Alguém que conheça minimamente o que se passou com a resolução do BES (ocorrida durante o governo de Passos Coelho) ou com a resolução do Banif - forçada pela situação crítica em que o banco foi colocado durante a (des)governação do mesmo indivíduo, e concretizada, na falta de outra solução, poucos dias depois de o Governo de António Costa ter entrado em funções - não pode deixar de abrir os olhos de espanto quando ouve da boca de Passos Coelho esta enormidade: "Eles (o Governo de António Costa, subentenda-se) rebentam com os bancos e depois vêm dizer que a culpa é minha e da Maria Luís".
Falo de espanto e o caso não é para menos. De facto, como é possível, alguém imputar ao actual Governo responsabilidade pela situação da banca, quando os factos que estiveram na origem das dúvidas sobre a actual capacidade de solvência da banca em geral ocorreram antes da entrada em funções do executivo de António Costa?
Dizer que Passos Coelho recorre à mentira para recusar assumir as suas indiscutíveis responsabilidades, como, aliás, é seu vezo, não serve de explicação. Mesmo Passos Coelho não pode deixar de ver que uma tal mentira tem perna curta, tão evidentes são os factos. Não, a explicação terá de se buscar alhures. Suponho, para dizer a verdade, que este caso é mais um sinal da onda de loucura que, por estes dias, varre todo o mundo, com destaque para os actos de terror que matam e ferem inocentes indiscriminadamente, para instituições como a UE, onde deixou de imperar o sentido da realidade, ou para personalidades como Erdogan, Donald Trump ou Durão Barroso que perderam toda a noção do decoro. Passos Coelho não passará, afinal, no meio deste vendaval, duma figura menor a quem a História, para sorte dele, não dedicará nem uma nota de rodapé.
(Imagem e citação, daqui)
1 comentário:
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O que demora ver este trauliteiro longe da AR!
Nunca se viu tanta falta de verticalidade com poder de governação, que deve ser uma paródia mesmo para os seus pares
e ex-equipa.
Um fantoche queimadíssimo...
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