segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Estadista é outra loiça !

Em nota publicada pela Presidência da República dando conta da promulgação do novo Regime Contributivo da Segurança Social, (e de que aqui se dá notícia) afirma-se que “o acto de promulgação de um diploma legal não significa necessariamente a adesão do Presidente da República às opções políticas a ele subjacentes, nem implica o seu comprometimento institucional com todas as soluções normativas nele inscritas”.
Quem tal subscreve é, sem dúvida, um político alcandorado em alto cargo, mas não é um estadista. Onde pára, afinal, a cooperação institucional tão propagandeada por Belém? Se bem que o assunto desse pano para outras mangas, por aqui me fico. Até ver.

As legislativas em cartaz: (I) - CDS

(Clicando, amplia)
(Na imagem, Paulo Portas, político e candidato empenhado na luta contra a utilização de cartazes na campanha eleitoral)
Se ele já sabe que há cada vez mais pessoas a pensar como ele, é porque também andou a "ouvir os portugueses". Ainda bem. Pena é que não se tenha ouvido a si próprio.

A brincar ao "escondidinho"

A campanha do PSD não terá comícios. É, pois, uma campanha bem ao gosto de Ferreira Leite. Que não gosta de comícios, já ela o disse. Ficamos agora a saber que gosta mais de brincar "ao escondidinho".
Nos debates é que o "escondidinho" vai valer de pouco. Não se arranja por aí uma sósia ?

Observação dos dias (XIII)

[Gralha-calva (Corvus frugilegus L.)]
Lá pouco atraente é ela. Agora chamarem-lhe "calva", convenhamos que só está ao alcance de alguém com a vista "desfocada" como o "Cardeal" Pina Moura. Nada que espante vindo de um "Cardeal". Digo eu.
[Local e data da captação da imagem: Cracóvia (Krakow) - Polónia; 28-08-2009]
(Clicando na imagem, amplia)

domingo, 30 de agosto de 2009

Aleluia !

O Sporting registou a primeira vitória no campeonato, vencendo a Académica, em Coimbra com dois golos sem resposta.
Ao "sétimo dia" o Sporting ressuscitou (!?)
E logo com dois golos: um de Djaló e outro de Liedson. Who else!

Litigância de má fé

Algumas das acusações dirigidas pelo PSD contra o Governo PS, ou são tão descabeladas como as de vários dirigentes quando se referem a "mordaças" ou repetem à exaustão a ladainha da "asfixia democrática" (isto num país onde é possível, até com a bênção dos tribunais, insultar, caluniar e difamar o primeiro-ministro) ou são tolas e sem sentido, como a de hoje, proferida por Ferreira Leite, acusando o primeiro-ministro de ter transformado o Estado numa “máquina ao serviço do poder” .
Pergunto-me, mesmo sabendo de fonte limpa (Pacheco Pereira) que a senhora se exprime mal, que raio de coisa é que ela quererá dizer. O Estado não será, por definição, uma máquina ao serviço do poder ?
Tais acusações, umas e outras, por tão descabidas, dariam direito, em qualquer tribunal decente, à condenação da parte, por litigância de má fé. Isto digo eu, que, no entanto, verifico que, nesta, como noutras matérias, estou muito desactualizado.

Uma dúvida a menos

Que Cavaco Silva passou de primeiro-ministro sem dúvidas a Presidente da República assaltado por elas, é ponto que já aqui assinalei. Todavia, o Tribunal Constitucional, honra lhe seja feita, tem sido rápido a livrá-lo delas. Desta feita, pronunciou-se pela constitucionalidade do novo Código de Execução de Penas: "A norma [sobre a colocação de reclusos em regime aberto no exterior e que causou dúvidas a Cavaco Silva] não viola quer a reserva de jurisdição quer o imperativo de respeito do caso julgado por parte dos órgãos da Administração Pública".
Nada que um modesto jurista, como eu, não tivesse já previsto e justificado, contando, embora, com o peso contrário das certezas do senhor João Palma (presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público que manifestou logo não ter dúvidas sobre a inconstitucionalidade da norma) e da opinião seguidista do PSD, que outra coisa não sabe fazer que não seja responder à "voz do dono".

sábado, 29 de agosto de 2009

Regresso às lides


Depois de uma longa e proveitosa "visita de estudo" à Polónia, o "Terra dos Espantos" regressa às lides, para, antes de mais, agradecer ao Eduardo Graça do ABSORTO, a atribuição do Prémio Comprometidos Y Más 2009, agradecimentos extensivos ao T. Mike do Vermelho Côr de Alface que nos contemplou com o selo"O Seu Blog É Viciante".
A atribuição dos prémios em causa são tão somente fruto da gentileza dos amigos, que méritos da casa não justificam. Ainda assim agradecem-se, pois sou pobre, mas não mal agradecido. Um abraço aos dois.
Justifica-se também que deixe aqui registado um agradecimento às leitoras e leitores que nos visitaram durante este período de "dormência".

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Postais de Verão (IX)

(1)

(2)
Em Faro, recordando bons (e velhos) tempos (1975- 1982):
1. Vista da Sé;
2. Vista da marina, jardim Manuel Bivar (se bem me recordo) e, em fundo (da esquerda para a direita) Igreja da Misericórdia, Arco da Vila e Governo Civil.
(Clicando, amplia)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Um forte ataque

Um "forte ataque" (nem mais nem menos) a Cavaco Silva, desencadeado por socialistas próximos de José Sócrates, é como o "Público" qualifica hoje as declarações de algumas vozes socialistas que entendem que certas atitudes e declarações com origem no Palácio de Belém podem pôr em causa a equidistância e neutralidade exigíveis a quem desempenha as funções de Presidente da República, em vésperas de campanhas eleitorais.
Um "forte ataque" de presidencialismo vejo eu, cada vez com maior frequência, nas páginas do "Público". De presidencialismo ou de "cavaquismo", se preferirem.

Afinal, é simples !

Estas são máximas da Drª Leite (se bem transcritas, revelam que à senhora não fariam mal umas lições de português, dando razão a Pacheco Pereira que considera que a senhora se exprime mal) proferidas sobre os dados revelados pelo INE, segundo os quais, a taxa de desemprego atingiu os 9,1 por cento no segundo trimestre de 2009, o que representa um agravamento de 0,2 % face aos 8,9 por cento do primeiro trimestre do ano.
Esta é, pois, a "verdade" da Drª Leite, para quem, pelos vistos, o desemprego, que alastra por esse mundo fora, é fruto das más políticas do Governo de José Sócrates.
Reconheço, contrariado, que a Drª Leite está cheia de razão, como, aliás já o estava, quando, frente às câmaras da SIC Notícias, afirmou, sem se engasgar, que a maior crise mundial dos últimos 80 anos não passa de um "abalozinho". Uma e outra afirmação vêm na mesma linha da "política de verdade". Não há, pois, razão para espantos.
Lendo o último período acima transcrito, corri a peça, esperançado em encontrar a forma como é que a Drª Leite pretende resolver a situação de desemprego e encontrei. Perguntada pelos jornalistas sobre as medidas para inverter a situação, caso ganhe as eleições legislativas, a Drª Leite apontou mais "protecção e apoio para as Pequenas e Médias Empresas".
E aí, eu fiquei esclarecido. Afinal, para uma "política de verdade", é simples: carrega-se no botão e já está. Parabéns Drª Leite! Agora, só me falta saber qual é cor do botão. Haja Zeus!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Mais um tiro na barca

Francisco Moita Flores, actual presidente da Câmara de Santarém, eleito em lista do PSD e novamente candidato à mesma Câmara pelo mesmo partido, declarou em entrevista à SIC, com todas as letras, que não votará em Manuela Ferreira Leite, nem fará campanha pelo PSD nas próximas legislativas. E admitiu mesmo votar PS.
E não vota PSD porque a "ilustre" senhora não lhe merece credibilidade, designadamente, tendo em conta o que passou com a constituição das listas para as eleições legislativas, pois prometeu renovação e apresentou candidatos reciclados, em Santarém, em Braga, em Aveiro, em Faro e em Setúbal, pelo menos; fala em transparência e impõe candidatos a contas com a justiça (António Preto, não sendo único, é o caso mais badalado); e, segundo Moita Flores, as listas do PSD até já integram candidatos por sucessão dinástica.
A meu ver, Moita Flores chega a tal conclusão, um pouco tarde, pois é evidente que a "política de verdade" da Drª Leite não passa (para não ir mais longe) de conversa fiada. Em todo o caso, mais vale tarde do que nunca.
E, por muito que o PSD queira ignorá-las, certo é que as declarações de Moita Flores são mais um tiro na barca da credibilidade de Ferreira Leite que já mete água por tudo quanto é sítio.
Com tanta água a bordo, a barca, por certo, não vai chegar a bom porto. Graças a Zeus. Muitas !
Adenda:
O vice-presidente do PSD, Aguiar Branco, confrontado com as declarações de Moita Flores disse acreditar que ele ainda vai reconsiderar a sua posição até às legislativas.
Se admite uma tal hipótese é porque Aguiar Branco considera Moita Flores um catavento (e nesse caso, estranha-se que o PSD o proponha para presidente duma Câmara Municipal), ou então avalia-o de acordo com a sua bitola, que, sendo assim, não é das mais elevadas. Tudo a demonstrar que a barca, além de meter água, também já não tem rumo. Quer "a comandante da barca", quer "o imediato" já não sabem às quantas andam. Eles ainda não se deram conta disso, mas os tripulantes, mais avisados, já começaram a abandonar a barca. Moita Flores não é caso único.

Postais de Verão (VIII)

(1)

(2)
Passando por Castro Marim e revendo tempos idos (1972-1975):
1) O Castelo;
(Clicando, amplia)

Dúvida por dúvida: lindo !

No mesmo dia em que o Presidente da República (PR) requereu ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva do novo Código de Execução das Penas, por dúvidas sobre a constitucionalidade da uma norma daquele diploma, eis que o Tribunal Constitucional (TC) considerou que as duas normas que lhe tinham sido enviadas para fiscalização preventiva pelo PR, em matéria de reabilitação urbana, não contrariam a Constituição da República.
Imagino que o PR deve estar particularmente feliz. Sofreu um revés, é certo, mas, em contrapartida, o seu rol de dúvidas, graças à pronta (e unânime) decisão dos juízes do TC, não sofreu alteração. Foi uma dúvida a mais, por uma dúvida a menos, o que não é coisa pouca para quem vive assoberbado por dúvidas. Dúvida por dúvida: lindo !

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Alegria, em casa de tristes, é luto

Segundo os dados do INE, disponibilizados e comentados aqui, a economia portuguesa, contrariando as expectativas dos analistas (que apostavam num recuo de 0,6 por cento) terá crescido 0,3 por cento no segundo trimestre deste ano, face aos primeiros três meses de 2009. A confirmarem-se estes dados, Portugal terá deixado de estar em recessão técnica.
Não será ainda o fim da crise, mas, como diz o primeiro-ministro, secundado pelo ministro das Finanças, bem pode ser que seja o princípio do seu fim.
Não obstante a surpresa dos analistas e a prudência do Governo, certo é que, para as oposições, o anúncio do INE surgiu em muito má hora. Se dúvidas houvesse, bastaria ver, como eu vi, a cara de Miguel Frasquilho (do PSD), de Helena Pinto (do BE), de António Feio (do CDS) e de Jerónimo de Sousa (do PCP) a comentarem os dados do INE para não ter dúvidas sobre o assunto.
Notícia alegre, em casa de tristes, pelos vistos, é luto!

Um Presidente assaltado por dúvidas

De primeiro-ministro sem dúvidas a Presidente da República assaltado por elas, eis o trajecto de Cavaco Silva que requereu hoje ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva de uma norma do diploma que aprova o novo Código de Execução das Penas, gesto que ele repete pela décima vez, desde o início do seu mandato.
Não se contesta a legitimidade do PR para tomar esta iniciativa e, pelo contrário, até vejo razões para a saudar, pois significa que o actual PR desceu ao mundo do comum dos mortais, onde vivemos rodeados de incertezas. E, quem tem dúvidas, bom é que se livre delas, pois já bastam as dúvidas e as incertezas insolúveis.
Do que eu duvido é que neste caso lhe assista razão para as ter, pese embora o "doutissíssimo" parecer do senhor João Palma [presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público que, por sinal, não tem dúvidas sobre a inconstitucionalidade da norma (objecto das dúvidas presidenciais) a qual permite a colocação de um recluso em regime aberto no exterior "mediante simples decisão administrativa do Director-Geral dos Serviços Prisionais"] e da concordância do PSD com a decisão presidencial, que sendo habitual, já não é surpresa.
É que o regime aberto de prisão não modifica a pena (que continua ser de prisão), apenas altera o seu regime e este não é o único caso em que tal se verifica. Supõe-se que tal já sucede, actualmente, com decisões tomadas pela administração prisional, quer em benefício do recluso (as saídas precárias, p.e.), quer em seu desfavor (como será, por exemplo, o caso em que o preso é colocado em isolamento).
Assim sendo, julgo que, caso a norma em questão venha a ser considerada inconstitucional, todo o actual regime de cumprimento da pena de prisão terá de ser revisto, por forma a que esse cumprimento possa ser controlado (a todo o momento) por um juiz. Só que, a ser assim, muito me espanta que, nem o PR, nem o PSD, nem o senhor Palma se tenham, alguma vez, preocupado com o assunto. Pelos vistos, acordaram tarde, ou só acordam quando lhes convém.

Avifauna portuguesa # 64 : Pernilongo (Himantopus himantopus)

Pernilongo (Himantopus himantopus L.)
(Local e data:Ria Formosa - Faro; 11-08-2009)
(Clicando, amplia)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Postais de Verão (VII)

O "Outro Lado" de Tavira e o Gilão, vistos do Jardim do Coreto. Em casa dos amigos Mimi e Jorge. O meu Algarve é assim!
(Clicando, amplia)

Arte pública - Algarve (III)

Título: "Homenagem ao Pescador"
Escultor: João Cutileiro;
Material: Mármore;
Local: Alvor - Algarve;
Ano: 2000
(Clicando, amplia)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"O homem da mala" já foi absolvido

António Preto, "homem da mala" aviada com 150.000,00 €, também conhecido como o "homem do braço engessado" vai a julgamento, acusado de falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
Salvo o devido respeito, este julgamento é um desperdício. Pois não é verdade que o cavalheiro foi já absolvido pela senhora Drª Manuela Ferreira Leite, uma pessoa "séria" (porque se não ri) e que, como tal, seria incapaz de convidar alguém para deputado da nação que não fosse um cidadão acima de qualquer suspeita?
António Preto está nessas condições. Logo, absolvido está. Não há que duvidar, pois a senhora pertence à escola dos que nunca se enganam.
(Imagem daqui)

Arte pública - Algarve (I)

Título: "El Rei D. Sebastião";
Escultor: João Cutileiro;
Material: Mármore;
Ano: 1973;
Local: Lagos - Algarve.
(Clicando, amplia)

Quando o branco é preto

Ou quando a vontade de criticar é tanta que tudo serve de pretexto, mesmo que para atingir o objectivo se tenha que distorcer a realidade.
Pelo título, até parece que qualquer cidadão podia, até agora, escolher o local onde votava, como se tal dependesse da escolha dos eleitores. Ora, é sabido que não é assim, pois é a lei do recenseamento que determina que os cidadão são recenseados (e votam) no local da sua residência. Determina e, a meu ver, bem, pois é fácil verificar que o local da residência é o que permite o mais fácil exercício do voto e, consequentemente, é também o que menos favorece a abstenção, para além de proporcionar, no caso das eleições autárquicas, um melhor conhecimento dos candidatos.
O que o cartão do cidadão fez foi, simplesmente, acabar com a possibilidade de haver múltiplos recenseamentos da mesma pessoa e com a irregularidade de haver cidadãos recenseados onde, de acordo com a lei, não deviam estar, resultados que, a meu ver, são de aplaudir, pois, numa democracia, todos os cidadãos são iguais perante a lei e, neste aspecto, não há especificidades a considerar.
O cartão do cidadão tem sido objecto de críticas, pois algumas mentes vêem nele mais um instrumento do "Big brother". Não é o meu caso, mas respeito as críticas que vão nesse sentido. Julgo, no entanto, que para criticar não é necessário distorcer a realidade, até porque tal comportamento acaba, afinal, por se virar contra quem utiliza processos menos claros. Como é o caso.

domingo, 9 de agosto de 2009

"Quero, posso e mando"

As críticas às escolhas das listas dos candidatos do PSD às próximas legislativas, por parte de Manuela Ferreira Leite (MFL), vindas do interior do próprio partido, continuam a ouvir-se. O "Expresso" de ontem dá conta das tomadas de posição de antigos dirigentes do PSD, como Ângelo Correia e Ribau Esteves, ou como Azevedo Soares (ex-secretário-geral de Marques Mendes) que chega ao ponto de afirmar que MFL "não tem estatura para ser líder do PSD (e para primeira-ministra, muito menos, acho eu), pois "tinha a obrigação de unir e mobilizar e fez exactamente o contrário".
Face a estas críticas internas e a outras ainda mais virulentas não deixa de ser surpreendente que os órgãos de comunicação social, embora teçam aqui e além algumas críticas às opções de MFL, em particular no que respeita à real contradição entre o discurso sobre a prometida renovação e a realidade traduzida na inclusão de nomes como António Preto ("o homem da mala", também conhecido como "o homem do braço engessado"), Couto dos Santos, Pacheco Pereira e Deus Pinheiro (todos homens do passado) se mostrem, em geral, dispostos a compreender e a aceitar a posição da líder do PSD. Quando muito afirmam que MFL assumiu a inteira responsabilidade pela sua decisão e só ela responderá pelo resultado. Monsieur de la Palice diria o mesmo.
Passam assim, a meu ver, ao lado do mais importante, que é o facto de ela ter silenciado todas as vozes não inteiramente sintonizadas com a dela. O que é grave, em democracia.
Com esta atitude de "quero, posso e mando", MFL mostra de que massa é feita e leva-me a concluir que a sua alusão à "suspensão da democracia" era mesmo para ser levada a sério.
No país ela não vai conseguir tal objectivo, porque não vai ter nem meios nem oportunidade, mas no partido, a suspensão da democracia é já uma realidade.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Postais de Verão (VI)

Alvor (Vila e Ria)
Clicando, amplia

PSD: a "profunda renovação"

Na sequência das escolhas de Manuela Ferreira Leite (que entendeu por bem excluir das listas de candidatos às próximas eleições legislativas todos os militantes que não dessem garantias de completo alinhamento) e no seguimento da contestação posterior das distritais, ouvi já dizer por aí que, na próxima legislatura, o PSD vai ser representado na Assembleia da República, não pela tradicional "Bancada" e mas por uma "Carneirada".
A senhora não tinha prometido uma "profunda renovação"? Prometeu e cumpriu, pois maior renovação era mesmo impossível.
Agora só falta ver qual a dimensão do aprisco. Quanto mais reduzido, melhor ! Digo eu.

Com a devida vénia ...

Passo a palavra ao Paulo Pedroso:

"Contrato com os cidadãos: o impacto na poluição do atraso na reconversão das AUGI"

"O município de Almada não tem dado atenção à reconversão das Àreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI), ao contrário de outros, de todos os partidos. Veja-se,como exemplos, Seixal (CDU), Amadora (PS), Cascais (PSD) ou Oeiras (ex-PSD). Esse atraso tem muitas consequências urbanísticas e sociais. Como bem deixou claro Carlos Pinto, em comentário que fez ao post sobre a falta de infraestruturas de saneamento básico e que aqui se retoma, embora as pessoas não o saibam, milhares de habitações do concelho de Almada continuam desligadas da rede de esgotos do município, apesar de terem sido construídas, na sua maioria, há vinte ou trinta anos:

A questão do saneamento básico de milhares de construções nas freguesias da Charneca, Sobreda, Monte, Trafaria, Caparica e Costa da Caparica é um dos problemas mais graves do concelho de Almada.

Esta questão está associada à construção ilegal e à falta de investimento adequado na sua reconversão. É não só uma questão qualidade de vida das populações mas também um grave problema ambiental.

O concelho de Almada, como toda a Margem Sul do Tejo, está em cima da maior reserva de águas subterrâneas (a melhor para consumo humano) de Portugal e é urgente que se encerrem as centenas de "fossas" que potencialmente a estão a poluir.

Basta fazer uma conta simples para ver a dimensão do problema: a frente de lote nas áreas referidas anda entre os 14 e os 20 metros, então temos uma "fossa" pelo menos de 20 em 20 metros.

Digo "fossa" com reservas porque uma verdadeira fossa séptica, construída de acordo com as boas regras sanitárias não tem grande impacte ambiental, nada que a natureza não resolva e é um sistema utilizado em muitas zonas rurais.

Mas neste caso estamos a falar não de fossas sépticas mas de tanques de dejectos construídos clandestinamente e sem as mais elementares regras sanitárias.

São autênticos focos de poluição que urge encerrar."

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Postais de Verão (V)

Gaivotas, rochas e mar com barco, na Prainha (Alvor - Algarve)
(Clicando nas imagens, amplia)

A grande barafunda !

Às cinco distritais que ontem se manifestaram contra as escolhas de Manuela Ferreira Leite, juntam-se hoje as distritais de Aveiro, Faro e Viana do Castelo.
E outras vozes se vão ouvindo dentro partido, no mesmo sentido. Como por exemplo, Jorge Neto, para quem "o que o partido precisava era de abrangência e abrangência significa pluralidade de escolhas e sensibilidades e não, como aconteceu, de uma forma completamente divisionista criar fracturas irreversíveis no partido em vésperas de dois combates eleitorais decisivos".
E também não falta quem, muito simplesmente, bata com a porta, como Henrique Freitas.
É a grande barafunda no PSD de Manuela Ferreira Leite, onde a partitura tem uma nota só. A da Drª Manuela.
Habituem-se. Elegeram a senhora, aturem-na !

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Foi você que pediu um "cavaco"?



"O conselho nacional do PSD dividiu-se ontem na hora de aprovar as listas de deputados às legislativas de Setembro de Manuela Ferreira Leite. Na hora de contar os votos, as candidaturas tiveram menos de 60 por cento dos votos a favor e os votos contra de 36 por cento – 59 votos a favor, 37 contra e 5 abstenções.Nas muitas horas da reunião, as críticas mais ferozes às listas – “sectárias e más” – partiram do ex-candidato à liderança Pedro Passos Coelho, excluído de uma candidatura em Vila Real. Mas dentro da reunião, à porta fechada, também se ouviram críticas. E fortes.O ex-ministro Nuno Morais Sarmento, que desta vez optou por ficar de fora, confessou não se sentir satisfeito nem se identificar com as propostas feitas por Ferreira Leite, a par de reparos ao programa eleitoral. Levou uma das maiores ovações da noite.Carlos Carreiras, líder da distrital de Lisboa, que consumou a ruptura com a liderança pela inclusão dos nomes de António Preto e Helena Lopes da Costa, votou contra. Ao mesmo tempo que admitiu ser uma “mesquinhez” a exclusão de Passos. Pedro Pinto, ex-líder da JSD, que não volta a ser deputado, disse aos conselheiros ser contrário à exclusão de Passos.A escolha da ex-militante do CDS Maria José Nogueira Pinto também foi atacada por Passos Coelho, que considerou uma desilusão e um acto que pode ser entendido como um acto hostil ao partido de Paulo Portas.Se Manuela Ferreira Leite entrou silenciosa saiu sem nada dizer aos jornalistas além de “boa noite”. Apenas falou aos conselheiros para explicar os critérios de escolha dos deputados, as linhas do programa eleitoral que será apresentado a um mês das legislativas, a 27 de Agosto.As explicações aos jornalistas ficaram a cargo do vice-presidente José Pedro Aguiar Branco. Que desdramatizou a exclusão de Pedro Passos Coelho: “Não foi escolhido.” Os que foram escolhidos são os que foram considerados “em melhores condições para protagonizar” os “combates” no Parlamento. E apontou,a quem ficou de fora, “outros palcos” para servir o partido, como nas eleições autárquicas.

- Foi você que pediu um "cavaco"?
- Humm!
- "Cavaco" já não temos, mas não fica mal servido com este(a) cara(de)pau!
(Imagem daqui)

Postais de Verão (IV)

O mar do Algarve, no Vau (Portimão). Em casa dos amigos Otília e António. Abraço aos dois.
(Clicando, amplia)

A nós poupem-nos !

Aturar a senhora (Manuela Ferreira Leite) é obrigação e castigo de quem (I,II,III, IV, V) tolamente a elegeu. Mas a nós poupem-nos. Que não fomos havidos nem achados!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Partitura duma nota só !

Segundo o "Publico" on line, Pedro Passos Coelho não vai integrar a lista do PSD às eleições legislativas por Vila Real, porque Manuela Ferreira Leite não o aceitou para cabeça de lista por aquele círculo eleitoral, recusando a escolha da respectiva distrital que o havia indigitado para ocupar o primeiro lugar da lista. Confirma-se assim a hipótese que já há muito vinha a ser aventada e confirma-se igualmente que o PSD de Manuela Ferreira Leite é cada vez mais uma partitura duma nota só.
Na verdade, Passos Coelho terá emitido, após a eleição para os órgãos do partido em que foi derrotado por Ferreira Leite, um ou outro som mais dissonante, mas, tanto quanto me lembro, nunca hostilizou a actual direcção do partido. E, no entanto, a dissonância foi suficiente para ser afastado. Passos Coelho, porque tem ideias próprias e não dobrou a cerviz, como Santana Lopes, tem a paga à vista. Para Ferreira Leite, pelos vistos, só incondicionais.
Destino igual ao de Passos Coelho teve o seu apoiante Miguel Relvas, apontado pela distrital de Santarém, como cabeça de lista pelo respectivo círculo, o que só vem confirmar o que fica dito. Em seu lugar, como cabeça de lista, vai (e bem o merece pelos fretes que vem fazendo!) Pacheco Pereira (PP), ideólogo do "ferreiraleitismo".
Compreende-se agora melhor a repetida alegação de PP (nos órgão de comunicação social, onde perora) sobre a falta de "pluralismo" e as sucessivas referências de Paulo Rangel às "mordaças". Afinal, um e outro não se referiam ao país, mas sim ao próprio partido. E razão não lhes falta. Como estas escolhas se encarregaram de comprovar.
(reeditada)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Política de Verdade e ensaio para a renovação das listas

Respigado do "Público"on line:
De manhã:
Ela lá tinha as suas razões, porque horas depois:
E esta, hein! Como ensaio para a falada profunda renovação das listas, não está mal, não senhora!
Quanto à política de "Verdade", à moda de Ferreira Leite, nada a acrescentar, pois, há muito, que estamos conversados.

Bode expiatório ou o fim da impunidade ?

Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, foi hoje condenado a sete anos de prisão efectiva e a perda de mandato, bem como a pagar uma indemnização de 463 mil euros ao Estado tendo sido dados como provados os crimes de fraude fiscal, abuso de poder, corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais.
Sobre a justiça da sentença não me cabe pronunciar, por falta de dados, embora reconheça, tendo em conta o pedido do Ministério Público (prisão efectiva durante um período superior a cinco anos, e inibição de exercício de cargos públicos durante o mesmo tempo) que o colectivo dos juízes não usou de mão leve. O que não se lamenta, como é óbvio.
Já alegação por parte de Isaltino Morais que, após a leitura da sentença, se considerou um "bode expiatório" não me parece fazer qualquer sentido, sendo que também não se justifica afirmar que a sentença condenatória representa o fim do sentimento de impunidade para os crimes de colarinho branco.
E não faz sentido a alegação, porque tenho por seguro que da agenda dos juízes não faz parte arranjar bodes expiatórios e também não tem razão de ser a afirmação, porque "cada cabeça sua sentença". Se vier a ter, como se deseja, algum efeito dissuasor já não será mau.
(Reeditada)

E que tal uma venda nos olhos dos eleitores?

«O PSD está de acordo e apoiará todas as iniciativas que tenham por objecto dar maior transparência à vida política e à democracia. Estamos disponíveis para discutir, mas não em véspera de eleições." (Palavras de Manuela Ferreira Leite, em visita ao tribunal de Vila Franca de Xira, interrogada sobre as declarações de Marques Mendes que considerou, há dias, ser uma "vergonha" que políticos acusados e condenados sejam candidatos).

Donde se conclui que a receita do PSD da Drª Manuela (em processo de renovação profunda nas listas) para concorrer às próximas eleições legislativas, pode resumir-se como segue:


1º. Faz-se um programa "minimalista" ;
2º. Revela-se (?) o dito programa, à última hora, não vá o eleitor ter a curiosidade de o ler;
3º. Por último, assuntos sérios não se discutem antes das eleições.


Para um votação completamente às cegas, só falta mesmo pôr uma venda nos olhos dos eleitores.
Não é Drª Manuela ?
(Imagem daqui)

A crise e a notação da dívida pública portuguesa

O relatório da Moody's, (agência de notação financeira) mantém inalterada em “Aa2” a notação para dívida pública portuguesa.
Justificação:

Observação dos dias (XI)

[Erva-abelha (Ophrys apifera L.)]
Até as flores mentem !...
(Clicando na imagem, amplia)

domingo, 2 de agosto de 2009

Com a devida vénia ...

Passo a palavra a:

I) Tomás Vasques

"BE, o trotskismo de corpo inteiro.
Francisco Louçã é o BE. No processo de construção e consolidação do «partido» do «socialismo do Século XXI», o grupo trotskista de Louçã – o PSR – meteu no bolso os maoistas de Fazenda e os ex-comunistas de Portas. O que é natural, já que os outros atravessavam uma «crise de identidade» ideológica e política, enquanto Louçã se mantinha fiel, como sempre, ao seu «mestre» e à Internacional trotskista. Fazenda e o seu grupo, sem Mao Tsé Tung e Henver Hodja, perderam o rumo «revolucionário»; Miguel Portas, sem a disciplina férrea do PCP, entrou em «transição». O que aqui releva é o gato escondido com Louçã de fora. Muitos dos eleitores do BE, armados do «romantismo de esquerda» não param para pensar no que é essencial: que tipo de sociedade é que o BE deseja construir. Louçã, ao longo destes últimos 40 anos, e sobretudo nos últimos 10 anos, em declarações e entrevistas, já disse tudo o que tinha a dizer: nacionalizar os sectores estratégicos da economia, a começar pelo sistema financeiro e, assim, fazer depender do Estado toda a Economia; acabar com os ricos e com o lucro das empresas privadas; «aprofundar» a democracia participativa, o que interpretado à moda de Moscovo, dos anos 20, de Havana, nos anos 60, ou em Caracas nos dias que correm, significa os «comités de bairros» a perseguirem todos os que se opõem ao «regime», enquanto as instituições democraticamente eleitas, como o Parlamento, vão definhando no processo. O «socialismo do século XXI» é uma mera adaptação à «realidade concreta» de um processo de soviétização da sociedade portuguesa. Não há meio-termo, por muito que almas bem intencionadas se esforcem. O argumento de que o BE é uma facção do «socialismo de esquerda» e é parte da «esquerda democrática» é areia nos olhos. Mas, o pior, é que, quem hoje contribui para o crescimento eleitoral do BE, amanhã – se os amanhãs pudessem cantar – seriam os primeiros a amaldiçoar a sua sorte, como aconteceu em Havana e hoje está a acontecer em Caracas."

II) Luís Novaes Tito

"A atracção pela rosa
A silly season caracteriza-se pela falta de notícias.
Quando a ela se junta uma campanha eleitoral que não prescinde de novidades, ainda que tenham de ser fabricadas, aparecem os não-casos Joana.
Recapitulemos para melhor sentir o ridículo:
Joana Amaral Dias resolveu, há dois anos, afrontar o seu líder partidário que concorria à Presidência da República tornando-se mandatária para a juventude de Mário Soares. Como Soares ficou em terceiro lugar, JAD não recolheu o protagonismo que pretendeu e Francisco Louçã não lhe admitiu a dissidência, coisa comum em Partidos radicais, tendo-lhe retirado as luzes com que JAD gosta de se iluminar.
Passado o tempo de recobro, JAD não aguenta o anonimato e resolve contar uma conversa privada, sem qualquer relevância até por ser só uma coisa entre duas pessoas, e sentindo que era tempo de reacender as luzes e reaproximar-se do seu querido líder, agora que se pressentem perspectivas de futuro, arranja um pseudo-caso útil à propaganda do BE que está apagado da comunicação social devido ao extremado dualismo PS/PSD. A silly season e a falta de notícias sérias catapultam o fait-divers para as primeiras páginas e dá a JAD o relevo que nunca teve, nem quando foi mandatária de Soares.
Tudo visto e espremido ganharam-se duas semanas de conversa de praia e de esplanada para gáudio dos interesses da comunicação social e do seu protegido Bloco de Esquerda.
Estranha-se que o pseudo-assédio de JAD seja notícia depois dela ter sido mandatária de Soares contra Louçã e que nessa altura o convite feito, por quem tinha o poder para o fazer, fosse considerado normal (como é normal, diga-se, porque as pessoas são livres de contactarem, de serem contactadas e de decidir).
Confirma-se que o BE é uma força de contra-poder onde os seus militantes estão impedidos da liberdade de ousar desafiar a nomenklatura sob o risco do rótulo de tráfico de influências. Que se seguirá? Talvez um internamento em clínica de reeducação, presume-se."

Postais de Verão (IV)

(Clicando, amplia)
(Arriba Fóssil - Costa da Caparica)

Os Torquemadas não se retractam



(Tomás de Torquemada, o Grande Inquisidor)

Fica-se a saber, pelas próprias palavras de Joana Amaral Dias (JAD) que a "sondagem"/convite para integrar a lista do PS, por Coimbra, nas próximas eleições legislativas ("sondagem", na versão Paulo Campos e convite, na versão JAD) não partiu de José Sócrates. E do alegado aliciamento com a promessa de um cargo no IDT, nem sinais, pois nem JAD o confirma.
Assim sendo, cai pela base a acusação de "tráfico de influências" dirigida por Francisco Louçã (o Impoluto assumido) contra o primeiro-ministro. Por isso, também se compreende perfeitamente que, para Louçã, o assunto esteja encerrado. Foi o que lhe ouvi dizer, há pouco, ao mesmo tempo que metia os pés pelas mãos. Mas daí a retractar-se e a pedir desculpas pela infundada e gravíssima acusação vai um passo que Louçã e os Torquemadas deste mundo jamais ousarão dar, porque o que conta é a sua "verdade". O mais importante para os Torquemadas é o efeito pretendido e, no caso, ele já foi alcançado.
(Imagem daqui)

Postais de Verão (III)

(Clicando, amplia)
[Vasos suspensos com petúnias (Costa da Caparica)]

sábado, 1 de agosto de 2009

Da ocupação dos dias: jardins em miniatura (III)

Vaso com plantas aromáticas comercializadas sob as designações de Hortelã-pimenta (na imagem: ao centro); Óregãos (às 12,00 h); Estragão (às 3,00 h); Segurelha (às 6,00 h); e Tomilho (às 9,00 h.).
(Clicando na imagem, amplia)

Legislativas: nova sondagem e dias sombrios

Estudo de Opinião efectuado pela Eurosondagem, S.A. para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, de 23 a 28 de Julho de 2009
Intenções de voto nas próximas eleições legislativas:
PS: 33,0%;
PSD: 31,1%;
BE: 10,0%;
CDU: 9,4%;
CDS-PP: 8,5%.
Em breve comentário direi que, se estes números (ou outros aproximados) se vierem a confirmar em 27 de Setembro, bem podemos contar com dias sombrios. A crise (mesmo que o pior já tenha passado a nível mundial) em Portugal, ela vai, seguramente, perdurar, porque qualquer governo (à direita ou à esquerda) será sempre minoritário e incapaz de gerar confiança nos agentes económicos. Além de que estará sujeito a ser derrubado, a qualquer momento e sob qualquer pretexto. Como é óbvio.
Valha-nos, pois, São Pascoal Bailão!