quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A extrema direita do Chega não surgiu do nada

"André Ventura, que agora se senta à direita do CDS, ainda há menos de três anos concorria a uma câmara com o apoio do Partido Social-Democrata".
Isto diz o "Público" na sua edição impressa de 20 de Janeiro de 2020 (Pág. 11).
Faz o "Público" serviço público em lembrar o facto, demonstrativo de que, politicamente, Ventura é deveras versátil.
Todavia, serviço público com muito maior relevância é tudo fazer para que não se olvide que tal candidatura foi patrocinada por Pedro Passos Coelho, ao tempo líder do PSD, candidatura por ele confirmada, mesmo depois de conhecidas as declarações racistas e xenófobas pronunciadas pelo A.Ventura contra negros, ciganos e emigrantes. E não só.
É, pois, muito importante lembrar que a extrema direita do "Chega" não surgiu do nada.

Tudo ao léu!


Se ou quando a pirataria informática passar, de criminosa, a actividade merecedora de reconhecimento  e louvor público, para que servirá uma Comissão Nacional de Proteção de Dados?
E que sentido fará continuar a reconhecer e a defender o sigilo profissional, o sigilo bancário, o fiscal  e tantos outros ? Para quê tanto sigilo, se passa a ser, não só lícito, mas altamente louvável, piratear todos os dados e mais algum ?
E que valor passam a ter o direito ao sigilo de correspondência, o direito à inviolabilidade de domicilio e à reserva da vida privada? 
Poder-se-á continuar a falar em direitos, liberdades e garantias?
De direitos, e liberdades do tipo faz de conta, talvez. De garantias é que já não. Nem fictícias.
Mais valerá, pois, rasgar a Constituição da República e o Código Penal e pôr tudo ao léu.
Fico, no entanto, com uma dúvida que é a de saber se a humanidade conseguirá resistir a um tal grau de exposição.
Temo que não.
É caso para exclamar: oh Zeus, onde tinhas tu a cabeça, quando moldastes criaturas tão estúpidas ?!

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Para quando a criação da Comissão Nacional de Divulgação de Dados ?

Sob a alegação de que Rui Pinto foi o responsável pela entrega da documentação constante dos "Luanda Leaks", papéis que desencadearam o actual aceso debate sobre o enriquecimento de Isabel dos Santos, há quem não hesite em promovê-lo a super-herói e a reclamar para ele, no mínimo, uma condecoração no próximo 10 de Junho.
Pessoalmente continuo sem saber se há ou não prova que confirme aquela alegação, tal como ignoro se Rui Pinto cometeu, ou não, algum dos crimes que lhe são imputados e, por conseguinte, sobre a pessoa de Rui Pinto e sobre os actos que ele terá (ou não) praticado, só posso remeter-me ao silêncio, pois não me cabe a mim pronunciar-me, nem teria condições para o fazer. Espero apenas que lhe seja feita inteira justiça. 
Já a sua promoção a super-herói, sem mais considerandos, parece indiciar que há quem entenda que toda a violação do direito à privacidade, levada a cabo seja por quem for e independentemente de qualquer justificação, é não só livre, mas também digna de louvor e merecedora de reconhecimento público. 
Assim sendo, é caso para estranhar que os promotores de "super-heróis" não se tenham ainda lembrado de advogar a extinção da "Comissão Nacional de Proteção de Dados" e reclamar, com a maior urgência, a criação de uma "Comissão Nacional de Divulgação de Dados", em substituição daquela.
Divulgação de dados não é o que está a dar? 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Com Bolsonaro o impensável acontece

«Com toda a certeza, o índio mudou e está evoluindo. Cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós" (fonte). 
O autor da afirmação que acabo de transcrever responde pelo nome de Jair Messias Bolsonaro e é (imagine-se) nem mais, nem menos que o actual presidente da República Federativa do Brasil.
Além do mais, tal afirmação é impensável vindo da boca de quem vem. Com efeito, não é só denunciadora de um racismo extremo que devia envergonhar quem a profere, como acaba por desqualificar o seu autor como presidente de todos os brasileiros. 
Só tenho uma dúvida: será que os brasileiros a quem Bolsonaro chama "índios" alguma vez terão o desejo de ser como ele?
Espero bem que não.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Peregrinações (IV)



Classificada como Monumento Nacional (Decreto de 20 de Junho de 1924) fica situada na frequesia de Raposeira, concelho de Vila do Bispo (Algarve), nas proximidades da Estrada Nacional 125, onde, aliás, a sua localização está bem assinalada.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

A vida é mesmo assim!

Má sorte, a da minhoca. Ao invés, muita sorte a da ave da imagem (fêmea de Rabirruivo-preto) que, com a deglutição da minhoca, já tem sustento por uns tempos.
A vida, por pouco reconfortante que seja a constatação, é mesmo assim.