quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

#Observação dos dias

Hoje: Torcicolo * (Jynx torquilla L.)





* Outros nomes comuns:: Papa-formigas; Cabeça-de-cobra; Doudinha;  Formigueiro; Gira-pescoço; Peto-formigueiro; Peto-da-chuva.
Avistamento: Parque da paz - Almada; 30 - Dezembro - 2021
(Clicando nas imagens, amplia)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

"O calado é o melhor"?

O provérbio popular garante que sim, que "o calado é o melhor". Todavia, pelo menos, aparentemente, a justeza  do ditado foi posta em causa pelo Almirante Calado que não só não se calou perante a sua exoneração do cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada, como fez questão de proclamar bem alto que deixa a Marinha "não por vontade própria". Cito: "Deixo a Marinha não por vontade própria pois os que me conhecem não entenderiam que abandonasse o leme da nossa Marinha depois de tanto resistir ao temporal que nos assolou nos últimos tempos".

Apesar de reconhecer ao Almirante Calado particular autoridade na matéria, atendendo ao seu apelido, continuo a a  acreditar na justeza do provérbio, pois, na verdade, acho que, também no caso dele, o melhor mesmo era ter ficado calado.

(Imagem: créditos: Ivo Pereira / Global Imagens)

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

"Tudo o que vier à rede é peixe"

Este parece ser o lema de Rui Rio, líder do PSD, que, pelos vistos, se esforça por "pescar" em todas as àguas: limpas ou turvas, profundas ou rasas, doces ou salgadas, sem excluir as salobras.

Tão depressa se afirma como social-democrata para seduzir políticamente o centro e o centro-esquerda, águas em que é suposto navegar o Partido Socialista, como rapidamente lança mão de "iscos" que são do agrado da extrema direita, facto que não passou despercebido ao líder do CHEGA, que, em comentário ao discurso de Rui Rio no encerramento do Congresso do PSD não se ensaiou para dizer: "Gostei de ver Rui Rio tocar em pontos que são importantes para a direita, como é o caso da subsidiodependência, da fiscalização dos apoios sociais e de percebermos que não podemos ter um país em que andam uns a trabalhar e outros a viver à conta desses".

De facto, deve ter gostado porque, Rui Rio quase lhe tirava as palavras da boca, em tiradas como esta: "(...) não é racional manter apoios sociais a quem os usa para se furtar ao trabalho e, dessa forma, condicionar a própria expansão empresarial que, cada vez mais, se lamenta da falta de mão de obra disponível".

Não admira, por isso, que André Ventura tenha visto em tais declarações um "primeiro passo para conseguirmos um governo de direita em Portugal". Eu não diria um "primeiro passo", porque o primeiro  já foi dado com o acordo entre o PSD e o CHEGA, acordo que permitiu a formação do actual governo regional dos Açores. E se, como sói dizer-se, o que mais custa é o primeiro passo, outros com grande probabilidade chegarão. Convém não ter ilusões quanto a essa possibilidade, até porque quem se propõe pescar em tantas águas não é merecedor de grande confiança. A minha, pelo menos, Rui Rio, não tem.

(Na imagem: recolha da rede - pesca artesanal - Costa da Caparica)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Livrai-nos, Senhor!

....

- Da fome, da peste e da guerra,

- Livrai-nos, Senhor !

- Das epidemias e das pandemias, 

- Livrai-nos, Senhor !

 - E de todo o mal.

- Livrai-nos, senhor! 

- E, já agora, das cauções do juiz Carlos Alexandre,

- Livrai-nos, Senhor !

(Imagem: LUSA)

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

#Observação dos dias

Quem disse que para observar um contorcionista era necessário ir ao circo?





Nas imagens: Lugre  (Spinus spinus L.; sinónimo: Carduellis spinus L.)

[Avistamento: Almada (Parque da Paz); 14 - Dezembro - 2021]
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domingo, 12 de dezembro de 2021

Simplesmente disparate!


"Rui Rio sugere que calendário eleitoral influenciou prisão de Rendeiro", assim titula o "Expresso" uma notícia dando conta que Rui Rio publicou na sua conta no Twitter este desabafo: "O diretor da PJ deu uma conferência de imprensa de manhã. Depois esteve na RTP às 13h, na CMTV às 17h, na CNN às 19h e, exibindo o seu dom da ubiquidade, conseguiu estar às 20h, ao mesmo tempo, na SIC e na TVI. Pelos vistos, o azar de João Rendeiro foi haver eleições em janeiro".

Desabafo que é, ao mesmo tempo, um completo disparate, só ao alcance de alguém (esperemos que só temporariamente) perturbado. Note-se que ao qualificar o dito de Rui Rio como simples disparate estou a fazer um favor ao autor. A afirmação, tudo o indica, é sintoma de algo mais grave.  
(Créditos pela imagem supra devidos a:  Fernando Veludo/Lusa)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Vae victis !

Paulo Rangel, candidato vencido na recente disputa para o cargo de Presidente do PSD, lamenta que Rui Rio, o candidato vencedor da contenda, tenha afastado das listas do partido às próximas eleições legislativas os seus apoiantes, chegando alguns destes a falar em "purga". O termo é seguramente excessivo, pois figuram nas listas vários seguidores de Rangel em lugares elegíveis. Não custa, no entanto, admitir que Rangel e apoiantes tenham alguma razão de queixa, mas também é verdade que só com grande dose de ingenuidade, poderiam ter acreditado que Rui Rio, na elaboração das listas, não fosse tentado a privilegiar apoiantes seus. Se procedesse de outra forma é que seria motivo de perplexidade. 
Já no seu tempo exclamavam os romanos:  Vae victis! (Ai dos vencidos!) 
O mundo não mudou muito depois disso.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

"Traficante de informação"

 "Marques Mendes não é um comentador, é um traficante de informação privilegiada e nem sempre certa" (Miguel Tiago).

"Coscuvilheiro" também não lhe assentava mal.
(Fonte da imagem: Wikipédia)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Requiem por um partido ?

 A decisão hoje tomada pelo PSD de disputar sozinho as próximas eleições legislativas que terão lugar no dia 30 de Janeiro, recusando a coligação com o CDS/PP (que bem ansiava por ela) pode, eventualmente, representar o fim deste partido. Isto, é claro, se as indicações dadas pelas últimas sondagens estiverem de acordo com a realidade, o que, como se sabe, nem sempre acontece, havendo, inclusive, dados que apontam para uma subvalorização, alegadamente crónica, na contagem das intenções de voto no CDS. 

Não se compreende muito bem a lógica da decisão até porque não foi dada a conhecer a justificação e estranha-se pois é sabido que quanto mais dividida a direita se apresentar a eleições mais serão os votos desperdiçados. Nada que me preocupe, evidentemente e, seja como for, o PSD é que sabe as linhas com que se cose.

O desaparecimento do CDS, a mais ou menos curto prazo, tem, nesta altura, um inconveniente de monta. De facto, com o enfraquecimento do CDS e, sobretudo, com o seu apagamento, aumentam as possibilidades de crescimento da extrema direita hoje corporizada no CHEGA, chefiado pela figura sinistra e oportunista do André Ventura, consequência bem possível e que se lamenta. 

(Reeditado)

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

"Não é com vinagre que se apanham moscas"


Disse Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), em comício, nos Açores, que “há poucas coisas tão parecidas com a direita do que uma maioria absoluta do PS”.
Não sei se a estimável senhora se apercebeu de que uma tal afirmação, ainda que expressa em português pouco escorreito, não pode deixar de ser vista como ofensiva por parte do PS. Como é evidente. Se o BE espera, como parece, que o resultado das eleições legislativas marcadas para o próximo dia 30 de Janeiro irá permitir à esquerda formar governo, é óbvio que esse eventual governo não se forma e não passa na Assembleia da República sem a liderança do Partido Socialista. Suponho que nem Catarina Martins se atreve a ter dúvidas sobre isso. Mas, sendo assim, conviria ao BE que os seus dirigentes, em pré-campanha ou já durante a campanha eleitoral tivessem algum tento na língua. É que, convém lembrar que, como diz o ditado, "Não é com vinagre que se apanham moscas". Nem moscas, nem parceiros de eventuais coligações.
(Créditos da imagem: Swipe News, SA)

sábado, 4 de dezembro de 2021

Quanta ligeireza de julgamento !


Surpreende-me a ligeireza com que alguém, sobretudo se jurista, se atreve a considerar o (agora) ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, independentemente de julgamento, como corresponsável pelo acidente que teve lugar em 18 de Junho último, na autoestrada A-6 de que resultou a morte de um trabalhador atropelado pelo veículo onde o ministro se fazia transportar. A surpresa é tanto mais justificada quando é certo que os apressados julgadores nem se dão ao trabalho de apresentar o mais pequeno indício que aponte para a culpa do visado, tarefa que, convenhamos, não seria fácil.

Pelo menos, para o Ministério Público, não foi, pois, ao deduzir a acusação no processo, não constituiu o ex-ministro como arguido.

E para os julgadores apressados muito menos o seria. De facto, quem poderá saber o que se passou dentro do veículo, a não ser o próprio ex-ministro e o motorista? Ou será que, a partir de agora, para os justiceiros da nossa praça, um ministro ou qualquer outro superior hierárquico com motorista ao seu serviço não pode tirar os olhos do conta-quilómetros?

Por que razão não se aguarda pelo julgamento e pela produção pública da prova ? Uma pessoa, só pelo facto de ser ministro, já não não tem direito à presunção de inocência? Se já chegámos a esse ponto, e assim parece, quem é que de futuro, quererá assumir tais responsabilidades ? Pergunto-me.

(Imagem daqui)