presidência", tal "inteligência".
Que saudades de João Bénard da Costa !

"Gregos"

Depois de negarem a crise económica internacional e a crise da dívida soberana, como causas da crise que se vive em Portugal para, com o engano, ganharem as eleições, os partidos da direita descobriram finalmente uma e outra. Para compensar, agora não despegam os olhos da Grécia. E pelo que leio, até os mais entusiasmados com a vitória da direita já se vêem "gregos".

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Demencial

Julgava eu que já tinha visto a mais extrema manifestação de ódio a José Sócrates na expressão de Manuela Ferreira Leite ou no escrito mencionado no "post" anterior. Estava redondamente enganado: hoje, nas páginas do "Público" (P2)  (felizmente sem link) Eduardo Cintra Torres lança-se, como gato a bofes, sobre o discurso proferido por Sócrates após a derrota nas eleições legislativas (reconhecido em vários quadrantes como uma belíssima peça, pela elevação de que dá provas) e daí parte para atacar José Sócrates com tal furor que só pode ser fruto dum ódio demencial.
 Free at last ! Free at last! Thank God Almigthy, we are free at last, termina ele citando Martin Luther King. As palavras citadas, na boca de quem as proferiu, são um "grito de alma" à altura da sua grandeza e da grandeza do momento. Escritas pela pena de quem as cita não passam dum "escarro" dum colunista a precisar de tratamento urgente. O homem que escreve o que ele escreveu está doente. Forçosamente.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Que estupidez, a minha !

Ao ler esta bosta posta, fiquei na  dúvida sobre a espécie a que pertenceria o indivíduo capaz de a escrever: homo sapiens sapiens, ou algum sobrevivente do Homo neanderthalensis ? Vi depois que o individuo usa óculos e logo que não podia pertencer a esta espécie: o Homo neanderthalensis ainda os não usava. É, pelo menos, o que garantem os Paleoantropólogos.
A dúvida, porém, reconheço, só surgiu por estupidez minha. De facto, em que outra espécie que não a do  homo sapiens sapiens é que seria possível encontrar um indivíduo capaz de ombrear e até ultrapassar a Ferreira Leite em matéria de ódio? 
Confesso que só é pena que Cavaco não tenha reparado nele para também o agraciar com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. É que faziam os dois uma belíssima parelha.

Um lugar no pódio

Apesar da "histórica vitória", no dizer do entusiasmado Raposo, "a probabilidade de um default no caso português num horizonte de cinco anos subiu para 45%, um valor recorde" e Portugal consolida a sua 3ª posição no TOP 10 dos países com maior risco de incumprimento na dívida soberana,". Já alcançámos, pois, um lugar no pódio. A Grécia, pelos vistos, continua segura no 1º lugar. Apesar disso, digo eu ao Raposo que convém não desanimar. Quem sabe se com a "histórica vitória" não vamos ter boas possibilidades de lhe arrebatar o lugar?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Metendo o bedelho onde não sou chamado

Cabe, naturalmente, aos militantes do PS a escolha do sucessor de José Sócrates como secretário-geral do partido e por isso, ao estar aqui a pronunciar-me sobre o assunto, tenho de algum modo a sensação de estar a meter o bedelho onde não sou chamado. 
Mesmo assim, julgo não estar a impedido, enquanto simpatizante e votante no PS, de me congratular com a candidatura de Francisco Assis ao cargo de secretário-geral do PS, pois entendo que o cargo ficará bem entregue caso ele venha a ser eleito. 
Trata-se, na verdade, duma pessoa corajosa, até fisicamente, como se viu em Felgueiras, com um pensamento estruturado, firme nas suas convicções, mas com capacidade de diálogo e dotado do dom da palavra, qualidades de que deu abundantes provas no exercício das funções de líder parlamentar durante a legislatura ora interrompida.

Por onde anda o decoro ?

Manuela Ferreira Leite vai ser agraciada por Cavaco Silva, no próximo dia 10, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Não estou a ver bem o que de relevante terá feito a senhora para merecer tão alta distinção. É certo que foi ministra da Educação e das Finanças e deputada, mas não me consta que, nos cargos públicos que desempenhou, tenha feito obra que mereça tal distinção. O que de mais "notável" ela fez enquanto ministra das Finanças, foi o negócio ruinoso celebrado com o Citibank, e na Educação da sua obra não ficou gesto que se recorde. É verdade também que, como líder partidária, deu um forte contributo pessoal  para a criação dum clima de ódio raramente visto na política portuguesa. Não me parece, no entanto, que Cristo que dá  o nome à Ordem e que pregava o amor, se reveja muito na acção da agraciada.
As amizades cultivam-se em privado, não se alimentam com distinções públicas, mas, pelos vistos, a direita triunfante, com Cavaco no comando, até já perdeu a noção do simples decoro.
(Reeditada)

Ele di-las, mas será que o homem ainda está no seu perfeito juízo ?

Belmiro de Azevedo profere, em entrevista à RTPN, afirmações de tal forma disparatadas (aqui parcialmente reproduzidas) que indiciam que o homem já não estará no seu perfeito juízo. Em alternativa, avento a hipótese mais simples de o homem ter querido bater o recorde do Guiness em matéria de disparates.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Uma obra-prima

1.

Nesta noite quero começar por saudar os portugueses. Todos os portugueses. Todos os Portugueses onde quer que se encontrem e seja qual for a preferência política que manifestaram no dia de hoje. É em dia de eleições que as democracias e as nações se afirmam.

Pois neste dia - neste dia em que o povo democraticamente falou e fez a sua escolha - é isto que sinto e é isto que quero dizer aos portugueses: hoje, como sempre, acredito profundamente em Portugal e no seu futuro. Portugal é fruto da vontade dos portugueses. Portugal é uma nação antiga, forte e capaz, que nunca se vergou nem ao pessimismo, nem à descrença. Os portugueses sempre souberam ser senhores do seu próprio destino olhando para a frente com confiança e com ambição. É dessa confiança e ambição que precisamos, neste momento. É esse Portugal que quero saudar.

2.

A democracia cumpriu-se hoje, mais uma vez. O povo foi às urnas, o povo falou, o povo fez as suas escolhas políticas para a próxima legislatura. Quero por isso saudar, com respeito democrático, quem ganhou estas eleições: o PSD. Já tive ocasião de felicitar, pelo telefone, o dr. Pedro Passos Coelho e quero renovar essas felicitações aqui, publicamente. E peço aos socialistas que me acompanhem nesse cumprimento democrático a quem venceu as eleições.

O que desejo ao dr. Passos Coelho, com toda a sinceridade, é o melhor: que as coisas lhe corram bem na difícil tarefa que tem pela frente. Desejo-lhe, sinceramente, o que desejaria para mim próprio e para qualquer outro que os portugueses escolhessem para governar neste tempo de dificuldades: que encontre, no fundo de si mesmo, a sabedoria, a prudência, a coragem e o sentido da justiça para liderar este País.

Sempre o disse, e às vezes fui uma voz isolada a dizê-lo: os tempos que temos pela frente exigem sentido das responsabilidades e espírito de compromisso. Nunca precisámos tanto de diálogo, de entendimento e de concertação como agora. E isso não muda com o resultado das eleições. Reafirmo, assim, diante do País, a disponibilidade do Partido Socialista para o diálogo e para os entendimentos que, em coerência com o seu projecto, sejam necessários para que o País possa superar esta crise que atravessamos. Os votos do Partido Socialista estarão sempre ao serviço de Portugal.

Agora como sempre, o Partido Socialista será fiel aos seus valores, aos seus compromissos e ao seu programa. E provará que também na oposição é possível fazer muito para defender Portugal e construir o futuro.

3.

O Partido Socialista, todos o sabem, disputou estas eleições em circunstâncias nacionais e internacionais extraordinariamente difíceis.

Os resultados são o que são: o Partido Socialista perdeu estas eleições. Mas é preciso que se diga: nas actuais circunstâncias, o PS teve um resultado que dignifica o Partido Socialista e o seu papel na história da democracia em Portugal.

Mas não me escondo atrás das circunstâncias. Esta derrota eleitoral é minha e assumo-a por inteiro esta noite.

Entendo, por isso, que é chegado o momento de abrir um novo ciclo político na liderança no Partido Socialista. Um novo ciclo político que seja capaz de cumprir aquele que é, a partir de hoje, o dever primeiro do Partido Socialista: preparar uma alternativa consistente, credível e mobilizadora para voltar a governar Portugal.

Já pedi ao Presidente do Partido Socialista, o nosso bom amigo e camarada Almeida Santos, para convocar para os próximos dias a Comissão Nacional do PS, de modo a marcar um Congresso Extraordinário e a desencadear, tão depressa quanto possível, o processo para a eleição de uma nova liderança e de uma nova direcção para o Partido Socialista.

Pela minha parte, encerro hoje mais uma etapa de um longo percurso de 23 anos de exercício das mais diversas funções políticas. Estou profundamente grato aos portugueses por me terem dado a oportunidade e a honra de servir o meu País e os meus compatriotas.Regresso, com orgulho, à honrosa condição de militante de base do Partido Socialista.

Quero dar espaço ao Partido Socialista para discutir livremente o seu futuro e afirmar uma nova liderança, sem qualquer condicionamento. Deixo, pois, a primeira linha da actividade política e não pretendo ocupar qualquer outro cargo político nos tempos mais próximos.

Mas serei, como sempre, cidadão. Cidadão nesta democracia, cidadão de corpo inteiro nesta República centenária. E na nossa República democrática, quem assume plenamente a condição de cidadão estará sempre na vida política.

4.

Todas as lideranças políticas cometem erros e eu terei, certamente, cometido alguns. Mas nunca cometi o erro de não agir e de não decidir. E não cometi o erro de fugir e de virar a cara às dificuldades, isso não.

Ocorrem-me, naturalmente, algumas coisas que porventura poderia ter feito melhor, aqui ou ali. Pelos resultados outros falarão a seu tempo. E o tempo é sempre o melhor juiz da obra realizada. Mas o que vos digo é que não me ocorre nada que os socialistas ou o Partido Socialista pudessem ter feito mais e melhor do que aquilo que fizeram ao meu lado, ao serviço de Portugal!

Ao longo destes seis anos, o Partido Socialista deu tudo o que tinha, honrando a sua identidade e o melhor da sua História. Soube ser, em todas as ocasiões, um Partido solidário, um partido forte, um partido de muita coragem.

Coube ao Partido Socialista enfrentar na governação tempos tão difíceis que um dia terão de ser estudados nos livros de História, tal como hoje se estudam outras grandes crises do passado. E fizemos o que tinha de ser feito, sem virar a cara. Tomámos medidas difíceis a pensar no futuro do País e aceitando correr os riscos partidários da impopularidade.

O contexto da crise económico-financeira, porventura, não permite a inteira visibilidade do muito que o País progrediu nestes últimos seis anos. Mas quero dizer ao Partido Socialista e a todos os que me apoiaram nesta campanha eleitoral que podemos ter perdido hoje estas eleições, mas não temos de recear o julgamento da História!

Fizemos juntos um longo caminho. Esta campanha permanecerá como um momento inesquecível da minha vida. Não sei o que mais poderíamos ter feito para ganhar estas eleições. Esse juízo deixo-o para outros. Cada minuto passado a pensar nisso é um minuto perdido para o futuro. O que sei é que o PS fez, nestas eleições uma grande campanha. Uma campanha muito forte, com muito entusiasmo e com muita mobilização. O Partido Socialista travou, por todo o País, um grande combate pelas suas ideias e pelo seu projecto político.

Quero, por isso, dirigir uma palavra de caloroso agradecimento a todos os socialistas e não socialistas que estiveram connosco, mais uma vez, activos e empenhados nesta campanha eleitoral. Agradeço à organização da campanha, aos dirigentes do PS, aos presidentes das Federações Distritais, aos nossos autarcas, aos voluntários e à Juventude Socialista, que se afirmou, uma vez mais, como uma garantia de esperança no futuro do PS!

Mas agradeço, sobretudo, aos militantes e simpatizantes do PS, que por todo o País saíram à rua para virem ao nosso encontro e fazerem desta campanha uma campanha vibrante. Tal como quero agradecer aos eleitores que quiseram hoje, com o seu voto, afirmar a sua confiança no projecto do Partido Socialista.

Mas devo uma palavra de especial reconhecimento àqueles que mais de perto, no Partido Socialista e no Governo, me acompanharam desde o início neste projecto exigente mas empolgante e que souberam sempre dar o melhor de si próprios. São pessoas, preparadas e capazes, que fizeram muito pelo Partido Socialista e, sobretudo, pelo País. Estou-lhes eternamente agradecido e quero deixar-lhes um forte abraço, de grande amizade.

5.

Permitam-me que dirija, também, uma palavra de agradecimento aos que me são mais próximos. Como já alguém disse, uma campanha eleitoral é sempre mais difícil para a família do que para os candidatos. Tal como o cargo de Primeiro-ministro, por difícil que seja, é sempre mais penoso para os filhos do que para o próprio Primeiro-ministro. Espero poder compensá-los agora com o amor de sempre e anos um pouco mais tranquilos.

6.

Caras amigas, caros amigos

Termino este mandato com o sentimento de serenidade interior, de quem enfrentou tempos difíceis dando o seu melhor, até ao limite das suas forças, ao serviço do seu País.

Não perderei um momento que seja a lamentar o que podia ter sido e não foi; ou o que podia ter feito e não fiz. Recordarei, isso sim, o que pude fazer convosco ao serviço de Portugal.

E também não levo nem ressentimentos nem amarguras. Não são essas as companhias que quero para os dias felizes que tenho pela frente.

Esta noite – especialmente esta noite – o meu coração está preenchido. Não há nele outro sentimento que não seja amor ao meu País, amor aos meus compatriotas. E gratidão. Uma profunda gratidão por os portugueses me terem dado a extraordinária oportunidade e a suprema honra de, como Primeiro-Ministro, poder servir o meu País - que é Portugal.

José Sócrates, 05 Jun 11

(Um discurso perfeito, uma obra-prima. Para reler e para mais tarde recordar. Na íntegra )
(Copiado daqui)

Di-las. Será que as pensa?

Passos Coelho, ainda não foi indigitado, muito menos nomeado como primeiro-ministro, andando, por ora, apenas em ensaios, mas já anda a "meter a pata na poça", passe, com toda  a vénia, a vulgaridade da expressão.
Digo isto porque não me parece que esteja a contribuir para "criar uma onda de confiança nos mercados", ao dar ênfase à sua intenção de, em matéria de medidas a tomar, ir mais longe do que o imposto pela "troyka".
Até lhe faço o favor de acreditar nas suas boas intenções, agora que se prepara para ser primeiro-ministro, (embora o mesmo não diga em relação a outras afirmações suas, proferidas antes do acto eleitoral) mas a meu ver, está redondamente enganado se julga que esta conversa comove os  "mercados". O efeito do seu anunciado propósito vai ser precisamente o contrário e nem é difícil chegar a tal conclusão. Desde logo decorre das suas afirmações que o virtual futuro primeiro-ministro não está muito convencido que  as medidas previstas no memorando sejam suficientes para resolver a crise, o que só pode levar os credores a ficar de pé atrás. E ao mostrar-se disposto a fazer tudo e mais alguma coisa, até a "surpreender", o seu discurso só está a contribuir para aumentar as exigências dos mercados.
Estarei enganado? Oxalá, porque caso contrário, o "surpreendido" acabará por ser ele e o país o prejudicado.

Sabe bem pagar tão pouco?


A fotografia acima circula por aí.
Diz o "Pingo Doce" e lê-se na fotografia que "sabe bem pagar tão pouco".
E  que tal ser enganado? Também saberá bem ?
Ser merceeiro é uma profissão tão digna como qualquer outra. Merceeiro e aldrabão c'est toute une autre chose
O sr. Alexandre Soares dos Santos, patrão do "Pingo Doce", que tanto gosta de atribuir truques a outros, o que é que chamará a isto?

Ricos e mal agradecidos

Escolhem os eleitores portugueses um Governo a seu gosto, depois dum Presidente do seu agrado; o Coelho eleito para primeiro-ministro promete ir além das exigências da "troyka" e os ricos (especuladores) nem assim...
Ora bolas, tanta cedência para tudo continuar na mesma. Ou antes, para ficar pior!

As Vestais

Sabe-se que a comunicação social em geral está, actualmente, infestada duma estranha fauna que só por hábito ainda designamos por jornalistas, tão longe está da objectividade que estes, supostamente, deviam cultivar. Viu-se isso, mais uma vez, ao longo de toda a campanha eleitoral, onde pudemos assistir ao favorecimento descarado dum dos partidos concorrentes e que, não por mero acaso, acabou por sair vencedor: o PSD..
Por isso, já nada que venha desses lados nos devia causar particular admiração e, no entanto, ainda há quem nos consiga surpreender. Refiro-me, neste caso à jornalista Susana Martins, colega da (des)Graça Franco, da RR que, no final da digna declaração de despedida proferida por José Sócrates, não encontrou melhor pergunta para lhe fazer senão esta: Receia que o resultado das eleições abra caminho a novos processos judiciais ou acelere processos judiciais em curso? 
Que uma tão insólita pergunta e tão a despropósito, tendo em conta as circunstâncias, não tenha suscitado nem uma simples observação entre os seus pares já é facto bem revelador das águas turvas em que a generalidade da classe dos jornalistas navega. A pergunta "obscena" não os perturbou. O que, pelos vistos e a avaliar pelo que vi escrito de relance por um tal Catarino numa coluna do Correia da Manha, foi o facto de a jornalista ter ouvido uns assobios de repúdio vindos da assistência, assobios prontamente interrompidos por José Sócrates. 
Que fauna é esta, pergunto-me, que se delicia a escrever sobre vaias e insultos dirigidos aos ditos "poderosos", mas perde a compostura perante uns simples assobios de protesto? Serão os jornalistas intocáveis quais virgens vestais ? É que não vejo que tenham algum templo sob a sua guarda. A admitir que possa existir algum, só pode tratar-se do templo da lama, que é o meio ambiente onde agora vive uma boa parte de tal classe. 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um partido inútil

Há por aí quem tente branquear as responsabilidades do Bloco de Esquerda (BE) e do PCP na subida da direita ao poder, mas a tarefa não se adivinha fácil. Pelo menos, para os eleitores que  transformaram o BE no novo "partido do táxi", essas responsabilidades foram óbvias e os factos estão aí para o confirmar. Inútil como parceiro duma solução governativa à esquerda, o Bloco revelou-se, isso sim, um aliado precioso da direita, não só porque tomou o PS como inimigo principal, ao longo das duas legislaturas, mas também porque não hesitou em conluiar-se com a direita, em mais do que uma ocasião, acabando por lhe escancarar as portas do poder.
É verdade que Louçã, na sua megalomania, ainda ensaiou, por mais que uma vez, o número de ser ele a liderar um Governo de esquerda, mas faltando-lhe o poder de fazer o milagre da multiplicação dos pães, (neste caso, melhor diria dos votos) ninguém o podia levar a sério. E não levou, como se viu.
Ao contrário do Bloco, o PCP, que tem tanta responsabilidade quanto o Bloco no desfecho do acto eleitoral de ontem, acabou por não ser penalizado. Não é, no entanto, difícil encontrar uma explicação. É que o PCP tem  uma forte implantação no mundo do trabalho e domina boa parte dos sindicatos. Os eleitores contam, pois, com ele para sustentar a contestação social contra as medidas radicais que já se sabe que o Governo da direita vai tomar. O Bloco, porém,  não tem apoio no mundo laboral e, por isso, em sede de contestação social, pouco ou nada conta. Além da retórica e da megalomania de Louçã, o BE nada mais tem para oferecer e este ponto fez e faz toda a diferença.
Não me admiraria, por isso, se o resultado das eleições de ontem vier a revelar-se como o princípio do fim do Bloco e também não me custa admitir como provável que Louçã, embora a contragosto, já tenha começado a redigir a certidão de óbito.  A confirmar-se o" infausto" acontecimento, confesso que não derramarei uma lágrima.

Para recordar

"O meu coração está preenchido, não há nele outro sentimento que não seja o amor ao meu país e aos meus compatriotas e a gratidão de poder ter servido Portugal".
(José Sócrates)
(Para recordar, sim. Palavras destas, com tamanha elevação e dignidade, não são fáceis de encontrar, no meio de tanta pulhice que por aí se vê.)

domingo, 5 de junho de 2011

Mesquinhos até na vitória

PSD festeja demissão de Sócrates.
Não por acaso, têm a quem sair. Quem não se lembra do vergonhoso discurso de vitória de Cavaco?

Obrigado, Sócrates !

Um belíssimo discurso, o de Sócrates e duma elevação só ao alcance dum grande político e dum Homem com letra grande. O seu discurso foi o bastante para me fazer sentir que não desperdicei o meu voto.
Obrigado Sócrates !

Vou-me embora pra Pasárgada...

"Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei"*...

(Que quem os elegeu que os ature. Aos ditos cujos e ao Cavaco. Ah! e já agora ao "Nobre" Presidente da Assembleia da República. Isto ficou de gritos !
Passem por cá muito bem!)

Ficheiro:Pasargad audience hall.jpg

(*Início do poema Vou-me Embora pra Pasárgada de Manuel Bandeiraaqui, na íntegra)
(Imagem daqui)

Por obra e graça de S. Cavaco...

Não sei se repararam, mas se não deram conta, cá estou eu para lembrar que  Cavaco Silva em nova "epístola" aos eleitores decretou urbi et orbe que os eleitores que "abdicarem de votar, não têm depois autoridade para criticar as políticas públicas. Só quem vota poderá legitimamente exigir o melhor do próximo governo."
A contrario, deduzo eu (embora os argumentos a contrario  não sejam lá muito de  fiar, mas enfim, sempre terão algum valor) só quem  votou é que vai ter  autoridade para criticar as políticas públicas e vai poder exigir  o melhor do próximo governo.
Como já votei, também eu vou poder criticar e exigir o melhor. E tudo por obra e graça de S. Cavaco.
Nem  sei como lhe agradecer!

sábado, 4 de junho de 2011

Futebol : Portugal 1 - 0 Noruega (Golo - vídeo)


Um belo golo de Helder Postiga, correspondendo a uma boa assistência de Nani. Soube a pouco, mas foi quanto bastou para passar para a frente do Grupo H de apuramento para o Euro-2012.

No meu país ...


... também há aves coloridas, como esta Poupa (Upupa epops L.)...

...e aves de rapina como este Milhafre-preto (Milvus migrans Boddaert)


(Clicando, amplia)

Rosa sempervirens


 ...no meu país, também há muitas Flores. Esta por exemplo: Rosa sempervirens L.

(Se clicar, amplia)
(Título reeditado)