Ficámos a saber pelo próprio Marcelo Rebelo de Sousa que admite dar posse como ministra ou ministro a simples estagiários ainda sem formação para desempenhar as funções para que são nomeados. Soubeme-lo, porque ele mesmo se referiu a um caso concreto que aqui me dispenso de apontar.
Como não há vez sem exemplo, como diz o povo, é legítimo supor, até porque há situações ainda mais escandalosas no sector da Saúde, que o caso referido por Marcelo não foi o único que ocorreu na formação do actual Governo. O desempenho deste tem sido de tal forma desastroso que não surpreeenderia se se viesse a apurar que o caso referido não terá sido a excepção, mas a regra. O próprio primeiro-ministro, atendendo às escolhas que fez (lamentáveis, com raríssimas excepções que se podem contar com os dedos de uma só mão) dá também a sensação de fazer parte do grupo dos estagiários. Não estou com isto a dizer que lhe faltem qualidades, porque qualidades tem, até de sobra. No ramo dos negócios, por exemplo, não há dúvida que se trata de um empresário de sucesso num sector que é do conhecimento público. Provavelmente, o seu envolvimento no ramo que domina (o dos negócios) tem-lhe tomado tempo demasiado para poder ter adquirido competências no domínio da política e da governação. É que nem toda a gente, mesmo muito dotada, tem mãos para tocar mais que um instrumento. À primeira vista (e à segunda) parece ser a conclusão a tirar.
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