segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A criação de empregos incomoda-o?



Francisco Louçã pediu hoje esclarecimentos ao Governo sobre a criação de 1200 postos de trabalho na PT. Pela questões postas, até parece que o que incomoda o deputado do BE não é o desemprego, mas a criação de novos empregos. Será que para Louçã, quanto pior, melhor ?
Se tem dúvidas sobre a qualidade dos empregos criados com o call center da PT a instalar em Santo Tirso, porque não se dirige aos candidatos ao novos empregos que, decerto, não faltarão ? Os empregos criados poderão não ser empregos de primeira, mas o pouco é sempre melhor que nada.
Não parece ser esse o entendimento do senhor deputado do BE a quem, pelos vistos, tudo serve para criticar o pouco que vai sendo possível fazer em matéria de criação de emprego. Imagine-se que até se lembrou que a PT "despediu e reformou antecipadamente milhares de trabalhadores efectivos ao longo dos anos mais recentes". Onde é que isso já vai ! E daí, pergunto eu, era melhor ir criar o novo call center em Marrocos ou noutro país de mão de obra mais barata? Pela conversa do senhor deputado até parece que sim.
Em política, como em muitos outros aspectos da vida social, o óptimo é, muitas vezes, inimigo do bom. Eis uma verdade que, a este propósito, convém aqui lembrar.
(A imagem foi recolhida aqui)

Lá como cá ...



A receita mágica para resolver a crise que afecta os países ocidentais parece ser idêntica em toda a parte: moderação salarial.
Assim está a ser em Espanha, onde vemos o ministro da Economia, Pedro Solbes, à semelhança do que por cá se tem passado, a defender essa tese. E todavia, lá como cá, não me parece que a crise se possa atribuir aos trabalhadores, nem aos aumentos (?) salariais e sim à desregulação financeira (que levou à crise do subprime), ao encarecimento das matérias primas (em particular do petróleo) e, no caso português, também, à impreparação e fraco dinamismo dos nosso empresariado, para já não falar da fraude fiscal em larga escala bem patente nos processos em que estão envolvidos alguns bancos e algumas grandes empresas.

Parece chegada a altura de os sacrificados não serem sempre os mesmos e de os trabalhadores colherem algum benefício das recentes descidas do preço do petróleo e dos bens alimentares, no mercado internacional, desde que, naturalmente, haja folga para tal, hipótese que, neste momento, dada a razoável performance da economia portuguesa no último trimestre, se antevê como perfeitamente possível.
(Imagem copiada aqui)

A liberdade de informação em causa




Trinta e quatro anos após o 25 de Abril ainda há em Portugal quem conviva mal com a liberdade de informação.
Desta vez foi o Benfica a impedir um jornalista da SIC de exercer o seu trabalho nas instalações do clube. Casos como este são, no entanto, frequentes no mundo do futebol, sendo que o Futebol Clube do Porto é useiro e vezeiro em atitudes deste tipo.
Neste aspecto, como noutros, infelizmente, o futebol parece viver noutro planeta. Ora bem, parece-me chegada a altura de pôr os pontos nos is, também nesta matéria, penalizando a doer os infractores sempre que for caso disso.
Os clubes de futebol podem (e estão no seu direito) de não gostarem da divulgação pelos media de notícias que os não favoreçam. Todavia, quando tal aconteça e os clubes considerem que os seus direitos foram violados pela comunicação social têm sempre à mão a possibilidade de recorrer aos meios próprios (inclusive os judiciais) para obterem a devida reparação.
É que, por muito que pese a alguns senhores do futebol, vivemos num Estado de direito, embora, pela impunidade que por aí vai, às vezes não pareça.
(Ilustração retirada daqui)

Prata que sabe a ouro

Vanessa Fernandes obteve hoje a medalha de prata na prova de triatlo nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Perante a mais que modesta participação dos atletas portugueses nos Jogos Olímpicos de Pequim, a medalha de prata obtida por Vanessa Fernandes sabe a ouro. E mesmo que outra tivesse sido a realidade da participação portuguesa, Vanessa Fernandes sempre teria ganho as medalhas de ouro da simplicidade, da simpatia e da tenacidade.
Parabéns !
(A imagem foi copiada aqui)

domingo, 17 de agosto de 2008

Citações #16


Faço minhas, sem comentários adicionais, por serem dispensáveis, as palavras de Ferreira Fernandes no DN Online de hoje

"QUEM PENSA ELE QUE É PARA ME PEDIR DESCULPA?
Ontem, estivesse eu ao pé, ele haveria de ouvir das boas. O tolo! Mas quem pensa ele que é para ousar fazer o que fez? Virar-se para mim e dizer: "Peço desculpa!!!" A frase inteira até é assim: "Agradeço a todos, porque estiveram a ver-me na televisão, e peço desculpa." Eu estive a ver televisão e tomo a frase para mim: Francis Obikwelu pede-me desculpa!
Ele ainda há-de engolir essas palavras. Não perde pela demora. Aproveitou dizer isso agora que estamos com meio mundo a separar-nos, mas hei-de encontrá-lo. E bem pode ele ter mais um palmo de altura, mais bíceps e várias décadas menos. Vou--me a ele e espeto-lhe o dedo no peito: "Oiça lá, meta as desculpas onde quiser. Eu não as admito, ouviu?! Eu de si só quero que aceite o que tenho a agradecer-lhe." E, depois, desbobino tudo.
Desde logo aquele dia de Atenas em que fiquei sentado no estádio muito mais tempo do que ele levou a fazer - a uma vintena de metros dos meus olhos - os seus 100 metros de prata. Varreu-se-me o rapaz que lhe ficou à frente e todos os outros. Só ele contava não porque fosse belo a correr - todos os velocistas são belos a correr - mas dele sabia-lhe a história. Claro que o isco era ele ser do meu país, mas os iscos servem para fascinar, não para cativar. E eu de Francis Obikwelu, estava, estou cativo. Toda a minha vida foi feita para saber admirar homens assim. Ele ia na volta de honra, com uma bandeirinha, e eu sentado, sem gritos, nem aplausos, com o silêncio que me dou quando pratico a minha religião. A minha religião são os homens.
Eu já vivi, de casa montada e cultura bebida, em três países, sou filho e neto de emigrantes, sei que as pátrias mudam. E que ele há homens e ele há homens e que os primeiros são-me os preferidos: os que fazem seu o lugar onde estão. O africano Francis Obikwelu veio para Portugal aos 16 anos (o meu pai foi com um ano mais para Angola com um irmão mais novo, só os dois). Obikwelu trabalhou nas obras - e, diz-se, acarretando os sacos de cimento arranjou a estrutura muscular que haveria de o prejudicar nos arranques das corridas (ser pobre paga-se). Para fazer aquilo que queria, atletismo, chegou a dormir sob as bancadas do estádio do Belenenses.
Aconteceu que Francis Obikwelu encontrou uma família portuguesa que lhe deu a mão e aconteceu que a essa família ele deu aquele sorriso com que brindou o Ninho de Pássaro, ontem, antes de sabermos que era a sua derradeira corrida. Com Portugal, Obikwelu fez o mesmo, um contrato. Coisa entre iguais: eu dou e tu dás.
Sendo assim, porque digo que lhe estou agradecido? Porque são raros os que, como Obikwelu, não pedem, trocam. Ou, melhor, não são raros, fala-se de mais é dos outros. Ontem, lamentando não ter dado o que os portugueses esperavam, Obikwelu disse: "Este é o meu trabalho e queria pelo menos dar uma final aos portugueses."
Repararam na palavra? Trabalho. É a palavra dos homens. Obrigado, Obikwelu."
(Imagem tirada daqui)

A especulação sumiu-se ?


Como por magia, o preço do petróleo tem vindo a baixar nas últimas semanas, cotando-se hoje, em Nova Iorque, pouco acima dos 111 dólares, depois de ter atingido em Julho o preço recorde de 147,27 dólares.
Explicações para o fenómeno: subida do dólar americano, abrandamento das economias, com a consequente diminuição da procura e, creio, recuo da especulação.
Não me admiraria, aliás, se, nos próximos tempos, o preço do crude viesse a manter a tendência para a descida. É que, nas actuais circunstâncias, a especulação contando com o aumento do preço, é um risco demasiado grande. Veja-se que nem a guerra entre a Rússia e a Geórgia provocou mais que um ligeiro e pouco duradouro aumento.
(Imagem colhida aqui)

A ferro e fogo ?

Lendo os comentários que se vão tecendo a propósito de novos incidentes com armas de fogo ocorridos na última madrugada na Quinta do Mocho, no concelho de Loures de que resultaram a morte de um jovem de 20 anos e ferimentos em cinco outras pessoas, fica-se com a ideia que estes problemas se resolvem com ferro e fogo, ou então com um polícia a cada esquina. Está bem de ver que nem aquele método é eficaz, nem esta solução é possível. Recordo, a propósito, que ainda há dias, com a morte do assaltante do BES, vários comentadores admitiram que tal ocorrência podia servir de dissuasor para futuros assaltantes e foi o que se viu: os assaltos a bancos, se não aumentaram, também não diminuíram.

O reforço policial, mais e melhor educação e a melhoria das condições de vida das populações poderão contribuir para a diminuição da violência, mas não devemos ter muitas ilusões a este respeito: violência sempre a teremos ou não fosse verdade que homo hominis lupus est. Esta máxima tanto é válida ao nível da actividade económica, onde foi primeiramente referenciada, como em qualquer outro plano das relações humanas.
(Ilustração encontrada e retirada daqui)

Alucinações...


De cada vez que Alberto João Jardim abre a boca, sai asneira.
O nosso homem nem vê que, ao defender um movimento nacional (conceito com claras conotações fascistas) está, afinal, a pôr em causa o seu próprio partido que, pelo que se deduz das suas palavras, será incapaz de fazer frente a Sócrates.
Ouvir A.J.Jardim falar de perigo de um estado policial não deixa de ser irónico. Para falar nesses termos, das duas uma: Ou está a ver-se ao espelho ou sofre de alucinações. Pelo que se tem visto e tem sido relatado, é na Madeira que existe um claro défice democrático. As suas consecutivas vitórias eleitorais e por números que em democracia nunca se usaram, provam à saciedade que na Madeira só formalmente existe democracia. O desrespeito sistemático pela oposição, mesmo na Assembleia Regional, onde tem assento, são prova disso mesmo.
Falar de estado policial num país, onde a toda a hora, se insulta o primeiro-ministro, por todas as formas e feitos, na mais completa impunidade, só pode passar pela cabeça de um alucinado. É o caso.
ACTUALIZAÇÃO: Confirma-se a ideia exposta supra de que Jardim está desgostoso com o seu próprio partido, pois já fala da criação de um novo partido que faça oposição a sério no país. Excelente ideia, desde que ele seja o líder. É que faz imensa falta um partido da palhaçada!
ADENDA em 18/08: E Jardim insiste na sua ideia de criação de um Partido Social Federalista, que prevê para depois de Outubro de 2009, admitindo claramente a ruptura com o PSD. Isto, presumo, só se as eleições em 2009 não correrem de feição ao PSD. Tais afirmações foram proferidas pelo líder madeirense após a tradicional "aula" da denominada "Universidade de Verão" que decorre num dos bares da praia da Ilha Dourada. Está certo!
(Ilustração copiada aqui)

sábado, 16 de agosto de 2008

Não sabem ler ?

O vereador da Câmara do Porto, Manuel Sampaio Pimentel convocou uma conferência de imprensa para acusar a ASAE de ter ordenado o encerramento, por tempo indeterminado, do mercado do Bom Sucesso, no Porto, criticando ao mesmo tempo a “falta de bom-senso e a irresponsabilidade” daquela entidade de fiscalização.
Vai-se a ver, afinal, a notificação efectuada pela ASAE à Câmara do Porto diz apenas respeito ao encerramento das bancas do peixe. Mas foi preciso vir o presidente da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) prestar esse esclarecimento.
Será que na Câmara do Porto não sabem ler ? Só sabem tresler?
Está visto que até a ileteracia serve para atacar a ASAE.
(A imagem foi copiada aqui)

Mais Uma ...

O SPORTING acaba de ganhar mais uma SUPERTAÇA CÂNDIDO DOS REIS, ao vencer o Futebol Clube do Porto por 2 -0.
PARABÉNS ao SPORTING e a DJALÓ e PATRÍCIO, os heróis do jogo!

Contra o chico-espertismo

Todos os que pagam pontualmente os seus impostos, às vezes com língua de palmo, não podem deixar de apoiar todas as medidas que venham a ser tomadas visando acabar ou diminuir a fraude fiscal.
Admite-se que a colecta a arrecadar pela via anunciada não venha a atingir grande montante. Todavia, sempre terá o mérito de contribuir para chamar à pedra os chico-espertos que por aí pululam.
Pena é que as Finanças não tenham ainda posto todos os seus recursos informáticos na detecção das divergências entre os rendimentos declarados pelos contribuintes e os seus sinais exteriores de riqueza, como se pode ler no PUBLICO, na sua edição impressa de hoje. Face ao que se vê, por esse país fora, parece seguro que a colecta arrecadada através desta operação seria bem mais rendosa.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

The amazing Italy...


A civilizadíssima Itália (a quem o mundo muito deve) não cessa de nos surpreender, pela negativa, desde que Berlusconi regressou ao poder. Ora são os romenos, ora os ciganos, ora os emigrantes em geral, as vítimas da perseguição por parte das autoridades italianas.
O caso recente das duas crianças ciganas mortas por afogamento que permaneceram largo tempo expostas numa praia italiana, perante a indiferença geral e agora o caso de uma imigrante fotografada seminua no chão de uma esquadra de Parma são exemplos chocantes de desumanidade.
Tão chocantes que até os italianos reagiram com surpresa e indignação, desta feita. E, no entanto, o que se está a passar não é nada que os italianos não pudessem ter previsto quando reelegeram Berculosconi que, já em anterior mandato, tinha dado provas do seu reaccionarismo. Como é que o povo italiano tomou uma tal opção, eis o que não pode deixar de nos causar espanto !
(Imagem retirada daqui)

Os primeiros frutos


Como qualquer outro conflito, a guerra entre a Rússia e a Geórgia terá consequências. A primeira está já a vista: As negociações entre os Estados Unidos e a Polónia sobre a instalação de interceptores do escudo antimíssil que já se arrastavam, há algum tempo, tiveram agora, na sequência daquele conflito, um rápido desfecho.
A Rússia, ao intervir no conflito, pela forma arrogante como o fez, demonstrou que não se resigna a ser tida como uma potência internacional de segunda ordem e que está pronta, depois de lambidas as feridas dos anos subsequentes à dissolução da URSS, a reassumir a sua vocação imperial.
A Polónia, pelo menos, não teve dúvidas acerca dessa realidade e os Estados Unidos, pelos vistos, também não.
O agravamento das relações com EUA de que fala o o chefe adjunto do Estado-Maior russo Anatoli Nogovitsyne é quase certo, mas não ficará a dever-se à assinatura do acordo entre os Estados Unidos e a Polónia. Será antes uma outra consequência resultante da intervenção da Rússia no conflito com a Geórgia, na sequência da ofensiva desencadeada por esta na Ossétia do Sul. A desconfiança dos países ocidentais perante a Rússia vai certamente agravar-se e Moscovo não podia ignorar tal consequência, pois é evidente que, se uma política imperialista tem as suas vantagens, também tem os seus inconvenientes. Os Estados Unidos, com a sua intervenção no Iraque, são um bom exemplo disso mesmo.
(Imagem tirada daqui)
ADENDA: A Ucrânia também não perdeu tempo a tirar conclusões da investida russa na Geórgia: Mostra-se disposta a colocar os seus radares de defesa antimíssil à disposição do Ocidente e expulsar a frota russa da base alugada por Moscovo em Sebastopol, na Crimeia.

E se metesse a viola no saco ?



O Presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, terá razão para criticar, como fez, o silêncio do Ocidente face às provocações de Moscovo, se, porventura, antes de iniciar a ofensiva contra a Ossétia do Sul, recebeu luz verde dos países amigos e, designadamente, por parte dos Estados Unidos de quem tem sido um aliado fiel. Se assim foi, tem razão de queixa, mas tal hipótese não parece muito credível até pela reacção frouxa dos Estados Unidos perante o avanço das tropas russas. Se partiu para o ofensiva, por sua alta iniciativa, (como parece mais provável) só tem de se queixar da sua incompetência, pois era claríssimo que Rússia não deixaria de intervir e ele tinha obrigação de o saber. Sabendo-o e não ignorando, decerto, que também em termos militares, a Geórgia não passa de um anão face à Rússia, só por pura estultícia é que se explica a ofensiva por si desencadeada.
Mais que queixar-se dos outros, deve ele bater no peito e com força, porque é o primeiro responsável por milhares de mortos de um e de outro lado do conflito.
(Ilustração retirada daqui)

Um racista de primeira

Não tinha o desprazer de conhecer o cavalheiro, mas para uma primeira declaração, não há dúvida que se saiu bem. Com as costas quentes por parte de Moscovo, o líder (?) da Ossétia do Sul, não está com meias medidas e toca de afastar da suas casas milhares de georgianos, só porque tiveram o bom senso de se pôr em fuga perante o avanço das tropas russas e das milícias ossetinas que não tiveram grandes escrúpulos em saquear e atacar populações indefesas. O ódio, por aquelas paragens, está em alta e, pelo que se vê, o racismo também. Até parece que o Estaline das purgas e do extermínio de populações inteiras está de volta. Seguidor, pelo menos, já tem.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ressentimentos que perduram

O actual conflito entre a Rússia e a Geórgia veio demonstrar que o sentimento dos países da União Europeia está longe de ser unânime em relação à Rússia. Assistimos, por um lado, a uma atitude de certa contemporização por parte da maioria dos países, enquanto, por outro lado, os países que se tornaram independentes depois da implosão da URSS (Lituânia, Letónia e Estónia) ou que estiveram debaixo da sua influência (a Polónia) se mostram bem mais empenhados e bem mais críticos em relação ao comportamento de Moscovo no presente conflito, o que prova que perduram os ressentimentos em relação à Rússia que os teve sob a sua dominação, de uma forma ou de outra. Assim se explica que só altos representantes desses Estados se tenham deslocado a Tbilissi, em sinal de solidariedade para com a Geórgia (outro Estado também tornado a independente depois da dissolução da URSS) e daí também a crítica solitária desses países ao plano de paz mediado por Nicolas Sarkozy, presidente em exercício da União Europeia, por considerarem que não garante o direito à integridade territorial da Geórgia.
Diga-se que a atitude dos Russos, quer antes da aceitação do cessar-fogo, quer após essa aceitação não é, de facto, merecedora de grande confiança, pois continua a ocupar e a atacar o território e a população da Geórgia, havendo mesmo informações de vários jornalistas que afirmam terem visto uma coluna militar na estrada de Gori para Tbilissi, a capital da Geórgia.
A Rússia quer, pelos vistos, deixar claro que o seu poder imperial está de volta e que quem lhe fizer frente pagará caro. Desta vez coube à Geórgia pagar a factura da sua própria imprevidência.
A posição tomada por aqueles quatro países da União, põe, uma vez mais, em evidência que a reacção dos países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, está seguramente muito abaixo das expectativas da Geórgia que, por alguma razão, tem vindo a insistir pela sua integração na NATO. Não há dúvida que, se essa integração se tivesse já verificado, a Rússia não se arriscaria a proceder com a arrogância de que neste conflito tem dado provas. A aceitação em breve do pedido de integração da Geórgia e da Ucrânia, talvez fosse a forma de os países da NATO, darem uma boa resposta à Rússia imperial que vem a caminho.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Tap: Boa notícia, se ...


Se as previsões dos analistas tivessem a virtualidade de se converter em realidade, a notícia de que a TAP Air Portugal está no grupo das nove companhias aéreas europeias que têm qualidades para "sobreviver" no sector da aviação, segundo um estudo do banco de investimento britânico, BlueOtar Securities, seria uma excelente notícia para a TAP e para o país. Infelizmente, os analistas enganam-se nas suas previsões como o comum dos mortais.
Do domínio da realidade é, para já, o facto que a TAP Air Portugal acumulou, nos primeiros seis meses deste ano, prejuízos avultadíssimos que ultrapassaram os cento e quarenta milhões de euros, se a memória me não falha. Ora, prejuízos de tal grandeza só podem significar que alguma coisa não vai bem na companhia aérea de bandeira portuguesa, pois não parece razoável imputá-los todos ao aumento dos combustíveis, como os gestores da TAP pretendem.
Se se acrescentar a esta realidade, a circunstância de a paz social, que se tem vivido na TAP nos últimos tempos, estar agora em causa, devido a reivindicações não satisfeitas dos seus trabalhadores, bem podemos questionarmo-nos sobre se aquela previsão se chegará a concretizar. É desejável que sim, mas, por vezes, o desejável nem sempre é possível e não o será, certamente, se o irrealismo voltar a imperar.
(Imagem colhida aqui)

Sentimento misto ...


Com a actualização dos ficheiros de militantes, os dirigentes do CDS-PP devem ter experimentado um sentimento misto: De surpresa e de satisfação, por um lado, por verificarem que o CDS ainda conta com 17.500 militantes activos (um número excelente, tendo em conta a recente perfomance do partido" e que, declaradamente, superou "as expectativas" da direcção) ; de consternação, por outro, por constatarem que o número de militantes não anda longe do número de votantes nas sua cores. Exagero meu, claro está!
(A imagem de Paulo Portas foi retirada daqui)

Verba non acta ...



O Presidente Sarkozy vai a Moscovo para debater situação na Ossétia do Sul levando consigo uma proposta de solução que ponha termo ao conflito (melhor diria: guerra) entre a Rússia e a Geórgia, proposta que passa pela “a cessação imediata das hostilidades; o pleno respeito pela soberania e integridade territorial da Geórgia; e o restabelecimento da situação que prevalecia anteriormente no terreno”.
É, porém, evidente que esta iniciativa diplomática está, à partida, votada ao fracasso: Por um lado, é patente que a solução não convém à Rússia (se o fosse já teria aceite a proposta de cessar-fogo da Geórgia); por outro, também é claro que a União Europeia não está em situação de impor condições a Moscovo. Pelo contrário, é a Rússia que está numa posição de força frente à União Europeia que depende daquela para os fornecimentos de petróleo e de gás natural.
Aliás, a inoperância da União Europeia revelada após a eclosão do conflito, pois foi incapaz de passar das palavras aos actos (verba non acta), maior confiança gerou nas autoridades russas que cada vez se sentem mais livres para actuarem conforme bem lhes aprouver.
Entretanto, morrem milhares de pessoas perante a indiferença do mundo e a irresponsabilidade dos dirigentes políticos, uns aventureiros e outros calculistas. Há para todos os gostos!
(A gravura foi copiada aqui)

Excelente ideia, solução proposta nem tanto

A ideia da recolha dos restos de comida, visando o seu aproveitamento como adubo para a agricultura parece-me excelente. A solução proposta pela Quercus (recolha porta a porta e em dias alternados) é que julgo não ser a melhor. Desde logo, porque tal solução tem todo o ar de ser economicamente pouco viável, dado o seu custo. Depois, não parece reunir condições para suscitar grande adesão por parte das famílias que quererão livrar-se do lixo orgânico, o mais rápido possível, para evitar maus cheiros dentro das casas.
Melhor solução se me afigura a deposição, por parte dos consumidores, dos restos de comida em contentor autónomo, devidamente preparado para o efeito.
(A imagem foi retirada daqui)

Cada guerra, uma benção...para os especuladores

Será demasiada ousadia afirmar que as fomentam, mas do que não há dúvida é que as guerras são uma benção para os especuladores. Foi assim com as guerras no Iraque e com as perpectivas de intervenção no Irão (para só citar casos relativamente recentes) e o mesmo está a acontecer agora com o conflito entre a Rússia e a Geórgia. Com esta guerra, eis que, uma vez mais, o preço do petróleo volta a subir.

Com o freio nos dentes

Ao insistir na recusa da última proposta de cessar-fogo apresentada pela Geórgia, a Rússia revela que tem a noção de que, nas circunstâncias actuais, nenhum Estado, nem qualquer organização internacional está em condições de lhe fazer frente e mostra que a sua alegação de que, com a sua intervenção visou apenas evitar um genocídio na Ossétia do Sul não passa de um disfarce para as suas verdadeiras intenções.
Sejam estas quais forem, do que não há dúvidas é que, efectivamente, nem os Estados Unidos (pelas razões já enunciadas aqui) nem a União Europeia (que não passa de um anão político, como uma vez mais se demonstra, e que, aliás, está à mercê da Rússia, de quem depende no que respeita aos fornecimento de petróleo e de gás natural) estão em condições de travar o ataque da Rússia à Geórgia, mesmo depois de esta se mostrar desejosa de um cessar-fogo. Menos ainda poderá fazer a ONU, onde a Rússia dispõe do direito de veto, em relação a qualquer resolução que venha a ser proposta no Conselho de Segurança.
A Rússia comporta-se, neste caso, como um cavalo com o freio nos dentes (que ninguém controla) desejosa de se vingar das humilhações (verdadeiras ou falsas) que sente terem-lhe sido infligidas na sequência da implosão da União Soviética.
Do que também não há dúvida é que o Presidente da Geórgia, por erro de cálculo, ou por confiança em ajudas prometidas que não chegaram, ofereceu á Rússia uma excelente oportunidade para se reafirmar como potência militar e para alcançar os seus objectivos que, se não me engano, passam, no imediato, pela independência das regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkázia.
ACTUALIZAÇÃO: Confirmam-se as piores previsões: O "cavalo" russo (ou antes, o urso russo) está imparável. Segundo as últimas notícias, tropas russas entraram em território georgiano e estabeleceram nova frente de combate .
(A imagem foi copiada aqui)

domingo, 10 de agosto de 2008

Simplismos

Os recentes confrontos na Quinta da Fonte (Loures) são sobretudo resultado de uma política de habitação social que concentra pessoas com grandes níveis de pobreza e não de um problema de convivência entre etnias, afirma o ex-ministro Paulo Pedroso.
A opinião de Paulo Pedroso peca, como tantas outras, por excessivo simplismo.
É verdade que alguns bairros sociais, onde inicialmente foram confinadas pessoas sem grandes meios de subsistência (e não foi inteiramente esse o caso da Quinta da Fonte), se tornaram verdadeiros guetos que favorecem a marginalidade. Parece hoje evidente (pelo menos é o que tenho visto defendido por vários autores) que a integração social das pessoas em situação de pobreza será seguramente facilitada se o seu alojamento for feito, não em bairros separados construídos para o efeito, mas em fogos distribuídos pela malha urbana, por forma a propiciar o convívio com outros sectores da população.
Essa constatação, não significa, todavia, que, no caso concreto, não tenha havido outros factores a desencadear o conflito. Não se pode, com efeito, ignorar que os confrontos se deram entre "cidadãos de etnia cigana", por um lado e "de cidadãos de pele negra", por outro, o que faz transparecer que o caso não foi somente o resultado da política de habitação social (agora por muitos considerada errada). Sem esquecer, convém lembrá-lo, que foram consistentemente feitas alegações de que alguns membros de uma das comunidades (a cigana, precisamente) se dedicariam a actividades marginais (tráfico de droga e de armas), circunstância que, decerto, não facilita uma sã e fácil convivência, seja onde for.
(A imagem foi retirada daqui)

Novas independências à vista



A ofensiva desencadeada pela Geórgia contra a região independentista da Ossétia do Sul (um erro de cálculo de palmatória por parte das autoridades de Tbilissi) foi um excelente pretexto para a Rússia mostrar o seu poderio e para atingir os seus objectivos que, a meu ver, passam pelo reconhecimento da independência, quer da Ossétia do Sul, quer da Abkházia e, posteriormente, pela provável integração na Federação Russa.
É evidente que a intervenção internacional no Kosovo e o subsequente reconhecimento da sua independência, designadamente, pelos Estados Unidos e por diversos países da União Europeia, foi um bom precedente que a Rússia aproveitou e que não deixará de invocar nos círculos internacionais, para justificar a sua reacção à ofensiva da Geórgia que, como disse, serviu de pretexto à sua intervenção no conflito, intervenção a que, para já, não parece disposta a pôr termo, não obstante a Geórgia se declarar pronta a negociar de imediato um cessar-fogo.
A recusa, por parte de Moscovo em aceitar o proposto cessar-fogo tem a ver, muito provavelmente, com o facto de a Rússia considerar que a situação no terreno ainda não lhe permite atingir os objectivos que se propôs com a sua entrada no conflito. Esta ideia encontra algum apoio, quer no facto de a Abkázia se preparar para entrar em “estado de guerra” a partir desta noite , quer no facto de a Rússia exigir a retirada total da Geórgia na Ossétia antes de iniciar negociações .
Não será, pois, grande a surpresa se o conflito só terminar quando reunidas as condições para a Rússia reconhecer a independência das duas regiões separatistas (Abkázia e Ossétia) o que acontecerá quando se verificar a retirada total das tropas da Geórgia de ambos os territórios, tal como a Rússia ora exige.
(Imagens retiradas daqui e daqui)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Jogos perigosos !

Aproveitando o início dos Jogos Olímpicos de Pequim, o Presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili desencadeou uma ofensiva para retomar o controlo da capital da região separatista da Ossétia do Sul, tudo indicando que o fez imponderamente, não tendo em devida conta todos os dados em presença.
A Geórgia tem do seu lado o direito internacional (a Ossétia do Sul encontra-se dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas) mas está demonstrado, até por exemplos recentes (Iraque e Kosovo, só para citar alguns) que o direito internacional quando desapoiado da força, é inerme. Essa é a realidade, por muito que se lamente que assim seja.
Sabendo-se que a Ossétia do Sul só tem mantido a sua independência de facto, graças ao apoio indefectível da Rússia, não seria muito ousado prever que, perante a ofensiva das forças da Geórgia, Moscovo viesse, uma vez mais, em apoio dos separatistas da Ossétia do Sul, tanto mais que a Rússia tem agora, com a independência do Kosovo, um bom pretexto para se sentir mais livre para intervir, à margem do direito internacional. Intervenção, aliás, já concretizada e já denunciada pelo Presidente, Mikhail Saakashvili, segundo o qual o seu país está a ser vítima de agressão por parte da Rússia e também já confirmada por correspondentes internacionais .
Tudo indica que Mikhail Saakashvili, ao tomar a iniciativa, terá esperado o apoio por parte dos Estados Unidos, que nele tem tido um aliado seguro e estrategicamente valioso, mas para qualquer observador é evidente que as circunstâncias actuais [envolvimento em vários conflitos (Iraque e Afeganistão), relações tensas com o Irão e a Coreia do Norte e o fim do mandato do Presidente Bush,] não são de molde a permitir um confronto dos Estados Unidos com a Rússia, confronto, que, aliás, mesmo sem tais condicionantes, sempre seria altamente improvável, senão impossível, pelos riscos inerentes, que são óbvios.
Os Estados Unidos vão, decerto, envolver-se diplomaticamente (Condoleezza Rice já anunciou ir desencadear uma iniciativa internacional para tentar resolver o conflito naquela região separatista) mas não irão mais longe do que isso, porque simplesmente não podem. Se dessa iniciativa resultar a reposição do statu quo ante, já a Geórgia terá razões para se congratular, pois, perante a desigualdade das forças em presença, não é de afastar a hipótese de a Geórgia vir a sair fortemente penalizada deste conflito em que se envolveu.
ADENDA : O conflito tem tendência para se agravar, com a intervenção no conflito por parte dos separatistas da Abkhazia, e com os bombardeamentos russos a infra-estruturas económicas e a diversas cidades da Geórgia, incluindo Gori, onde terão sido atacados alvos civis. Como sinal do agravamento, temos, além do mais, a declaração de estado de guerra por parte da Geórgia decretada pelo Presidente Saakashvili e aprovada unanimemente pelo parlamento.
Parece, por outro lado, que a intervenção dos Estados Unidos não irá além das iniciativas diplomáticas, como parece inferir-se das palavras do Presidente Bush que, ainda em Pequim, se limitou a pedir o fim imediato da violência na Ossétia do Sul .
Goradas estarão, pois, as expectativas da Geórgia em obter uma ajuda mais substancial por parte dos Estados Unidos e de outros Estados europeus, o que, a confirmar-se, como tudo indica, revela que os dirigentes da Geórgia cometeram um grave erro de cálculo quando decidiram enveredar pela ofensiva contra a Ossétia do Sul, aproveitando um momento de distracção da comunidade internacional com os olhos postos em Pequim. Foi também um jogo por parte do Presidente Saakashvili, só que este é um jogo perigoso, como o demonstra a situação actual do conflito.
Façamos votos para que este tenha um rápido final.

Felicitações: Será caso disso ?

O ministro da Administração Interna endereçou felicitações à PSP pela forma como pôs fim ao assalto de ontem à agência do BES em Lisboa, seguindo, aliás, o guião dos repórteres de televisão que ontem acompanharam a ocorrência, em directo, e que não foram parcos em elogios à maneira eficiente como a PSP resolveu o drama. É certo que os empregados do Banco, feitos reféns pelos assaltantes, foram salvos ( e isso é, sem dúvida, motivo de regozijo) mas também é verdade que um dos assaltantes foi morto e o outro gravemente ferido.
Tendo resultado da intervenção policial uma morte, não me parece que seja caso para felicitações.
A recusa dos assaltantes em negociar com as autoridades e a ameaça por eles feita de executar as duas pessoas que mantiveram sob sequestro pode ser justificação bastante para a forma como a polícia actuou, pois provavelmente não havia outra solução para salvaguarda da vida dos reféns inocentes. Mas devemos ficar-nos por aí.
Perante a morte de alguém, por muito assaltante que seja, a contenção e o respeito pela vida perdida deve sobrepor-se a tudo o resto, acho eu.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mais um erro de casting ...

Pelas provas já dadas, é evidente, que a eleição de Manuela Ferreira Leite foi mais um erro de casting. Os militantes do PSD, nas últimas eleições, resolveram escolher alguém que, pelo seu carácter austero, tivesse a virtualidade de apagar a imagem de imprevisibilidade e instabilidade colada aos anteriores presidentes do partido. A actual líder tem, na verdade, o ar de uma pessoa austera e séria (diria mesmo, sisuda) mas está visto que essas qualidades não são suficientes para a posicionar como uma boa presidente do partido, posto que exige uma disponibilidade e uma capacidade de empatia que ela manifestamente não tem.
As queixas já tinham começado e as manifestações de desagrado de Mendes Bota e de Ângelo Correia pela ausência de Manuela Ferreira Leite na Festa do Pontal organizada pelo PSD-Algarve vêm apenas confirmar a insatisfação que já reina no partido. Os "laranjas" estão a ver que ainda não foi desta que lhes saiu o ás de trunfo para as "jogadas" eleitorais do próximo ano.

Postais de Tavira (2)

(Vista parcial da cidade, vendo-se, em plano intermédio, o rio Gilão e, no meio do casario, o antigo Convento do Carmo e a Igreja do Carmo a ele anexa)
(Vista parcial da cidade, com rio Gilão em primeiro plano e, recortada no plano de fundo, a torre da Igreja da Misericórdia)

(Pormenor do frontespício do edifício da Câmara Municipal)

(Gárgula, com a forma de leão, da Igreja de São Pedro Gonçalves Telmo, também designada por Igreja de Nossa Senhora das Ondas)

(Coreto do jardim no centro da cidade, na margem direita do rio Gilão)


(As imagens poderão ser ampliadas, clicando sobre elas)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Postais de Tavira (1)

(Escudo de Portugal, com uma coroa sobreposta, ladeado por duas esferas armilares, aposto sobre uma das portas da muralha de Tavira)

(Casario de Tavira, visto da Praça da República, vendo-se em fundo uma araucária existente no Jardim da Alagoa)

("Ponte Romana" sobre o rio Gilão)

(Vista do Castelo e da Igreja de Santa Maria)


(Pormenor do Convento do Carmo)

(As imagens poderão ser ampliadas, clicando sobre elas)

domingo, 3 de agosto de 2008

Cada cavadela ...

Segundo o secretário de Estado da Defesa, a proposta de lei relativa aos benefícios atribuídos aos antigos combatentes não visa reduzir direitos, mas alargar os beneficiários, contrariando, desta forma, as afirmações de Paulo Portas, para quem estaríamos perante "um retrocesso e a retirada de direitos a gerações que Portugal deve honrar".Do que se trata, afinal, segundo a mesma entidade, é de "alargar o universo de beneficiários, introduzir critérios de justiça relativa e criar condições de sustentabilidade financeira para estes benefícios", tendo havido a preocupação de levar o assunto à apreciação da Assembleia da República (daí o optar-se pela via da proposta de lei, em vez da forma de decreto-lei) por se pretender "reunir um largo consenso político".Paulo Portas não ignora certamente tudo isto (e, designadamente, que se está, ainda e só, perante uma simples proposta de lei, sobre a qual vai ter oportunidade de se pronunciar no parlamento), mas é da sua natureza pôr-se em bicos de pés e, quando assim é, não há nada a fazer. O mais importante para ele é, pelos vistos, debitar umas tantas palavras sonoras que passem na comunicação social por forma a ter visibilidade. Corre é o risco de, com tanta ligeireza, lhe faltar o pé e cair, que é o que lhe tem acontecido ultimamente, com frequência. Por esta via e aos poucos, Paulo Portas vai perdendo credibilidade e o CDS-PP é que vai pagar as favas. O que se lamenta, diga-se.

Sem incentivos !


A generosidade dos portugueses é ainda, felizmente, uma realidade e a notícia para que remete o link supra confirma-o. E, ao contrário do que pensam o CDS-PP e Paulo Portas, não foram (e não são) necessários incentivos, para que a generosidade se manifeste. Ao invés, os incentivos são a sua negação.
(A ilustração foi retirada daqui)

Voluntariado ou "interesseiriado"




Peço desculpa pelo neologismo contido no título, mas as propostas contidas no relatório sobre voluntariado aprovado ontem no Conselho Nacional do CDS-PP, são uma perfeita contradição nos termos: Quem pratica actos de voluntariado, fá-lo, por definição, por pura generosidade. Dar quaisquer benefícios (financeiros, fiscais ou outros) para incentivar o "voluntariado" será desvirtuar o próprio conceito de voluntariado que passaria a ter de aparecer entre aspas para se distinguir do verdadeiro, o absolutamente desinteressado.

Se a atribuição de benefícios aos próprios voluntários não me parece aceitável, por desvirtuamento do voluntariado, que dizer então da proposta visando a concessão de incentivos fiscais às empresas que favoreçam a prática de serviços de voluntariado pelos seus trabalhadores ?
A resposta é, mais uma vez, que não faz sentido e por uma razão simples: É que as empresas que sigam essa prática (e existem algumas) já beneficiam desse facto em termos de imagem, pois elas não se esquecem de lhe dar publicidade. Isto, para além de ser reconhecido que, em Portugal, o sistema fiscal já é muito complicado, contribuindo para o facto a multiplicação dos incentivos.
(O emblema foi retirado daqui)

sábado, 2 de agosto de 2008

Para refrescar !


(O mar na Costa da Caparica)

Imagem para refrescar, num dia de canícula, em que os fogos voltaram em força por todo o país. Há, pelo menos, notícias de incêndios em Carregal do Sal, Castelo Branco , Loures , Ourém e Silves .
Esperemos que a onda de incêndios fique por aqui, porque para desgraças já temos que baste e para este tipo de ondas nem as ondas do mar nos valem, infelizmente.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Saia um "genérico" !

Foi anunciado pelo Ministério da Saúde que o preço dos genéricos vai baixar 30 por cento a partir de Setembro . Ao ler a notícia, no local para que o link supra remete, chega-se também à conclusão que o preço dos genéricos baixa quando estes medicamentos ultrapassam uma quota de mercado superior a 50 por cento. Não havendo actualmente grandes dúvidas quanto à qualidade dos genéricos, face aos medicamentos de marca (como se pode ver aqui) é claro que o doente, ao optar pelo genérico, tem na mão a possibilidade de ganhar a dois carrinhos: como cliente e como contribuinte.
Assim sendo, venha daí um "genérico", se faz favor!
(A imagem foi tirada daqui)

Bem podem esperar sentados !

Um estudo levado a efeito pela Universidade Católica e pela consultora Boston Consulting Group, a pedido da ANA, conclui que os preços médios cobrados por passageiros no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, poderão mais do que duplicar caso a infra-estrutura passe a ter um modelo de gestão independente.
Tratando-se de um estudo elaborado por duas entidades independentes e muito consideradas, é natural que o referido estudo venha a merecer alto crédito por parte das entidades governamentais.
Assim sendo, Rui Rio, presidente da Câmara do Porto e os presidentes de quatro associações empresariais do Norte, que defendem a gestão privada e autónoma do Aeroporto Sá Carneiro, bem podem esperar sentados por uma resposta positiva por parte do primeiro-ministro. Isto digo e espero eu, é claro!
(A imagem do Aeroporto Sá Carneiro foi copiada aqui)

Paisagens: Barra do Tejo

(Barra do Tejo, com avistamento da Torre do Bugio)

É só para desanuviar!
(Para ampliar, clicar sobre a imagem)

Sou um ingénuo !

Esta "pérola" chegou até aqui, via "O Jumento" e "Câmara Corporativa" e, tendo ido ao local onde a pérola foi criada, confirmei, uma vez mais, o quanto sou ingénuo! Não é que não me passava pela cabeça que ainda houvesse gente capaz de escrever tanta porcaria junta !
Aqui fica para "pública homenagem" ao autor, o senhor Pedro Namora.

Que mais querem ?


Os críticos da decisão, que mais querem ? A nova presidente do Teatro Nacional D. Maria II, não é "brilhante" ?
(A imagem foi retirada daqui)

citações #15

A cruzada (contra José Sócrates) e as duas bitolas de Pacheco Pereira, em O JORNALISMO DE JPP, por Fernanda Câncio.

Que cacofonia por aqui vai!

Pelos vistos, no PS, vai uma grande confusão sobre a comunicação do Presidente da República sobre o Estatuto dos Açores: Ontem, era Vasco Cordeiro quem afirmava que o PS iria confirmar todas as normas que não tivessem sido consideradas inconstitucionais, ao passo que Alberto Martins declarava que iriam ter em conta "as palavras e considerações do Presidente da República", para além das opiniões "dos órgãos de Governo próprio da Região Autónoma dos Açores".
Hoje, é o porta-voz do PS quem adopta, finalmente, uma postura, a meu ver, mais sensata.
Senhores do PS, ponham-se lá de acordo sobre o assunto, de vez, e acabem com a cacofonia, pois com tanta dissonância não dá para seguir a música.
Adenda: A "banda" já está a ficar mais afinada: O PS-Açores, pela voz do mesmo Vasco Cordeiro, já veio declarar: "Nós mantemos a posição de princípio em termos dessa apreciação, mas também não vamos criar uma crise nacional por causa deste assunto" .

A encenação é que não

Nenhum dos qualificativos atribuídos por Carlos César à comunicação do Presidente da República sobre o Estatuto Político-Administrativo dos Açores é ajustado: A mensagem presidencial, no aspecto substantivo, tem razão de ser e é bem clara. Logo deve ser ponderada. A encenação é que foi lamentável.