«Podem acusar o Orçamento do Estado (OE) para 2016 de fazer figas para que tudo corra bem, como se revelasse uma fé inquebrantável em Deus (sendo que o Senhor nem voltou à terra, nem consta que frequente os mercados). Mas há algo que este OE faz e faz bem: deixou de fazer mal às pessoas por antecipação. Incorpora fé, sim, mas também opções orçamentais que visam a progressiva reposição de direitos que, durante anos, foram retirados enquanto alguns comemoravam com champanhe: cada vez que a troika simulava a saída, ia-se cravando mais fundo nos bolsos dos mais desfavorecidos, pela porta dos fundos das opções de Passos e Portas. Fruto dos acordos parlamentares com o BE e o PCP, a histórica aprovação deste plano orçamental é o primeiro capítulo de uma não capitulação ou rendição total a Bruxelas, saindo do pensamento da inevitabilidade do empobrecimento dos mesmos, dos cortes de salários e das pensões, cumprindo a Constituição. Pela primeira vez em muitos anos, a sensação de nos termos levantado do banquinho com encosto sobre o qual as pessoas se ajoelham para rezar. Esse mesmo, o genuflexório.(...)»
(Miguel Guedes:"A voz maviosa e o genuflexório"
(Vale mesmo a pena ler. Na íntegra. Aqui. Destaques meus)
(Imagem da web)
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