
A "política" de atribuir casas pertencentes ao património municipal, aos "amigos", que a Câmara Municipal de Lisboa tem seguido ao longo dos anos e no maior sigilo, tem sido objecto de crítica (mais que justa) por parte da comunicação social, sendo certo que o assunto também não tem sido descurado pela "blogosfera". A este propósito,
O Jumento e o
Der Terrorist, blogues amigos (é assim que são considerados aqui no "Terra dos Espantos") têm-se referido à existência em Lisboa (se tem extensões noutros municípios, como é provável, mais tarde se verá) de uma nova nobreza (republicana, por certo) onde se incluem os beneficiários de favor das casas camarárias. Desta vez e por paradoxal que possa parecer (porque concordo as suas razões) vejo-me forçado a discordar de um e de outro no que respeita ao qualificativo "nobreza". Em boa verdade, o que essas pessoas são, é "pedintes". Podem andar engravatados ou de laço ao pescoço, mas nem por isso deixam de o ser, pois, como é evidente, não foi a Câmara quem andou a distribuir as casas,
sponte sua, mas sim a pedido dos interessados. E (acrescente-se) o que é mais grave, é que alguns nem vergonha têm. Não incluo toda a gente porque ainda há quem a tenha, designadamente, os que já entregaram as chaves.
Ser pedinte, em caso de necessidade, não é vergonha nenhuma, embora essa situação seja socialmente pouco dignificante. Mas, tratando-se de "pedintes" que não vivem na miséria e se sujeitam a andar de mão estendida (e, pelo que se tem visto, há uma multidão de gente nessa situação) o caso muda de figura.
Como é bom de ver, só não vê quem não quer!
(Mensagem reeditada)
Penso que nem nobreza, nem pedintes. Hipócritas! Uma classe tão sui generis nos nossos dias. Desde os que promovem falsos acessos a casas camarárias, passando políticos que querem propostas formais aceites em congresso e terminando em ministros que dizem que a nossa economia é robusta...
ResponderEliminarNobres? Pedintes? Hipócritas... e mesmo assim é sermos gentis na denominação...
Brilhante, a perspectiva como pedintes. Pedintes sem estar na miséria, a pobreza de espírito no seu pior.
ResponderEliminarPior ainda é que nem sequer têm (alguns) a humildade de reconhecer que erraram.
Por outro lado, é assim, neste tipo de obras de misericórdia que se esvaiem os dinheiros dos nossos impostos.