"Economia paralela em Portugal representa quase 35% do PIB. É o equivalente a 6 orçamentos da saúde"
Estamos perante um escândalo, mas, pelos vistos, o escândalo passa sem reparos de maior por tudo quanto é comunicação social, o que é, convenhamos, completamente inexplicável. De facto, não se compreende o silêncio, sabendo-se que toda a gente se queixa do excessivo peso dos impostos, peso que, se não fora a evasão em larga escala denunciada pela notícia referenciada, não precisava de atingir os níveis estratosféricos actuais.
A explicação para o silêncio sobre o assunto admito que possa derivar do facto de a excessiva carga fiscal incidir principalmente sobre trabalhadores por conta de outrém e reformados que não têm forma de fugir ao fisco e acabam por ser as principais vítimas da imposição fiscal, enquanto, por outro lado, há uma boa parte da população que, tendo em conta os seus parcos rendimentos, não está sujeita ao IRS e não falta quem, dentre os mais abonados (que são também os que têm maior influência social), encontra meios de se furtar ao pagamento dos impostos.
É uma situação que tem que acabar, pois não é justo que a classe média trabalhadora ou reformada tenha de arcar com o encargo de financiar a maior parte da despesa do Estado. Se o acesso aos serviços públicos é para todos, o custo com a prestação desses serviços tem também que ser justamente repartido por todos os que tenham meios para os financiar. Espera-se que, pelo menos, o Governo esteja atento ao escândalo e tome providências para lhe pôr termo. Julgo que, em muitos casos, nem será difícil.
(Notícia e imagem daqui)