Não constitui propriamente uma surpresa o facto de a comunicação social ter transformado o ministro da Defesa, José Gomes Cravinho, em saco de pancada, a propósito do recentemente noticiado "caso dos diamantes" onde cabem crimes de diversa natureza e em que, alegadamente, estão envolvidos alguns militares (ou ex-militares) que estiveram integrados numa missão das Nações Unidas na República Centro Africana. O mesmo se pode dizer em relação ao comentariado que lhe anda associado e que com ele, cada vez mais, se confunde. De facto, uma e outro são useiros e a e vezeiros nesse tipo de comportamento.
José Gomes Cravinho é criticado por não ter dado conhecimento do caso nem ao Presidente da República, nem ao primeiro-ministro, crítica que só pode ser fruto duma confusão entre palácios. Pelos vistos, jornalistas e comentadores ignoram que a Procuradoria-Geral da República, órgão superior do Ministério Público (MP), tem a sua sede no palácio Palmela e não no Palácio de Belém, sede da Presidência da República, nem no Palácio de S. Bento, residência oficial do primeiro-ministro.
Se, de acordo com a Constituição, é ao Ministério Público que compete "exercer a acção penal", e o MP "goza de autonomia", o ministro da Defesa, dando conhecimento dos factos ao Ministério Público, cumpriu rigorosamente o que a Constituição estabelece.
Não parece, pois, que o ministro da Defesa seja merecedor de qualquer tipo de censura. Pelo contrário. Se nos lembrarmos do "roubo de Tancos" em que houve diversas tentativas no sentido enredar no caso, quer o Presidente da República, quer o primeiro-ministro, a actuação do ministro da Defesa só pode ser merecedora de louvor. Desta vez, tentativas como as atrás citadas, não houve.
Graças a ele!
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