Salvo um ou outro aficionado, já ninguém acredita que este governo leve o país a bom porto. E, em boa verdade, já nem o governo, nem o presidente da República, acreditam.
De facto, é o próprio governo que já confessa a sua completa incapacidade, quando remete a responsabilidade das dificuldades que o país atravessa para a política da União Europeia, no seu conjunto e quando admite que o "êxito" das suas desastradas políticas é fruto de "condicionantes externas", esquecendo que Passos e o seu governo não só têm feito gala de querer "ir além da troika" como, na verdade, impuseram ao país medidas tão excessivas como o corte generalizado do subsídio de Natal, no ano que findou, ou tão excessivas e tão iníquas, como o corte, neste ano, dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos, aos empregados de empresas públicas e aos pensionistas, medidas que geraram uma crise de confiança que, junta à crise económica e financeira, vai ter como resultado, neste ano, o que já aconteceu no último trimestre: as receitas cobradas pelo Estado vão cair a pique.
Por outro lado, segundo dá conta o "Público", hoje, " é absoluta a discordância de algumas das mais proeminentes personalidades do cavaquismo e do próprio Presidente da República sobre a condução da política orçamental e as prioridades para a organização das finanças públicas, que têm sido adoptadas pelo Governo".
Os cavaquistas defendem mesmo que está na hora de o ministro Gaspar ser "posto a andar" para fora do governo, embora eu não esteja a ver bem a razão por que é que só o "ultraliberal" Gaspar é que tem de sair. Quanto a mim, a solução passa por mandar borda fora toda a "tripulação". Nem Gaspar é mais "ultraliberal" do que Passos Coelho, nem é ele o primeiro responsável pelo desastre que se anuncia.
Entretanto, o país está resignado perante o descalabro e já não dá sinais de reagir. Mal comparado, como diria o outro, isto faz-me lembrar o touro na arena, que, por demasiado picado, cai prostrado na arena, exangue, por excesso de sangria.
Caro Francisco Clamote.
ResponderEliminarExcelente análise que termina com uma conclusão preocupante mas realista. De facto tirando um ou outro "fogacho" estamos a ser sangrados e sem a reacção adequada.
Até quando?
Abraço
Rodrigo
Estamos a ser cozinhadas em água quente! http://en.wikipedia.org/wiki/Boiling_frog
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