A palavra "sucesso", de há uns tempos a esta parte, é parte estruturante do discurso governamental, como se, hoje, a situação económica do país, não fosse muito pior do que a que existente no ponto de partida, ou seja, no momento em que este governo entrou em funções. E isto é tão verdade que a conclusão não pode ser diferente, qualquer que seja o ponto de vista de observação da realidade. Com efeito, desde então, o PIB diminuiu à volta de 6%; a pobreza e o desemprego aumentaram substancialmente; a dívida pública cresceu como nunca e nem as metas de diminuição do défice das contas públicas (objectivo central deste governo) alguma vez foram atingidas.
Não é, porém, só o governo o único a assumir o discurso do "sucesso". Cavaco Silva, alinha pelo mesmo diapasão, pois também ele, na mensagem de Natal, nos vem falar de "sinais encorajadores", o que, diga-se, não constitui nenhuma surpresa, sendo Cavaco o patrocinador e o verdadeiro sustentáculo deste governo.
Mas, sendo as coisas o que são e não o que todos desejaríamos (e para provar a realidade aí estão os juros da dívida pública a manterem-se acima dos 6%, mesmo antes de conhecida a decisão do Tribunal Constitucional que se pronunciou pela inconstitucionalidade da convergência das pensões) é caso para perguntar: em que país vive esta gente?
Não respondem, tanto quanto sei, pelo nome de Alice, mas, tal como ela, vivem, por certo, no país das maravilhas.
Penso que não estamos no país das maravilhas, mas sim no país das mascarilhas... A quadra que atravessamos parece referir-se a um Carnaval e não a um Natal.
ResponderEliminarPretendem a todo o custo evitar explosões de indignação que deixem em pânico os nossos credores, estarrecidos com a possibilidade de anarquia e ditadura...
Em Janeiro dirão perante novas medidas de austeridade que a culpa é do TC.