Não é novidade para ninguém que Cavaco Silva, no final do seu exercício presidencial, tinha batido todos os recordes de impopularidade como presidente da República, recorde de que continua a ser detentor e duvido que tal recorde alguma vez venha a ser superado.
Não admira, por isso, que Cavaco sinta a necessidade de, com frequência, vir dizer de sua (in)justiça, sobre tudo e mais alguma coisa, a propósito e a despropósito, aproveitando todos os pretextos, na esperança de ainda ir a tempo de suavizar e embelezar a sua imagem como político, tarefa que se afigura cada vez mais difícil, pois cada vez que abre a boca, se não entra mosca, sai asneira. E da grossa, como foi o caso agora.
Deixem, pois, falar o Cavaco, pois o homem quanto mais vezes fala, mais se enterra, embora, em boa verdade, nem precise de se enterrar mais. De facto, não foi ele quem garantiu que " nunca se engana e raramente tem dúvidas»"? Tamanha prosápia é, só por si, mais que suficiente para o desqualificar de uma vez por todas.
Não parece ser este o entendimento entre os aficionados do PSD que, pelo que li, ficaram muito entusiasmados com a recente intervenção de Cavaco no encerramento do Encontro Nacional de Autarcas do PSD. Desejo-lhes boa sorte, mas não me parece que venham a colher grandes frutos de tal discurso. Cavaco usou e desceu a um tom que não anda longe do usado pelo CHEGA. Acontece que nessse tom, André Ventura é imbatível e não me parece, por outro lado, que esse tom renda muitos votos. O povo não é tolo. Se é para votar "bota abaixo", há que votar no mais "competente" em "botar abaixo". Montenegro, apesar de tudo, ainda tem muito que aprender. Com o Ventura, precisamente. E, com os anos que já leva de aprendizagem, duvido que ainda vá a tempo.
Seja como for, aqui fica o meu conselho: Deixem a "múmia" falar!
2 comentários:
Aplaudo e subscrevo...
Boa semana, amigo.
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Obrigado, Majo. Votos de uma boa semana também para si.
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