O impressionante desempenho da economia portuguesa no 1º trimestre deste ano, com o PIB a crescer 2,8% em termos homólogos, muito acima de todas as previsões, mereceu do PSD, pela voz duma deputada da respectiva bancada parlamentar (Inês Domingos), um comentário que não ficará nos anais da política portuguesa, mas que merecia ficar como acabado exemplo de cegueira ou de estupidez.
Congratula-se a senhora deputada com " a recuperação do PIB", mas atribui tão excelente resultado, por um lado "à conjuntura internacional e na União Europeia mais favoráveis", e por outro e em primeira mão, "às reformas realizadas pelo anterior Governo". Não se esquece a deputada Inês Domingos de negar qualquer mérito ao actual Governo e, pelo contrário, repetindo a lengalenga do seu partido, insiste que os resultados da economia portuguesa têm surgindo. "apesar de o [actual] Governo (...) ter revertido reformas".
Não se dá conta a muito distraída deputada que este discurso encerra uma contradição insanável. Como é evidente, se as "reformas" do governo anterior foram "revertidas", os bons resultados da economia portuguesa não podem ser atribuídos a reformas que já não existem.
Há quem diga que reacções como esta, na linha das posições que Passos Coelho tem vindo a tomar desde que muito legitimamente (e felizmente) foi despedido pelo Parlamento das funções de primeiro-ministro, se ficam a dever a pura cegueira. A mim, parece-me que cegueira não será, pois os bons resultados até no PSD os conseguem ver. Estamos sim, julgo eu, perante um caso em que o ressabiamento é tanto que fez perder ao líder do PSD e aos seus apaniguados a noção do real. Quando tal acontece, as posições que se tomam trazem, forçosamente a marca da estupidez. É o caso.
(citações e imagem daqui)
1 comentário:
As incoerências do PSD dão nisto.
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