quarta-feira, 8 de maio de 2024

Um governo de "gente séria"

"Em resumo, Ana Jorge é acusada de incompetência, é corrida do cargo à pressa para não ser indemnizada e depois é ameaçada de cometer um crime se deixar as funções que incompetentemente exerce. Não sei se Ana Jorge é má ou excelente provedora da Santa Casa. Mas isto sei: o tratamento de que foi alvo é uma absoluta obscenidade. O mundo da política pode ser feio, porco e mau, como o filme de Ettore Scola, mas convém impor alguns limites ao descaramento. Quem trata pessoas assim não é gente séria." João Miguel Tavares, in "Público", de ontem, dia 7.

João Miguel Tavares que não é propriamente um simpatizante socialista (muito pelo contrário) toma na crónica donde extraio este excerto, uma posição que o honra e que faz com que eu próprio me sinta obrigado a rever a opinião (nada favorável) que tinha dele.
E sim, neste passo, concordo inteiramente com ele. De facto, a pessoa a quem ele se dirige (a ministra do do Trabalho Solidaridade e Segurança Social, no caso em questão, não se comporta como gente séria. O estranho, quanto a mim, é que ela continue a ser ministra mas também confesso que, num governo como este, já nada me causa estranheza.

sábado, 4 de maio de 2024

"Os portugueses adoram ser enganados" ?


A expressão em título não é minha, mas de Pedro Garcias que, com ela, termina um texto publicado hoje no suplemento "Fugas" do "Público", numa coluna com o título "Elogio do Vinho", onde escreve habitualmente, título que é altamente redudor, pois a qualidade da escrita não se limita a tratar de assuntos do vinho, como poderão ver pelo extracto que tomo a liberdade e o gosto de transcrever: "Bugalho, por seu lado, mostrou uma vez mais o poder da SIC (...). Sebastião comeu a papa a toda a gente: ele nunca quis ser jornalista; na verdade, nunca foi um verdadeiro jornalista. Ele sempre trabalhou para uma carreira política. Era o seu sonho e confessou-o várias vezes. Os portugueses adoram ser enganados."

A pergunta em título fica sem resposta da minha parte em relação ao caso Bugalho. Espero é que, pelo menos desta vez, sendo tão evidente o engodo, os eleitores portugueses não deixem ser levados ao engano. Para enganos, já tivemos, este ano, mais que o suficiente. Chega!
(Fonte da imagem: aqui)