Os dados anunciados pelo INE sobre a evolução da economia portuguesa, com o produto interno bruto (PIB) a recuar 0,9% em relação a idêntico período do ano anterior (menos que os previstos 1,1%) e a taxa de desemprego a fixar-se em 12,1, recuando 3 décimas face à taxa apurada no 1º trimestre (12,4%) acabam por ser melhores do que os esperados, ainda que não sejam, de facto, particularmente brilhantes. No entanto, o ministro Miguel Relvas gostou tanto que, segundo João Galamba, aquele viu nos números do PIB "um sinal de que o Governo está no bom caminho".
A pressa em apropriar-se destes resultados por parte de Miguel Relvas (ministro dum Governo empossado no final de Junho) só pode ter uma destas explicações: ou ele não sabe quantos meses tem o ano e o trimestre, ou acha que a acção do actual Governo é de tal forma singular que até é capaz de produzir efeitos retroactivamente (mais uma originalidade dum Governo já bem original a outros títulos) ou então está (o que é mais provável) a ganhar balanço para se aguentar com o anúncio dos números do PIB e do desemprego relativos ao 3º trimestre, estes sim da responsabilidade do Governo PSD/CDS. E bem vai precisar de balanço porque, com as medidas já tomadas pelo actual Governo, não é preciso ser adivinho para chegar à conclusão de que vamos ter uma recessão bem mais acentuada e de que o desemprego vai aumentar para números nunca vistos.
Se alguém tem dúvidas, para o próximo outono voltaremos a falar.
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