sábado, 21 de dezembro de 2013

Até já !

E, entretanto, aqui ficam os meus votos de Boas Festas para todos quantos por aqui passarem.

Poinsétia, ou Estrela-de-Natal (Euphorbia pulcherrima Willd. ex Klotzsch)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Palha

Palha que o governo pretendia servir aos juízes do Tribunal Constitucional e que estes, obviamente, rejeitaram. Como é sabido e manifesto, não são burros.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

No país das maravilhas

A palavra "sucesso", de há uns tempos a esta parte,  é parte estruturante do discurso governamental, como se, hoje, a situação económica do país, não fosse muito pior do que a que existente no ponto de partida, ou seja, no momento em que este governo entrou em funções. E isto é tão verdade que a conclusão não pode ser diferente,  qualquer que seja o ponto de vista de observação da realidade. Com efeito, desde então, o PIB diminuiu à volta de 6%; a pobreza e o desemprego aumentaram substancialmente; a dívida pública cresceu como nunca e nem as metas de diminuição do défice das contas públicas (objectivo central deste governo) alguma vez foram atingidas.
Não é, porém, só o governo o único a assumir o discurso do "sucesso". Cavaco Silva, alinha pelo mesmo diapasão, pois também ele, na mensagem de Natal, nos vem falar de "sinais encorajadores", o que, diga-se, não constitui nenhuma surpresa, sendo Cavaco o patrocinador e o verdadeiro sustentáculo deste governo.
Mas, sendo as coisas o que são e não o que todos desejaríamos (e para provar a realidade aí estão os juros da dívida pública a manterem-se acima dos 6%, mesmo antes de conhecida a decisão do Tribunal Constitucional que se pronunciou pela inconstitucionalidade da convergência das pensões) é caso para perguntar: em que país vive esta gente?
Não respondem, tanto quanto sei, pelo nome de Alice, mas, tal como ela, vivem, por certo, no país das maravilhas.

"Uma brincadeira de mau gosto"

Como se pode concluir pelos dados da OCDE constantes da notícia supra,  a economia portuguesa não  vai de vento em popa. Pelo contrário, o "barco" navega, manifestamente, em modo de marcha à ré.
Bem se poder dizer, por isso, acompanhando o escrito por Miguel Gaspar na edição de hoje do Público, que o relógio de contagem decrescente de Paulo Portas não passa de "uma brincadeira de mau gosto". Isto, no mínimo dos mínimos, porque, usando um termo um pouco mais contundente, em boa verdade,  o relógio de Portas não passa de uma palhaçada. Mais uma, dum irrevogável trampolineiro. 


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

"De consciência tranquila"

Passos Coelho, o ainda primeiro-ministro, confessava, há dias, estar de consciência tranquila.
São tantas as inconsistências (entre o que diz num momento e o que afirma minutos depois) e as contradições (entre o dito e o feito) que pensei cá para os meus botões: este rapazola, ou tem a consciência lassa, ou muito fraca memória.
A leitura de dois textos, hoje vindos a lume (" O plano A", de José Manuel Pureza e   "Swaps: quem manda!", de Carlos Costa Pina) obrigam-me a rever a minha posição. O rapazola, afinal, tem razão: perante os seus amos (o capital e a banca) pode estar de consciência tranquila, pois não restam dúvidas de que tem sido um fiel servidor. 

Onde é que está o sucesso?

Quem olhe para os dados da pobreza, para os números do desemprego, ou para o aumento da dívida pública não pode deixar de fazer a mesma pergunta, mesmo considerando o crescimento anémico (0,1 ou 0,2%) de que o governo tem falado à exaustação, mas que não resolve, nem o problema do défice, nem contribui para a sustentabilidade da dívida.
Sucesso? Uma ova, digo eu.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Que nunca a voz lhe doa



Nadir Afonso






Obras de Nadir Afonso um pintor bem original, hoje falecido, em jeito de homenagem.

" A virtuosa transformação estrutural da economia"

Vista por Hugo Mendes em:

Notícias da "transformação estrutural da economia":

"O governo tem-se vangloriado muito da subida do peso das exportações no PIB, como se tratasse de uma espécie de prova definitiva da virtuosa transformação estrutural que a economia está a sofrer. Infelizmente, este aumento do peso das exportações no PIB em relação ao passado imediatamente pré-crise tem uma explicação muito simples, e que não é particularmente virtuosa: a queda do PIB."
(Extracto) 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Morto ou vivo?

Pergunto pelo ministro Crato. É que ainda se lhe não ouviu um comentário sobre o Relatório PISA2012 da OCDE. Ou serei só eu a queixar-me de ainda não lhe ter ouvido uma palavra sobre tão importante assunto?
À dúvida sobre se o homem é morto ou vivo, pode acrescentar-se uma outra hipótese, porventura mais provável, uma vez que também não há notícia sobre o seu passamento. Quem me diz a mim que se Crato não abre a boca e não fala, tal se deve apenas e só ao facto de ainda não ter conseguido "engolir" o Relatório?
Convenhamos que para ele não vai ser fácil.
(Reeditada)

domingo, 8 de dezembro de 2013

Milagres na África do Sul

E Mandela o seu autor, ele próprio um autêntico "milagre". Tão autêntico que, pelo exemplo, teve a  força para gerar tantos outros milagres como este relatado por Roberto Carneiro:

«(...)
Um fazendeiro boer, homem rude e grotescamente inescrupuloso, fazia, do alto do seu 1,90 m de altura, uma descrição sádica do que fizera aos familiares de um jovem adolescente, com idade não superior a 16-17 anos, único sobrevivente do massacre levado a cabo na propriedade do primeiro.

"É verdade. Matei o teu pai à paulada. Quanto mais ele gemia, mais forte lhe acertava com o maço, na certeza de que o calaria. A tua mãe, que assistiu à morte do teu pai, cortei-a às postas, com que alimentei os porcos na pocilga. Às tuas duas irmãs, violei-as repetidamente e chamei os meus colaboradores directos para assistirem, e banquetearem-se de seguida com os corpos jovens e apetitosos que lhes oferecia, após o que as matei sumariamente, a seu pedido, em nome da preservação das suas honras."

E, continuava, por aí fora, caprichando numa prosa ignóbil, perante o nojo dos jurados, que, entre estupefactos e revoltados com tão animalesca descrição, se viam compelidos a escutar, indefesos, o incrível rol de barbáries e de violências em catadupa.

Findo o martírio de uma narrativa digna de uma besta repugnante, o presidente da CVR vira-se para o jovem negro, silencioso, por cujas faces rolavam grossas pérolas salgadas de um mar revolto que lhe invadia as entranhas, e interpela-o:
"Tens alguma coisa a dizer?"
"Sim", afoita-se o jovem, subitamente recomposto por uma notável serenidade.
Olhando de frente o sabujo criminoso, olhos nos olhos, diz-lhe numa candura de voz que nos deixou, a todos nós, gélidos: "Perdoo-te! (I forgive you!)"
(...)»

(Homenagem a Madiba. Na íntegra: aqui)

Quem é que, perante "milagres" como este, não se sente pequenino, pequenino? Eu sinto.

A "Paixão pela Educação"

A "Paixão pela Educação" enunciada e anunciada por António Guterres, enquanto primeiro-ministro, não foi afinal, uma simples figura de retórica dos governos socialistas, pois os resultados estão à vista. O relatório PISA da OCDE referente a 2012, comentado por Ricardo Reis em artigo ("O erro da educação") de indispensável leitura, aí está para o demonstrar.
Noutro estilo,  também a Fernanda Câncio analisa os mesmos resultados num bem humorado comentário a que deu o título de "Todos ao Marquês", cuja leitura igualmente se recomenda.
Não será preciso comemorar o feito, indo "Todos ao Marquês", mas será seguramente imperioso que haja forma de pôr termo à destruição deste importantíssimo legado dos governos socialistas. Se não for travada a fúria insana do ministro Crato contra a escola pública, o resultado não poderá ser outro. Travada enquanto é tempo, se é que ainda se vai a tempo.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Indice de bem-estar

"Entre 2004 e 2011, o bem-estar dos portugueses aumentou, apesar de as suas condições económicas - trabalho, salário, vulnerabilidade - se terem vindo a degradar. Segundo um novo indicador publicado esta sexta-feira, 6 de Dezembro, pela primeira vez pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 2012 será o primeiro ano em que os portugueses perderam bem estar."
Ler os restantes dados aqui, é um excelente exercício de meditação sobre os resultados das opções eleitorais no fatídico ano de 2011.

Há alturas em que o mais avisado é ficar calado

Regra que Cavaco Silva deveria ter seguido ao pronunciar-se a propósito do falecimento de Nelson Mandela. Leia este texto ("Cavaco Silva hoje e quando era difícil estar do lado de Mandela") de Daniel Oliveira e confirme se não é o caso.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O alijar do fardo

A operação de troca de Obrigações do Tesouro (OT) com vencimento em 2014 e em 2015 por novas OT, com vencimento em 2017 e em 2018, foi considerado um sucesso, apesar de o pais ficar obrigado a pagar cerca do dobro da taxa de juro.
Pode realmente falar-se de sucesso, ainda que muito relativo, uma vez que apenas um quarto dos credores, aceitaram alinhar na troca, com predominância para as instituições financeiras nacionais, pois a exposição à dívida pública portuguesa, por entidades internacionais é, nesta altura, residual.
Porém, se se pode falar de sucesso, ainda que relativo, o sucesso aproveita apenas ao governo de Passos, Portas & Cª que, desta forma, se livra de pagar o fardo de parte da dívida durante a actual legislatura que espero bem que para eles seja a última, alijando a carga para o governo que vier a seguir.
Para o país, o "sucesso" traduziu-se num aumento da dívida resultante do agravamento das taxas de juro, agravamento que não é coisa de somenos, pelo que fica dito.
Sucessos destes, o país dispensa-os de bom grado. Acho eu.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

"Antes que a pilhagem seja irreversível"

"(...)
Leio pelos jornais que um membro do Governo de Passos Coelho, chamado Maçães, foi à Grécia envergonhar o nosso país. Apesar de, a acreditar pelo CV publicado no sítio do Governo, ele ter alguma escolaridade em matéria de Direito e Ciência Política, a sua recusa perentória de uma frente de países do Sul (onde se incluiriam até a França, a Itália e a Espanha) contra a política que Merkel está a impor à Europa inteira revela que, no mínimo, ainda não atingiu aquele grau de estabilidade emocional e hormonal a que uns chamam maturidade e outros, simplesmente, juízo. A indigência intelectual deste Governo está a ultrapassar todos os limites. Desde quando um secretário de Estado vincula o seu país numa situação tão estrategicamente delicada? Desde quando um país em hemorragia aberta pode descartar alianças com aqueles, mesmo que sejam "diabos", que têm objetivos comuns (interromper a austeridade destrutiva)? Desde quando é sensato aderir incondicionalmente a uma política (do Governo de Berlim) que é diametralmente oposta ao interesse nacional? A imprensa grega não tem razão ao chamar "alemão" a Maçães. Os alemães não se confundem com o seu Governo conjuntural, como os portugueses não podem ficar ostracizados pelo trágico episódio desta coligação. O seu problema foi diagnosticado por La Boétie, no século XVI: só há tirania porque há demasiada gente pronta à "servidão voluntária". Este Governo é um equívoco dos "lugares naturais". Os lacaios passaram do anexo para o palácio. Importa devolvê-los ao seu lugar, antes que a pilhagem seja irreversível."

(VIRIATO SOROMENHO-MARQUES; Servidão voluntária. Na íntegra: aqui)

Não há almoços grátis

A operação de troca de Obrigações do Tesouro (OT) com vencimento em 2014 e em 2015 por outras com vencimento em 2017 e em 2018 foi inicialmente anunciada como se se tratasse duma simples troca por troca, pois nada se adiantava quanto a juros.
Várias ilações se podem tirar face a estes novos dados:
- Confirma-se, por um lado, que "não há almoços grátis" e muito menos quando se lida com os mercados financeiros.
- Constata-se, por outro lado, que, com esta operação, o almoço vai sair mesmo muito caro a todos os portugueses, visto que o governo se dispõe a pagar, nalguns casos, mais do dobro do que o país pagava pelas OT substituídas.
- Finalmente e como é evidente, para o governo aceitar um tal agravamento das taxas de juro (superiores à mítica taxa de 4,5% que, no dizer da Comissão Europeia e do ministro Machete, seria a taxa suportável para se poder evitar um segundo resgate) é porque está desesperado e perfeitamente consciente de que, findo o programa de ajustamento, Portugal, graças à política suicida de empobrecimento, não estará em condições de se financiar a taxas de juro compatíveis com a sustentabilidade da dívida.
O governo tem, aliás, toda a razão para o seu desespero, porque, para "grande azar dos Távoras" (leia-se: portugueses) dá-se a coincidência de, no mesmo dia em que é anunciada a operação, os juros implícitos da dívida pública portuguesa terem voltado a ultrapassar os 6%.
Vista a esta luz, esta operação significa, ao fim e ao cabo, que todo o discurso que o governo tem vindo a fazer sobre a capacidade de regressar aos mercados, sem um novo resgate, ou sem programa cautelar, não passa de mais um embuste, matéria em que, sem sombra de dúvida, é especialista. 

Pior a emenda que o soneto

A avaliação dos professores contratados já era um erro, pois uma tal avaliação, nos termos anunciados, não tinha, nem tem, qualquer base de racionalidade, mas o "recuo" negociado, à socapa, com a FNE, torna o erro crato ainda mais evidente. É que, sendo o critério dos 5 anos perfeitamente arbitrário, fica claro que o exame não tinha outra utilidade que não fosse a de sujeitar os professores contratados a mais uma humilhação.
Bem se pode dizer, por isso, que, neste caso, é "pior a emenda que o soneto".
E também se deve dizer que, pela forma como o "negócio" foi feito, às escondidas da FENPROF, que o ministro Crato e os dirigentes da FNE não são de fiar. Aparentemente,  Mário Nogueira ainda não se tinha dado conta disso. É boa altura para chegar a essa conclusão.
Não isento, por completo, os sindicatos dos professores de alguma responsabilidade pelo que se está a passar. A recusa persistente em aceitar uma avaliação de desempenho, digna dessa nome, deu a Crato um bom pretexto para os ter metido em mais esta alhada.
(reeditada)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A campanha presidencial já começou?

Marcelo Rebelo de Sousa que, como comentador, dificilmente consigo levar a sério, parece ter mudado de agulha: de quando em vez, já diz coisas sensatas. 
Para amostra, veja-se esta afirmação: "Acho que a abolição dos feriados foi das coisas mais estúpidas, demagogicamente estúpidas, deste Governo, que para acabar com a ponte acabou com o feriado. É uma coisa completamente tonta"*.
Suspeito que afirmações como esta são um sinal de que Marcelo se assumiu definitivamente como candidato a PR. Será que para ele já começou a campanha presidencial?

*(Coisa tonta, de facto, mas o que seria de esperar de gente cujo "patriotismo" não vai além do emblema na lapela?

Cautela e caldos de galinha...

...nunca fizeram mal a ninguém, diz o povo. E bem. Faz, pois, sentido, pelo menos aparentemente, a operação de troca de dívida que o governo pretende levar a cabo e que se traduz no alargamento do prazo de pagamento, por mais três anos, das Obrigações do Tesouro com vencimento em 2014 e 2015.
Isto, supondo que se manterá a taxa de juro.
A operação de troca revela, no entanto, quão fraca é a esperança deste governo na possibilidade de Portugal aceder a novos financiamentos a longo prazo, em condições normais de mercado.Vendo a operação por esta perspectiva, não pode deixar de se considerar que estamos perante um mau sinal. Mais um.

Por monte e vales (19)

Serra do Açor

Dr. Jekyll / Mr. Hyde


Custa a acreditar,  mas as afirmações citadas são atribuídas a Passos Coelho: Custa a acreditar e por isso pergunto: não é este indivíduo o mesmo que, explicitamente, incitou, por palavras, os jovens a emigrar e o mesmo que, com a sua política de empobrecimento, não menos explicitamente assumida, os forçou a procurar trabalho noutras paragens?

domingo, 1 de dezembro de 2013

Um pitéu...


... para o Pilrito-das-praias (Calidris alba, Pallas), à hora de almoço, na Costa da Caparica.
(Clicando nas imagens, amplia)