quarta-feira, 10 de junho de 2015

A mim, também

"Interpelando os jornalistas, ontem, outra vez: "Já conseguiram descobrir uma frase minha em que convido os portugueses a emigrar?", perguntou Passos Coelho. Jornais e telejornais tinham passado o dia a desenterrar frases explícitas sobre aquele convite. Em outubro de 2011, Alexandre Mestre, um secretário de Estado de Passos, convidou os jovens a emigrar. Dois meses depois, o próprio Passos propôs a professores desempregados que emigrassem. As palavras de ambos estão gravadas. E eram a expressão da política de Passos. No ano seguinte, 2012, os portugueses emigraram mais do que em 1966, quando do pico da ida para França. Quando aquelas tolices, de Mestre e de Passos, foram ditas, escrevi a razão que as fazia tolice. Não era lembrarem que havia uma coisa chamada emigração. O meu avô, o meu pai, eu próprio e a minha filha trabalhámos em terra que não nos viu nascer - somos portugueses comuns, sabemos que emigrar está-nos no ADN. A decisão de partir é um direito, e tanto o usarmos só prova que os portugueses sabem ser livres, mesmo em situações adversas. A questão é: aos governantes cabe propor aos portugueses o que fazer cá dentro, não anunciar-lhes que há alternativas lá fora. Um convite a partir é um insulto, é um empurrar para longe do nosso. Mas eis que Passos tomou a iniciativa de voltar ao assunto. Parece que a sua tática eleitoral é mostrar que vai em frente com a pertinácia dos que não têm vergonha. A mim convenceu-me."
(Ferreira Fernandes; "A mim, Passos Coelho convenceu". Daqui)

A mim, também. Há muito.

2 comentários:

Majo disse...

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~ Um embusteiro impudente, do mais baixo nível...

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Anónimo disse...

Este tipo ( o Passos, obviamente) mete nojo.