sábado, 17 de maio de 2014

É dever imperioso repor a verdade

"(...)O recurso à troika, nas circunstâncias em que ocorreu, teve um responsável: a maioria PSD-CDS-PCP-BE que se formou para chumbar a solução alternativa, negociada com as instituições europeias. Nisso, Angela Merkel não teve nenhuma culpa; pelo contrário, até tentou ajudar. Foi aquela maioria, incentivada pelo presidente da República, que precipitou o resgate, impedindo que Portugal tentasse superar as grandes dificuldades por que passava noutro quadro, mais favorável, de apoio europeu - o quadro que haveria de sustentar a posição de países como a Espanha e a Itália, e que o nosso Parlamento liminarmente recusou. Não sei se teríamos conseguido, mas sei que a sofreguidão pelo poder e o radicalismo não nos deixaram sequer tentar.

(...) 

(Augusto Santos Silva; "Um programa precipitado, errado e nocivo". Na íntegra: aqui. Sublinhado meu.)

Direi mais, no seguimento do título: não só é dever imperioso repor a verdade, como insistir as vezes que preciso for até que a verdade brilhe mesmo no meio do nevoeiro criado por todos os partidos (da direita e, lamentavelmente, também da esquerda,) com o propósito de ocultar as suas responsabilidades na tragédia que atingiu o país, sob o alto/baixo patrocínio (nunca é demais lembrá-lo) de Cavaco Silva.
Uma tragédia para o país e uma nódoa inapagável é, estou seguro, o que a história registará no futuro. Não admira, por isso, que todos os responsáveis, se esforcem por lavar as próprias vestes, tentando sacudir a água do seu capote. Em vão, porque a nódoa é indelével. O tempo o dirá.

4 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

Claro, claro. Até porque o PEC IV é que ia resolver tudo os que os três anteriores não tinham resolvido. Isso e mais uns milhões que não havia esturrados em obras inúteis.

Francisco Clamote disse...

Pois, pois, Kruzes Kannhoto, pelos vistos, para si, agora está tudo muito bem resolvido. Até porque agora os milhões não foram úesturrados em obras, nem uteis, nem inúteis. Foram muito simplesmente roubados a uns (os mais desfavorecidos) em proveito dos mais ricos. Parabéns, Kruzes Kanhoto.

Majo disse...

~
~ Muito bem exposto e sublinhado, Francisco.

~ Muito lamento que a esquerda portuguesa não seja capaz
de negociar consensos.

~ Pelo contrário, a aliança continua a promover e a instigar
aversão ao PS, de tal modo que nos leva a inferir que se
preocupam mais com a angariação de votos do que com o futuro do país.

~ ~ ~ Muito meritória a sua pertinácia. ~ ~ ~

Anónimo disse...

O PS actual tem culpas no cartório. Procurou sempre demarcar-se do governo de Sócrates, em vez de assumir o passado, como Assis está agora a fazer!