O DN publica na sua edição on line uma peça intitulada " Moedas avisa Costa: corte de fundos comunitários depende do governo".
Lê-se o texto e onde o jornalista viu um "aviso"( pelos vistos, ameaçador, visto que, no desenvolvimento da notícia, o plumitivo fala em "pressão sobre Costa na questão dos fundos") não se encontra mais que a enunciação do que é doutrina da Comissão Europeia sobre os fundos europeus, doutrina que é mais que conhecida pelo Governo português. O comissário europeu Carlos Moedas limitou-se, com efeito, a dizer que "Se Portugal continuar a cumprir em termos de orçamento, em termos de números, isso [corte de fundos] não será uma questão".
Só uma imaginação muito fértil ou uma mente mal intencionada é que pode ter visto um "aviso" ou uma "pressão" sobre o primeiro- ministro de Portugal numa afirmação onde não existe o menor tom de ameaça. Não existe, nem seria expectável que existisse, pois a verdade é que Carlos Moedas, enquanto comissário europeu, tem tido um comportamento onde não encontro falhas no relacionamento com o Governo português.
A notícia é, pois, no mínimo, especulativa, pois falha completamente no teste da objectividade.
Dá-se a coincidência de no mesmo dia, o DN publicar um texto do seu novo director, Paulo Baldaia, onde este assume, em nome do jornal "o compromisso de fazer jornalismo com rigor, livres para fazer escolhas, com total transparência e ao serviço dos leitores".
Um texto, já se vê, pleno de boas intenções, mas que, por um azar dos diabos, sofre logo no mesmo dia um completo desmentido.
Excelente ironia, Francisco.
ResponderEliminarMUITO BEM!
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