Montenegro ao leme ?

Montenegro garantiu na Assembleia da República que esteve "sempre ao leme", durante os fogos. O povo não o viu nesse posto, mas sim estirado na praia. Dando de barato (ou mesmo de borla) que a afirmação é verdadeira, então, das duas uma: ou se equivocou quanto ao meio de transporte, ou se enganou redondamente no caminho, porque uma coisa é certa e segura: não chegou ao destino.

Seja como for, outra coisa é certa: é evidente que Montenegro não é a pessoa indicada para ir ao leme. Trate da Spinumviva que, para isso, parece ter jeito.

(Imagem do "Público"

Estagiando para ministro ...

Ficámos a saber pelo próprio Marcelo Rebelo de Sousa que admite dar posse  como ministra ou ministro a simples estagiários ainda sem formação para desempenhar as funções para que são nomeados. Soubeme-lo, porque ele mesmo se referiu a um caso concreto que aqui me dispenso de apontar. 

Como não há vez sem exemplo, como diz o povo, é legítimo supor, até porque há situações ainda mais escandalosas no sector da Saúde, que o caso referido por Marcelo não foi o único que ocorreu na formação do actual Governo. O desempenho deste tem sido de tal forma desastroso que não surpreeenderia se se viesse a apurar que o caso referido não terá sido a excepção, mas a regra. O próprio primeiro-ministro, atendendo às escolhas que fez (lamentáveis, com raríssimas excepções que se podem contar com os dedos de uma só mão) dá também a sensação de fazer parte do grupo dos estagiários. Não estou com isto a dizer que lhe faltem qualidades, porque qualidades tem, até de sobra. No ramo dos negócios, por exemplo, não há dúvida que se trata de um empresário de sucesso num sector que é do conhecimento público. Provavelmente, o seu envolvimento no ramo que domina (o dos negócios) tem-lhe tomado tempo demasiado para poder ter adquirido competências no domínio da política e da governação. É que nem toda a gente, mesmo muito dotada, tem mãos para tocar mais que um instrumento. À primeira vista (e à segunda) parece ser a conclusão a tirar.

Montenegro no combate aos fogos em "forma discreta"

 

Lê-se na imprensa e, neste caso, mais precisamente na edição impressa do "Público" com data de hoje que «Montenegro disse que o executivo estava a agir de forma "discreta" no combate aos fogos».

A imagem que acima se reproduz (onde figura o próprio Montenegro e diversas personagens da sua entourage e do seu governo à volta duma mesa na festa do Pontal) publicada também na mesma edição do "Público", sem indicação de autoria, prova à saciedade a forma discreta como o governo se comportou perante os fogos que desde já há alguns dias vinham assolando uma grande parte do país.

Haverá quem considere que a forma de actuação de Montenegro terá sido não só "discreta" mas de tal forma discreta que não se deu por ela. Não faltará até quem ache que Montenegro é, como político, uma completa fraude. Como se sabe, há sempre gente disposta a criticar por tudo e por nada. Não é o meu caso. É por isso que tomo a liberdade de fazer notar que boa parte dos convivas era portadora de uma garrafa de água aparentemente com capacidade para apagar alguma fagulha trazida pelo vento soprando lá donde andavam os fogos. Veja-se o cuidado desta gente que não desconhece que na origem  dum enome incêndio pode estar uma modesta faúlha.

Geste esperta!

Com cara de pouco amigos...

 

Se algum destes dois cavalheiros (?) aparecer de cara esmurrada, não será preciso procurar muito para encontrar o culpado.

Com ar pensativo a fotografia mostra também uma senhorita que não faço ideia do que estará ali a fazer. Aparentemente nada. Só se for para segurar a parede a que se encosta, com receio que caia. Mesmo isso não me parece muito provável, pois a senhora aparenta ser demasiado franzina para evitar a derrocada.

O mais provável, já agora, é que as três figuras estejam ali a fazer coisa nenhuma. Ou, vendo bem, talvez se deva concluir que estão ali a fazer de conta que estão a fazer alguma coisa. O que não é nada fácil, como se pode imaginar. É que enganar papalvos não é tarefa fácil e só ao alcance de alguns poucos. Como estes eleitos.

"Este é um combate nacional" disse ela

Esta senhora, Maria Lúcia Amaral, que faz de ministra da Administração Interna e a quem o país já deve, enquanto ministra, algumas pérolas de linguagem como a resposta "falta o que falta" dada a quem lhe perguntava o que fazia falta para dominar os incêndios que há muitos dias vêm dizimando as florestas e campos deste país.

Hoje lembrou-se de convocar toda a gente para o combate: "Este é um combate nacional" . Fez bem, mas temo que tenha falado demasiado baixo, pois nem o seu primeiro ministro a ouviu.

De facto, por esta altura, decorre a Festa do Pontal, promovida pelo PSD, evento presidido por Montenegro, supondo eu que se trate de um festejo pouco coadunável com o tal combate.

Estarei eu enganado ? Será que o evento vai ser aproveitado para Montenegro repetir o mesmo apelo e para anunciar as medidas que vai tomar para debelar o flagelo e explicar por que razão não as tomou até agora?

Era esperar demasiado deste Montenegro, não era?

(Créditos da imagem:Horacio Villalobos. Daqui.)

Saia mais um valete para a mesa das presidenciais !

Afinal já saíu. Não para a mesa, mas para o terreiro (da luta eleitoral). 

Seu nome: Cotrim de Figueiredo. 

Não sei bem qual é a ideia do cavalheiro, mas reconheço que a sua iniciativa tem pelo menos o mérito de dar alguma utilidade aos cartazes que por aí ainda andam pendentes desde as eleições para o Parlamento Europeu, cartazes que o anunciavam  como cabeça de lista do seu partido (IL).  

Quanto ao mais não vejo que a sua candidatura tenha mais consistência que as duas candidatura de membros da IL, que precederam a de Cotrim, candidaturas que, rapidamente, por uma razão ou por outra, foram sendo  postas de lado. 

O novo candidato da IL tem, no entanto, contra si um óbice: pelo menos aparentemente não aprecia permanecer durante muito tempo nos lugares para que tem sido eleito. Na verdade, eleito para o Parlamento Europeu e ainda muito longe do final do mandato, está já pronto para saltar para a cadeira da Presidência da República. E, vendo bem, também não aqueceu durante muito tempo a cadeira da liderança do seu partido. Será que se sente com coragem para permanecer em Belém durante todo um mandato presidencial?  Problema dele, dir-se-á. Com possíveis consequências para os portugueses, digo eu.

É claro que não acredito que Cotrim tenha a mínima hipótese de alcançar a Presidência da República. Longe vá o agoiro, acrescento, pois é certo que em Cotrim nunca votarei, por muitas voltas que o mundo dê. Liberais à moda de Cotrim e da IL nem pensar! 

Aparentemente, Cotrim gosta de palco e está no seu pleno direito. Compreende-se por isso que esteja interessado na renovação dos cartazes, pois é quase certo que os anteriormente expostos já estarão um tanto ou quanto desgastados.

(Imagem: Tiago Miranda. Daqui)

Um país entregue à bicharada !

 

Pelos vistos, o "Luís", entretido com as avenças, não tem tempo para trabalhar, nem para coordenar aquela coisa a que há quem insista em chamar Governo. 

O resultado está á vista. Temos aqui dois bons exemplos para servir de aperitivo. 

(As imagens supra foram obtidas a partir da edição impressa do "Público" de hoje)