Na coluna "Altos e Baixos" na 2º página do caderno de Economia do "Expresso" de hoje um tal Vítor Andrade eleva Paulo Portas às alturas só porque, em resultado da concessão de vistos "gold" a quem se disponha a aplicar capitais em Portugal, (uma medida que o próprio "colunista" afirma ter sido encarada como "uma coisa com piada") já deram entrada 20 milhões de euros.
Estranha-se um tal entusiasmo, quando as necessidades de financiamento da economia portuguesa se cifram em muitos milhares de milhões de euros. Num tal universo, é óbvio que a referida quantia de 20 milhões de euros não passa de uma migalha que está longe de merecer qualquer destaque. A medida pode ser, de facto "uma coisa com piada", mas não mais do que isso. Nem é preciso sequer forçar a nota para se poder afirmar que se trata de um negócio de amendoins.
Ainda assim, ficamos sem saber se o "negócio" não é o equivalente àquele em que alguém oferece um chouriço, em troca de um presunto.
Por falar nesta "coisa com piada", veio-me à lembrança um outro muito elogiado "negócio" patrocinado pelo mesmo Portas, aquando da sua visita ao Japão. Atribuiu-se, na altura, ao "ministro dos Negócios no Estrangeiro" o mérito de ter conseguido uma encomenda de carne de porco, tendo o feito merecido amplo destaque na comunicação social.
Suponho que tal "negócio" deve ir de vento em popa, embora nunca mais se tenha falado no assunto e, pelo que se sabe, a celebrada encomenda ainda não tenha tido reflexos no aumento das exportações.
Perante "estórias" como estas, não pode deixar de surgir a dúvida sobre se não estaremos perante casos de publicidade enganosa, com factura endossada aos contribuintes que, seguramente, não será paga com com sacos de amendoins.
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