Os Orçamentos de Estado são, por definição, documentos de "toma lá, dá cá", já que não passam de instrumentos de previsão de receitas que o Estado haverá de cobrar e de despesas que ao Estado cumpre satisfazer. A expressão "toma lá, dá cá" usada pelos partidos da direita (PSD e CDS) como fórmula de crítica ao Orçamento de Estado para 2016 apresentado pelo Governo PS é, pois, perfeitamente inútil.
Em todo o caso, se quisermos dar alguma utilidade àquela expressão, teremos de concluir, acompanhando o que escreve Rafael Barbosa, que estamos perante «um "toma lá, dá cá" que obedece a uma lógica de redistribuição de rendimentos mais equilibrada do que a receita aplicada pelo Governo anterior que, convém não esquecer, aplicou a austeridade com convicção e mentiu sem pudor (por exemplo, o engodo da devolução da sobretaxa).»
E, já agora, secundemos o que, na sequência, o mesmo autor escreve:
«Se os rendimentos do trabalho continuam a ser taxados a níveis exorbitantes, é a Passos e Portas que é preciso apontar o dedo. Foram eles que decidiram o "brutal" aumento de impostos que continuamos a pagar. Se Bruxelas se habituou a uma obediência cega aos tratados e às suas interpretações, foi porque os líderes de PSD e CDS preferiram a postura do "bom aluno" ao de defensores do povo que os elegeu. Supor que, com este primeiro Orçamento, ascenderíamos das trevas para a terra do leite e do mel é coisa para crentes desmiolados.»
Aldrabões e desmiolados. É isso mesmo. Gostaram?
3 comentários:
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Quando me lembro
da quadrilha, que incluía o Relvas!!
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Gostei e já o expressei no FB :-)
O que eu temo é que este povo estúpido-masoquista volte a pô-los lá...
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