Sob a alegação de que Rui Pinto foi o responsável pela entrega da documentação constante dos "Luanda Leaks", papéis que desencadearam o actual aceso debate sobre o enriquecimento de Isabel dos Santos, há quem não hesite em promovê-lo a super-herói e a reclamar para ele, no mínimo, uma condecoração no próximo 10 de Junho.
Pessoalmente continuo sem saber se há ou não prova que confirme aquela alegação, tal como ignoro se Rui Pinto cometeu, ou não, algum dos crimes que lhe são imputados e, por conseguinte, sobre a pessoa de Rui Pinto e sobre os actos que ele terá (ou não) praticado, só posso remeter-me ao silêncio, pois não me cabe a mim pronunciar-me, nem teria condições para o fazer. Espero apenas que lhe seja feita inteira justiça.
Já a sua promoção a super-herói, sem mais considerandos, parece indiciar que há quem entenda que toda a violação do direito à privacidade, levada a cabo seja por quem for e independentemente de qualquer justificação, é não só livre, mas também digna de louvor e merecedora de reconhecimento público.
Assim sendo, é caso para estranhar que os promotores de "super-heróis" não se tenham ainda lembrado de advogar a extinção da "Comissão Nacional de Proteção de Dados" e reclamar, com a maior urgência, a criação de uma "Comissão Nacional de Divulgação de Dados", em substituição daquela.
Divulgação de dados não é o que está a dar?
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