quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Inconsequente

A mensagem de Cavaco Silva foi, como é de regra, objecto das mais variadas interpretações, fazendo cada qual a leitura que mais lhe agradou. Como é usual e aliás compreensível.
Desta vez, também eu me dei ao trabalho de ouvir e de ler a mensagem e, se bem ouvi e li, Cavaco Silva não foi além do exercício que lhe é habitual: fez uns tantos avisos, mas, à partida, deixou claro que os seus avisos não são para levar a sério. Qualquer que seja a evolução dos acontecimentos e por mais grave que venha a ser a situação social e económica, Cavaco Silva recusa a hipótese duma crise política. Nestas condições, é óbvio que Passos Coelho tem caminho livre para fazer o que muito bem lhe aprouver. Siga  ele, ou não, os conselhos de Cavaco, este não tirará daí quaisquer consequências, em conformidade, aliás, com o seu procedimento em relação este governo. Cavaco avisa, lava as mãos e, desta forma, sacode a água do capote. Com êxito, até agora, reconheço.
"Inconsequente" disse a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins ao comentar a mensagem. Inconsequentes, corroboro eu, a mensagem e o autor.

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