Depois do escândalo na atribuição de casas pertencentes ao município, a Câmara de Lisboa volta a estar debaixo de fogo. Desta feita está em causa o facto, denunciado pelo PÚBLICO, de grande parte dos funcionários do Departamento Jurídico da Câmara de Lisboa acumular ilegalmente as suas funções públicas com a advocacia em regime de profissão liberal.
Embora duvide que tal situação seja exclusiva do município lisboeta e que a mesma não tenha réplicas noutros municípios do país e em muitos outros organismos públicos dependentes da Administração Central, a iniciativa do PÚBLICO é sempre de louvar. Pode bem ser que a denúncia de um caso sirva de estímulo a que também noutros locais se ponha a termo a uma situação de ilegalidade que aqui presumimos ser, não geral, mas generalizada.
Sublinhe-se, entretanto, que mais grave que a ilegalidade cometida pelos funcionários é a complacência com que os respectivos responsáveis a aceitam, sabendo que está em causa o interesse público: Um funcionário que acumule o exercício de uma actividade privada com o exercício de funções públicas terá inevitavelmente de prejudicar o exercício destas últimas.
Acrescente-se que a situação denunciada é tanto mais chocante quando é certo que existem centenas ou milhares de pessoas licenciadas em direito que não encontram ocupação condizente com as suas habilitações. A Ordem dos Advogados terá, com certeza, uma palavra a dizer sobre a matéria e pena é que a denúncia pública de situações de ilegalidade, como esta, não tenham partido dela.
Meu caro, quanto aos títulos iguais, acontece. Já me aconteceu algo parecido há algum tempo atrás.
ResponderEliminarDe qualquer modo, é de registar a sintonia que ambos tivemos na avaliação da notícia do Público.
Cmptos