segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

No reino da arbitrariedade

A manutenção de José Sócrates na situação de preso preventivamente a que vem agora somar-se a decisão de o proibir de dar a entrevista que lhe foi pedida pelo "Expresso",  sem outro fundamento que não seja a oposição por parte do senhor juiz C. Alexandre e do senhor procurador R. Teixeira, significa que, em Portugal, no que respeita ao funcionamento da justiça, estamos já no reino da pura arbitrariedade. Mas não só. Quando se corta ao detido o direito à expressão do seu ponto vista sobre o processo e se permite diariamente, na mais completa impunidade, a violação do segredo de justiça, é manifesto que os direitos de defesa consignados e assegurados pela Constituição estão a ser violados perante a passividade dos ditos magistrados. Digo passividade, mas, atendendo à natureza das informações, onde se incluem transcrições de alegadas escutas, não é de excluir, a serem verdadeiras tais informações, que em vez de passividade, se possa falar em cumplicidade, quiçá, em autoria. Como diz o povo, "quem não quer ser lobo não lhe veste a pele" e é evidente que, neste caso, atendendo a tudo o que se tem visto desde o momento da detenção até ao presente, a pele de lobo assenta-lhes que nem uma luva.
Direi mais: com magistrados destes, sorte tem José Sócrates em não existir já uma instituição que dava pelo nome de Inquisição. Gente predisposta a servi-la, parece que há.
(Imagem: daqui)

4 comentários:

Anónimo disse...

Posso assinar por baixo, Francisco?

Anónimo disse...

É para obrigarem os consumidores a sair das tarifas reguladas, Francisco.

Abraham Chévre au Lait disse...

Conheço dois ex-juízes do Tribunal Plenário,que tem hiatos de memória que só visto... Ai coitadinhos destes dois doutorzinhos,como eles vão ficar eesquecidos!

Majo disse...

~ Não tenho bases para avaliar o desempenho dos magistrados, pelo que, fico grata pela partilha da sua opinião.

~ Tenho ficado atónita e preocupada com o incrível insólito da situação...
~