quarta-feira, 30 de junho de 2010

O brinquinho

Considerando embora que "o negócio não era um bom negócio para a PT", entende o PSD, pela voz do seu secretário-geral Miguel Relvas, que o Estado não deveria ter usado a golden share para vetar o negócio da venda da VIVO à espanhola Telefónica. Pelo contrário, deveria "respeitar a decisão dos acionistas", mesmo sabendo-se que para o líder do PSD "é do interesse nacional que [a] participação [da PT] se mantenha na Vivo, no Brasil".
Sabendo-se também que a golden share já existia  na altura dos Governos Barroso e Santana Lopes (PSD/CDS) é caso para perguntar por que razão não acabou o PSD com ela? Se não é para ser usada, conservaram-na para quê ? Para servir de brinquinho ?
Ou será que, com toda esta conversa, estão agora muito simplesmente, a brincar connosco ?

Caia o maná !

Depois de Rui Rio e outros incendiários apelarem à revolta do Norte contra as portagens nas SCUT, vem  agora a comissão de utentes de transportes da margem Sul (CUTMS)  a defender a abolição da portagem da ponte 25 de Abril por considerar que a mobilidade é um direito básico e não pode ser taxada.
Ora, nem mais. Em nome da mobilidade, como direito básico (!),  o carro, a gasolina,  o gasóleo e o diabo a quatro, é tudo à borla.
"Básicos" no norte, "básicos" no sul, uma palavra de ordem vos une: Não Pagar. O dinheiro (maná) que caia do céu !
Entretanto, haja quem vos ature!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Leproso ?

Afastado algum tanto destas lides, por outros afazeres, só agora me dei conta que até a direita despreza o professor doutor em econometria (e público delator) Carlos Santos. Pelo menos, a direita de Jacinto Bettencourt, honra, pois, lhe seja feita.
E, pelo que vejo, o econometrista, recentemente acolhido no Corta-Fitas, também já ali não figura como colaborador. Problemas de "lepra" ? Se, como parece, é o caso, diria que anda por aí, pela direita,  que muito (e muita) dela se reclama, pouca "caridade cristã". Se bem que o contacto com leprosos deste tipo não deva ser nada agradável e a lepra seja contagiosa, a verdade é que, em geral, a lepra tem tratamento. Se calhar, este tipo de lepra não tem. Quem o acolheu e o pôs a andar, deve estar melhor informado. Se for assim, nada a censurar, que, nestas questões de salubridade pública e em matéria de doenças infecciosas, todo o cuidado é pouco.

E, de facto, tudo se desmoronou

Com a derrota frente à Espanha, por 1-0, desmoronou-se a participação da seleção portuguesa no Mundial de Futebol. Com o país numa situação insustentável (chamo Cavaco, novamente), outro final não seria de esperar. Admirável é que, no prosseguimento da "história" da "Jangada" de Saramago (de que o insustentável Cavaco tanto gostava) o país, já desprendido da jangada, se não tenha ainda afundado. Mas lá chegará, pois Cavaco é que sabe. Pena é que ainda haja quem sustente o insustentável.

Antes que se desmorone ...

Como o país se encontra numa situação insustentável (Cavaco dixit) e como o homem nunca tem dúvidas e raramente se engana (ou ao contrário, que tanto faz) é mais que certo que o desmoronomento não tarda. Aqui ficam, pois, para memória futura,  umas imagens de Castelo Mendo.

 (1)

(2)

(3)
Legenda:
Foto 1 - Porta da Vila, ainda garbosamente em pé !
Foto 2 (Interior) e Foto 3 (Exterior) da Igreja de Nossa Senhora do Castelo. Aqui sim, o desmoronamento já vai em estado adiantado. Querem melhor prova para sustentar a tese do insustentável Cavaco?
(Clicando nas imagens, amplia)

Pelourinhos: Castelo Mendo

Castelo Mendo é uma das Aldeias Históricas de Portugal. Povoação situada na região de Ribacôa, foi sede de concelho entre 1229 (foral concedido por D. Sancho II) e 1855 (reforma administrativa liberal). É actualmente uma freguesia do concelho de Almeida.
O pelourinho, de estilo manuelino, é datado do século XVI (Fonte)
(Clicando nas imagens, amplia)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A queixa da Guedes

Que Manuela Moura Guedes tenha entendido apresentar queixa contra José Sócrates por ele ter considerado que o "Jornal da Sexta" por ela dirigido era "um telejornal travestido, um espaço noticioso que tem como único objectivo o ataque pessoal" é, de facto, uma ironia como salienta o primeiro-ministro. Ironia, porque é a completa inversão das coisas: o queixoso não é a vítima (Sócrates), mas a caluniadora. Ironia também, porque José Sócrates acaba por qualificar (honrosamente) como noticioso, aquilo que não passava de um nojo.
Para além de irónico, o caso revela também que a motivação da senhora Guedes ao apresentar a queixa contra o primeiro-ministro só pode residir no desejo dela em não sair da ribalta. Com efeito, muitos outros qualificaram o seu "trabalho" em termos bem mais ofensivos do que os usados por José Sócrates. Até em directo e cara a cara: o Bastonário da Ordem dos Advogados, por exemplo. Porque não apresentou queixa contra ele ? Ou porque não se queixa ela dos milhares (onde me incluo) que consideram o seu "jornalismo" um nojo?
E por falar nojo, o que dizer da actuação (relatada aqui e aqui) das autoridades judiciárias (Ministério Público e juiz de instrução) neste caso? É só aselhice e incompetência, ou algo mais ? Fiquemo-nos pela aselhice que é já quanto basta para considerar, uma vez mais, que mal vai a justiça deste país.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mundial de Futebol: Portugal - Coreia do Norte : 7-0 (Vídeos - golos)

Palavras para quê, se os números chegam e sobram?
Os golos:

(Raul Meireles)


(Simão Sabrosa)


(Hugo Almeida)


(Tiago)


(Liedson)


(Cristiano Ronaldo)


(Tiago)

Um presidente pequenino

Já se sabia que o actual inquilino de Belém, ainda que empertigado, não passa de um político pequenino e de vistas curtas. Essas características tornam-se mais evidentes, quando em confronto com personagens com outra dimensão e grandeza.
Quando se conhecem os belísssimos textos em língua espanhola publicados por EL PAÍS (da autoria de vários políticos e escritores) dedicados à memória de Saramago, mais clara se torna a pequenez de Cavaco Silva que, ao não comparecer nas cerimónias fúnebres de José Saramago, recusando-lhe uma última homenagem, se mostrou incapaz de compreender a grandeza do escritor e a importância da sua obra na divulgação da cultura portuguesa.
Para vergonha dele (e nossa, porque o elegemos) aqui transcrevo os textos de:

"Memorial del árbol
Tu abuelo, nos contaste, intuyendo el final de su existencia en la Tierra, fue diciendo adiós a los amigos, a su familia, a la naturaleza, porque quería estar lúcido y presente cuando la muerte llegara. Por eso, se abrazaba a los árboles que guardaban las páginas escritas de su vida.
Me llega la triste noticia de tu muerte y te evoco, el verano pasado, en la biblioteca de tu casa de Lanzarote. Vuelves a ser el perfecto anfitrión, el hombre cortés, inteligente, generoso, al que le gusta compartir la amistad. Me honra ser tu invitado. Pilar, tu compañera, tu cómplice, parece señalar en silencio a todos y cada uno de tus personajes en ti: al Ricardo Reis que se compadece de la soledad de los poetas y ayuda a no temer la memoria, a los inventores de artefactos angélicos que quieren enseñar a los seres humanos a volar "aunque les cueste la vida", a aquel alfarero que libra a los esclavos de una nueva caverna porque se niega a aceptar ciertas cegueras que imponen desigualdad y dolor.
Tú, que has sido también todos los nombres, no terminas aquí. 2010 es ya, para siempre, el año de la muerte de José Saramago, pero tus libros forman un maravilloso bosque de dignidad. Y yo me abrazo al árbol para mantener tu memoria.";

e de
"La fuerza de la palabra
Con José Saramago desaparece un novelista enérgico, comprometido con la fuerza de la palabra. Sus libros son testimonio de ello. Intensos, arrebatados, desvelan la precisión visionaria de quien escribía desde dentro, invocando una pasión íntima que surgía de la imaginación, pero que no renunciaba a tener los pies en la tierra, palpando sus contradicciones y sus injusticias. Sé que no compartíamos el mismo horizonte político. Él creía en unos ideales que no son los míos, pero eso no impide que aprecie en su obra la convicción compartida de que la dignidad del hombre, más allá de las diferencias, siempre cuenta. Sus personajes mostraban esta forma de pensar. En ellos latía un aliento pesimista que dejaba abierta una puerta a la esperanza, a la espera de que el lector sacara sus propias conclusiones acerca de su conducta: de lo que hacía con su vida y de cómo lo hacía. El año de la muerte de Ricardo Reis, Memorial del convento o Ensayo sobre la ceguera son ejemplos de este proceder literario. Saramago fue uno de los grandes escritores del siglo XX y un gran amigo de España. El reconocimiento internacional que mereció su obra fue, también, un homenaje esperado al portugués: una lengua portentosa, bella y fértil desde sus orígenes; una lengua próxima, íntima, hermana, como el pueblo que la habla y que siente a través de ella.".

domingo, 20 de junho de 2010

A Comissão de Inquérito e a verdade conveniente

A verdade nas comissões parlamentares de inquérito não é como o azeite. De verdade, nunca vem ao de cima. Tal já é sabido pelo menos desde as sucessivas comissões de inquérito dedicadas ao "caso Camarate", que concluíram, consoante a maioria que nelas prevalecia, ora pela tese do "crime", ora pela tese do "acidente".
A Comissão Parlamentar de Inquérito ao negócio PT/TVI não fugiu à regra. De facto, as conclusões do relatório elaborado  pelo deputado João Semedo (certamente frustrado porque não conseguiu transformar em conclusões finais as suas antecipadas convicções) também não correspondem à verdade e tal afirmação é não só corroborada pelos deputados (e partidos) que aprovaram o relatório, como pelos que se lhe opuseram. Para os deputados que votaram contra (PS) as conclusões do relatório não encontram suporte na prova produzida na comissão e, para quem assistiu à inquirição dos intervenientes no frustrado negócio ( Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, pela PT e Manuel Polanco, pela Prisa), é difícil não lhes dar razão. Mas tal é também confirmado pela posição dos deputados do PSD que,  através de declarações várias, deixaram claro que o voto favorável por parte do PSD (indispensável para a aprovação do relatório)  se ficou a dever apenas a considerações de oportunidade política. Em vez de optarem pela "suposta verdade" do deputado Pacheco, seu companheiro de  partido e o "único iluminado" com a leitura das escutas, os deputados  do PSD optaram pela "verdade conveniente".
Registe-se que o fizeram por uma única razão: medo.

sábado, 19 de junho de 2010

Profissionalismo exemplar, pois claro !

"Professores metem baixa para evitar ver exames" (na primeira página do "Expresso" de hoje, onde também se adianta que o "Júri Nacional garante que a apresentação de atestados é 'recorrente e sistemática').
Por estranho que  possa parecer ainda não vi, nem o Mário Nogueira, nem o professor Guinote, a comentar tão "excelente" exemplo de profissionalismo e, em boa verdade, também ainda não dei conta de que da parte da comunicação social tenha havido alguma diligência para obter da parte de tais personagens alguma explicação, sabendo-se que a dita comunicão social costuma cobrir toda e qualquer iniciativa da Fenprof, com extrema solicitude. Bem se pode dizer que o profissionalismo de uns (professores) tem o seu equivalente no profissionalismo dos outros (jornalistas). 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Na morte de José Saramago


Deixo para outros mais versados os comentários sobre a vida e a obra de José Saramago, o único português laureado com o Nobel da Literatura, o que diz muito sobre a sua grandeza como autor literário. Na data do seu passamento, limito-me a recordar o Memorial do Convento, o primeiro livro de sua autoria a chegar-me às mãos. Para mim permanece a obra mais criativa e mais conseguida das muitas que escreveu. Obra genial de um autor genial. Por ela, principalmente, o recordarei. Que a terra lhe seja leve !
(Imagem daqui)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Em directo (ou quase)...

... de Rapoula do Côa (Sabugal)


Rola-brava (Streptopelia turtur L.)
(Outrora muito abundante, é actualmente pouco frequente encontrar esta ave, na região de Ribacôa. Ontem, porém, a sorte bafejou-me com o seu avistamento. Espero que os estimados visitantes se deliciem também com a vista.)
(Clicando sobre a imagem, amplia)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Em directo (ou quase)...

... de Valongo do Côa (Sabugal

Ponte Romana de Sequeiros sobre o Rio Côa (Monumento Nacional) no termo da freguessia de Valongo do Côa (Sabugal)

Rio Côa a montante da Ponte de Sequeiros)

Rio Côa a juzante da Ponte

domingo, 13 de junho de 2010

Juiz ou parte ?

São da lavra de um senhor que dá pelo nome de António Costa Gomes e ostenta o título de juiz de instrução do processo Face Oculta, as seguintes tiradas:
"Por outro lado, num esforço de concordância entre o direito à palavra e intimidade da vida privada e os poderes que o legislador Constitucional conferiu às comissões parlamentares de inquérito, parece-nos que o envio dos resumos e das transcrições dos produtos referidos, se expressamente solicitado, podendo satisfazer o interesse da CPI na descoberta da verdade, não afecta o núcleo essencial do direito fundamental ao interesse da vida privada (...)"
Se este indivíduo se permite concluir que o envio à CPI das  transcrições das conversações telefónicas interceptadas "não afecta o núcleo essencial do direito fundamental ao interesse da vida privada"  quando a norma constitucional apenas permite intercepções de conversas particulares para fins de processo criminal, tenho eu de concluir que o juiz em causa sofre, pelo menos, de grave iliteracia. E se, por outro lado, até se permite dar conselhos à CPI sobre a utilidade das conversações interceptadas para a "descoberta da verdade" sou, outrossim, forçado a concluir que ele actua, não como juiz, mas como parte.
E a verdade é que a conclusão até não é novidade. Pois não foi ele quem consentiu que as conversas privadas entre o primeiro-ministro e Armando Vara fossem escutadas ao longo de meses, quando o julgamento sobre a licitude de tais escutas é da exclusiva competência do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça ?
E este indivíduo é juiz? 
Ora abóbora!

sábado, 12 de junho de 2010

Em directo (ou quase)...

...do Sabugal

(Castelo)

[Sequóia-gigante (Sequoiadendrom giganteum Buchholz) árvore centenária existente no jardim à beira do Côa]
(Clicando nas imagens, amplia)

Mundial de Futebol: - Inglaterra - Estados Unidos: 1-1 (Vídeo - Golos)

O jogo Inglaterra - Estados Unidos saldou-se por um empate (1-1), uma supresa para quem apostava no favoritismo da equipa inglesa.  Mas futebol é mesmo assim, sendo certo que o resultado até se pode considerar equilibrado. É verdade que o equilíbrio no resultado ficou a dever-se a um grande "frango" do guarda-redes inglês, mas casos desses não são infrequentes no futebol.

Vejamos o golo e o "frango".

Golo de Inglaterra (Steven Gerrard num belo golo)



Golo dos Estados Unidos (golo de Clint Dempsey, contando com as facilidades de Robert Green)

Mundial de Futebol: Argentina - Nigéria: 1-0 (Vídeo - Golo)

Bastou um golo solitário de Gabriel Heinze para a Argentina levar a Nigéria de vencida. A Argentina, porém, mereceu a vitória, face a uma equipa nigeriana sem garra.

O Golo:

Jogos do Mundial de Futebol: - Coreia do Sul - Grécia: 2-0 (Videos - Golos)

Os gregos viram-se mesmo "gregos" frente à equipa da Coreia do Sul que venceu com todo o mérito, com dois golos, um em cada metade da partida.
Vejamo-los:

Golo de Jung Soo Lee



Golo de Chu Young Park

Um Cavaco insustentável

Cavaco Silva afirmou no seu discurso do 10 de Junho, que Portugal está numa "situação insustentável". Não é essa a minha modesta opinião, mas se esse é o seu entendimento, importa dizer-lhe, se acaso ele não tem consciência disso, que ele o primeiro responsável e, por isso, também é a ele que cabe, como garante do regular funcionamento das instituições da República tomar as medidas necessárias para reverter, de imediato, a situação. E não pode refugiar-se em vagos apelos à coesão, pois já tem obrigação de saber que, por aí, não vai a parte nenhuma.
Se, por calculismo ou oportunismo eleitoral, ou por qualquer outra razão, ele não for capaz de tomar as decisões que são, do seu ponto de vista, necessárias, para pôr termo à situação, é claro, do meu ponto de vista, que ele não tem condições para exercer as funções para que foi eleito. E, assim sendo, é ele, afinal, quem está e continua a estar numa situação insustentável.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mundial de Futebol - O Dia da inauguração e dos empatas (Golos videos)

O dia da inauguração do Mundial de Futebol na África do Sul, ficou assinalado, pela festa, sem dúvida, mas também por dois jogos que terminaram com empates:

África do Sul - México :1-1
Os golos
Golo da África do Sul(Tshabalala)


Golo do México (Rafael Marquez)


França - Uruguai: 0-0
Embora a França me tenha parecido uma equipa mais consistente a verdade é que não conseguiu levar o seu adversário de vencida, mesmo após a expulsão do jogador uruguaio, Nicolas Lodeiro.

Em directo (ou quase)...

...da Serra do Açor

(Aldeia de Piódão - Arganil)

(Igreja de Piódão)

(Fraga da Pena - Serra do Açor - freguesia de Benfeita - Arganil)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Espanha a golear a Polónia: 6-0 (Videos - Golos)

Golos com fartura e  para todos os gostos no jogo de preparação para o Mundial entre a Espanha e a Polónia. A Espanha é, seguramente, uma grande candidata ao título de campeão mundial de futebol. É o meu palpite.
Os golos:

 





terça-feira, 8 de junho de 2010

Portugal - Moçambique: 3-0 (Videos - golos)

Um jogo de preparação para o Mundial, entre Portugal e Moçambique, que não fica para a história.
Fica o registo dos golos:
Golo de Dani


Golos de Hugo Almeida (2)



segunda-feira, 7 de junho de 2010

"Ir para fora cá dentro (IV)

Ainda antes de Cavaco Silva ter feito a sensacional descoberta de que “férias passadas no estrangeiro são importações e aumentam a dívida externa portuguesa”, já o "Terra dos Espantos" se tinha empenhado na campanha "Ir para fora cá dentro".
Para que não se diga que sou insensível ao apelo de Cavaco, retomo a campanha. E, agora, com muito maior empenho, claro está. Até porque, se calhar, ainda vou a tempo de receber uma comenda. Sabe-se lá !
Mesmo sem comenda,  aqui fica a sugestão. Que tal um passeio pela Zona do Pinhal (Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei)?
Paisagens deslumbrantes e correntes de água límpida não faltam e, pelo menos, na Sertã, come-se bem. E barato. Entretanto, fiquem com este "cheirinho".
(Ribeira da Sertã - Troviscal)
Sertã - "Ponte romana" (?)

Que tal está a moenga, hein!

Se a Alemanha sente necessidade de seguir por este caminho, eu diria que é quase "o fim do mundo". E ainda há, por cá, gente que julga que se pode brincar com as medidas de austeridade. Rezemos a todas os santos e santas para que não tenhamos que ir mais longe. Incluindo Santa Bárbara.
Não era a outra que falava num "abalozito de terra"?  Pelos vistos, é mesmo um terramoto. Se chegou até à Alemanha, é mesmo de grande amplitude. Ou será antes, parafraseando Sócrates, uma tempestade perfeita ?

Bora, já !

Como bem disse o deputado José Manuel Pureza (BE) as palavras de Passos Coelho (“ Nós devíamos limitar em Portugal, por lei, as pensões máximas e aquelas que se podem acumular (...) a tendência deveria ser cada vez mais não há acumulação de pensões”) não são para levar a sério.
O "devíamos" e o "deveria" revelam logo que o discurso não passa de conversa da treta.
Mas para melhor prova, pergunto: Quem é que o impede de apresentar na Assembleia da República, através do partido que lidera (PSD), um projecto de lei nesse sentido ?
Bora, já !

domingo, 6 de junho de 2010

Olha a descoberta !

Cavaco Silva, em mais um apelo destinado a cair em saco roto, recomenda aos portugueses para fazer férias "cá dentro", com o argumento de que as “férias passadas no estrangeiro são importações e aumentam a dívida externa portuguesa”.  “Sei muito bem daquilo que falo, porque conheço os números”, diz ele, com o ar de quem acaba de fazer uma grande descoberta, só ao alcance de um grande "crâneo".
Ridículo diria eu, pois não é preciso ser economista para chegar a tão brilhante conclusão e não é certamente com apelos destes que se promove o turismo interno. Com uma campanha bem organizada, talvez.

Avançar às arrecuas

Depois da prioridade dada à retoma da economia, através de uma política de estímulos, a nova palavra de ordem do G20 é a consolidação das finanças públicas. E não vê nisto nenhuma contradição. Se calhar, com razão. De facto, também é possível avançar às arrecuas.
Não é, seguramente, esta a melhor forma de caminhar em frente, mas, pelos vistos, quem mais ordena são os mercados financeiros. E, por isso, quanto à regulação destes mercados, o G20 limita-se a marcar passo. Se eles é que mandam, compreende-se.

sábado, 5 de junho de 2010

Até "onde chega a miséria moral" ?

Por exemplo, a de um indivíduo que dá pelo nome de José Manuel Fernandes e que, em crónica na edição de ontem do "Público", jornal de que foi director, se pôs a sentenciar sobre " a miséria moral da esquerda jacobina que temos"?
Não será este indivíduo o mesmo que é responsável, juntamente com o jornalista Luciano Alvarez, pelo caso mais vergonhoso de manipulação jornalística e política de que há memória, o das suspeitas sobre as escutas em Belém e que nem sequer teve a hombridade de contestar as responsabilidades que o assessor da Presidência, Fernando Lima lançou, nas páginas do "Expresso", sobre o jornal de que ao tempo era director?
Não será este individuo, o mesmo que apoiava incondicionalmente o ex-Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush e que defendia, à outrance, de par com o JPP, a guerra do Iraque, como o mais fanático  dos neocons ?
É, de facto, este o mesmo indivíduo que, para levar a sua água ao seu moinho, nem recua, ao longo da crónica, em citar o caso de Inês de Medeiros, afirmando que a ora deputada se candidatou, apresentando uma morada em Lisboa, quando se sabe que tal afirmação é redondamente falsa, havendo documentação tornada pública que prova exactamente o contrário.
Que moral tem, pois, este indivíduo para dissertar sobre a moral dos outros ?
Nenhuma. E vergonha também não.
(Fica-me ainda uma dúvida que gostava de tirar a limpo. Não terá sido este indivíduo o jornalista que quando estava no Público,escrevia reportagens em Israel com tudo pago pelas autoridades israelitas ?)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A tradição ainda é o que era

Infelizmente e pelos vistos,  a política dos Estados Unidos em relação a Israel, com Obama na Presidência, continua, mais vírgula, menos ponto, a ser mesma. Política que continua a consentir a manutenção dum bloqueio que é uma vergonha para toda a humanidade, pois representa a contínua humilhação de toda a população de Gaza, transformada em prisioneira na sua própria terra.
Comprendem-se as preocupações de Israel, com a sua segurança, bem como a preocupação dos Estados Unidos relativamente à segurança do seu aliado, mas já não dá para entender a cobertura dada pelos Estados Unidos a todos os crimes que o Estado de Israel tem cometido, a começar pelo crime continuado que é o bloqueio a Gaza. Sim, porque o bloqueio imposto a Gaza é criminoso face ao direito internacional. É que, para além de qualquer outra consideração de natureza humanitária, vai contra as próprias resoluções das Nações Unidas.
E se digo que não dá para entender é porque até parece que que a nação mais poderosa do mundo não são os Estados Unidos, mas sim o Estado de Israel. Dir-se-ia, face à política seguida pela diplomacia americana em relação ao Médio Oriente que quem manda na política dos Estados Unidos não é o Presidente Obama, mas sim o senhor Benjamin "Bibi" Netanyahu. Vá lá saber-se porquê. Será que o lóbi judaico explica tudo ?
Não sei responder. O que vejo é que o mundo está nas mãos do senhor "Bibi". E muito mal entregue a meu ver.

Também lhe tiro o meu chapéu.

Val, independentemente de qualquer outra consideração, o Rui Tavares merece, de facto, a chapelada.
Aqui vai!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Estados de alma

Volta não volta, Cavaco Silva vem dar-nos conta dos seus estados de alma, dizendo que anda "preocupado". Com isto e mais aquilo. Parece que tem agora mais uma razão para estar preocupado.
Com efeito, verifico hoje, na edição impressa do "Público", que ainda antes de Paulo Portas ter confessado que daria um apoio total e incondicional a uma candidatura presidencial de Bagão Félix, já Santana Lopes, em entrevista à TVI 24,  se havia pronunciado sobre a promulgação por Cavaco Silva da lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, adiantando não poder "votar num Presidente que promulga uma lei como esta e não toma uma atitude", defendendo, outrossim, que o centro-direita precisa de uma voz que a represente nas próximas presidenciais.
Significará isto que a ruptura entre Cavaco e a direita é mais séria do que aparentava ser à primeira vista? Ou se simplesmente a manifestação, sem consequências de maior, do estado de alma de Santana Lopes que entendeu chegada a altura de devolver a Cavaco Silva o qualificativo de "má moeda"?

Presidenciais

Já assumi, em vários escritos, que, embora discordando da excessiva aproximação de Manuel Alegre ao BE, durante a última legislatura, e da ainda maior colagem do Louçã à sua candidatura, irei votar Alegre nas próximas presidenciais. Até porque o candidato tem defendido, quer no discurso de anúncio da candidatura, quer posteriormente, muitas ideias com as quais me identifico e, ultimamente, tem tomado posições que mais reforçam a minha decisão. Nesse sentido, devo dizer que, ontem mesmo,  na entrevista dada à RTP, Alegre teve uma excelente prestação.
A decisão, porém, também tem a ver com as eventuais candidaturas em presença. Passemos, pois, um olhar sobre elas.
Fernando Nobre pode ser uma excelente pessoa, opinião que não contesto, mas é evidente que não tem, nem experiência política, nem parece possível defini-lo politicamente, tantas  e tão variadas têm sido as suas opções em anteriores actos eleitorais, opções que vão desde a extrema esquerda (BE) até à direita (PSD). Para mim, é abrangência a mais.
No provável candidato Cavaco Silva, por variadíssimas razões, já expressas aqui no blogue, só posso dizer, como diria o outro, JAMAIS. E não é, seguramente, pelas razões que levam a direita conservadora a andar à procura de outro candidato, gorada que está, para já e aparentemente, a hipótese Bagão Félix. Faço a ressalva, porque não me parece de todo improvável que Bagão Félix possa vir a mudar de posição, considerando que poderia contar, à partida, com o total apoio do CDS, nas palavras de Paulo Portas.
As afirmações de Paulo Portas têm também o significado inequívoco de que a direita está, no mínimo, desconfortável com a posição tomada por Cavaco Silva ao promulgar a lei dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo: pelo facto em si e pelas razões invocadas. Neste ponto, há que reconhecer que a direita tem alguma razão. Não a tem quando Cavaco alega que a lei acabaria por ser aprovada de novo no Parlamento por uma maioria que o obrigaria a promulgá-la, salvo, naturalmente, se renunciasse ao cargo (e Cavaco, neste ponto, estava a ser realista). Mas já a tem quando Cavaco faz referência à situação de crise (a justificação, neste particular, é, para não dizer mais, oportunista).
Tenho por seguro, face à posição de Portas, que, se as eleições estivessem por perto, Cavaco teria perdido uma boa parte do eleitorado situado à direita. Como as eleições ainda vêm longe, se Bagão Félix não assumir, entretanto, a incumbência, ou não surgir outro candidato no lugar dele, as perdas de Cavaco acabarão por ser insignificantes. Porque a memória do eleitorado é curta, como o demonstra a recuperação da popularidade de Cavaco. De facto, quem é que ainda se lembra da vergonhosa actuação de Cavaco Silva, durante o Verão passado, no "caso das escutas"? Ou do patético discurso por ele proferido após as eleições a propósito do mesmo caso? A julgar pelos índices de popularidade, a maioria do eleitorado já não se lembra. Sorte a dele, se se vier a recandidatar e azar o nosso.
E, por ora, a propósito de presidenciais, disse.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O crime compensa ?

Em comentário a mais este veredicto (hoje, também os jornais estão para aí virados) direi que uma sentença a condenar médicos por passarem atestados falsos é de certeza raríssima (ou até singular) o que não deixa de causar grande perplexidade, sabendo-se que actos dessa natureza não são invulgares. Pelo contrário, são o pão-nosso-de-cada-dia. E acolhidos sem nenhum sobressalto por parte da generalidade da população, mesmo sabendo-se que essa prática é criminosa e lesiva do interesse geral.
Mas disso não têm culpa os senhores juízes que sentenciaram a condenação. Pelo contrário, se prova foi feita, como parece pela leitura da notícia, só merecem encómios.
Os elogios, porém terminam aqui, porque a medida da pena, estando em causa uma actividade continuada, não parece adequada, nem à culpa, nem à gravidade do ilícito. De facto, presumindo eu, por falta elementos na notícia em referência, mas de acordo com as regras da experiência, que a prática dos actos ora sancionados era remunerada, bem se pode dizer, face às multas aplicadas, que o crime compensa. E, como é óbvio, não deve compensar, sob pena de a sanção nem sequer servir como prevenção. Nem geral, nem especial.

O discurso da tanga segue dentro de momentos (3)

A EDP está entre as cinco melhores empresas do mundo na energia, segundo a FORBES.

À atenção do senhor Palma (João) e do senhor Martins (António)

Lembrando que os arguidos eram acusados pelo Ministério Público de mais de 500 crimes (500!) e não pondo em causa a justiça do veredicto, restam, em alternativa, duas opções, em escolha livre: ou os juízes portugueses são muito exigentes em matéria de prova, ou os representantes do Ministério Público não sabem o que andam a fazer. Porque este não é caso único.
Uma certeza tenho: a Justiça portuguesa não merece crédito e envergonha o país. À atenção do senhor Palma (João) e do senhor Martins (António).

É, mas não parece...



... um chefe de Estado. Um avô enternecido, tudo indica. Mas a precisar de descanso...
(Fonte do vídeo)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Portugal - Camarões: 3 - 1 (Os golos - Vídeos)

Depois do jogo descolorido contra a equipa de Cabo Verde, hoje, no jogo de preparação para o Mundial, disputado contra os Camarões, a equipa portuguesa já esteve melhor, embora sem deslumbrar. Alguns jogadores estão ainda longe da sua melhor forma. Destaque uma vez mais para Nani (1 golo) e desta feita também para Raul Meireles (2 golos). Destaque ainda para a expulsão de Samuel Eto'o. Não havia necessidade, como diz o outro.
Mas vejamos os golos:

Golos de Meireles (2)




Golo de Webó (Camarões)



 Golo de  Nani

Quando o discurso não cola

Só de raspão me referi à mais recente "maior manifestação de sempre" promovida pela CGTP e animada pelo PCP e pelo BE. Alegadamente em defesa dos trabalhadores. Trata-se, como é óbvio, do exercício legítimo e incontestável de um direito constitucionalmente garantido e que importa respeitar, o que não significa, no entanto, que não se possa questionar a oportunidade da manifestação e a coerência de alguns participantes e promotores. Refiro-me em particular ao PCP, cujo discurso, a meu ver, não cola com a sua praxis no relacionamento com outros partidos ditos comunistas. Não se pode, na verdade, ter um discurso em defesa dos trabalhadores, para português ouvir, e manter ao mesmo tempo relações de amizade com regimes, como o regime "comunista" chinês, que, nos dias de hoje, é o símbolo máximo da exploração de quem trabalha. O PCP não ignora, por certo, que os trabalhadores chineses estão sujeitos a uma sobre-exploração que passa por salários miseráveis e por condições de trabalho quase inimagináveis, onde não cabem, nem o direito a férias, nem o direito à greve, nem o direito de manifestação. Se o PCP (que até se considera internacionalista) estivesse genuinamente interessado na defesa dos trabalhadores portugueses teria, antes de mais, que defender os mesmos direitos para os todos os trabalhadores em qualquer parte do mundo e independentemente do regime. Não o fazendo, legitima pelo menos a dúvida sobre a genuinidade das suas intenções.
Digo isto, porque, curiosamente e a meu ver, a melhor forma de garantir melhores condições para os trabalhadores portugueses, como, de resto, para os trabalhadores dos demais países em geral, passa, sem qualquer dúvida, pelo fim da sobre-exploração dos trabalhadores chineses. Não se ignora, com efeito, que é graças a essa sobre-exploração que a China inunda o mercado internacional com produtos a preços que os demais países não conseguem combater devido, em boa medida, aos custos do factor trabalho muito superiores aos verificados na China "comunista". E não conseguindo competir, não vendem. Para terminar este impasse, não parece haver senão estas saídas: ou aumentam os níveis salariais e os direitos laborais dos trabalhadores chineses, ou  diminuem os salários e regalias sociais dos trabalhadores do resto do mundo e em particular do mundo ocidental, ou, em alternativa, os produtores não chineses conseguem ultrapassar o problema por via da inovação, sendo evidente que, nesta hipótese, é inevitável o sucessivo aumento do desemprego, com todo o seu cortejo de miséria e pobreza.
Trata-se nestes dois casos, como é evidente, de alternativas indesejáveis e que importa afastar. Evitá-las passa, sem sombra de dúvida, pela primeira alternativa. Mas, sendo assim, bem se pode dizer que, nos dias de hoje, a defesa dos interesses dos trabalhadores portugueses (e não só) está mais nas mãos dos trabalhadores chineses e na sua capacidade de rejeitarem o trabalho quase escravo a que estão sujeitos do que nas mãos dos promotores de qualquer manifestação, por muito bem intencionados que sejam.
Se não é assim, digam-me porquê. Estou sempre disposto a aprender.

A "justificação" do massacre

A propaganda israelita, numa tentativa para justificar ou branquear o massacre perpetrado a bordo do navio turco Marvi Marmara, um dos que transportava ajuda humanitária para Gaza, pôs a circular dois vídeos (abaixo). Num vêem-se os militares israelitas a descer por cordas para o navio e a serem recebidos à bastonada. No outro mostram-se as "armas" encontradas a bordo: fisgas, berlindes, (ou pequenas bolas de plástico ?)e bastões de diversos tamanhos, em metal (ao que parece), material que não falta em qualquer barco.
A divulgação destes vídeos acaba por produzir um efeito contrário ao pretendido. De facto, como é que os israelistas queriam ser recebidos no barco que estavam a assaltar? Com flores ? Onde é que já se viu piratas assaltantes serem recebidos de braços abertos?
E que dizer das "armas"? Não havendo sequer uma arma de fogo para amostra, como é que se pode justificar o massacre que se seguiu ao assalto?
Não são só as armas (israelitas) que matam. O ridículo também mata. Pelo menos as justificações da propaganda israelita, que não evitaram a condenação do ataque israelita no Conselho de Segurança da ONU.