sexta-feira, 13 de outubro de 2017

João Miguel Tavares, humorista?

"Não se enganem: aquilo que ficámos a conhecer não foi a acusação de José Sócrates, mas a acusação de um regime inteiro. " 
(...)
"Contudo, o julgamento que se aproxima não pode esgotar-se nele. É sobre Sócrates, sobre Salgado, sobre Vara, sobre Bava, sobre Bataglia, e sobre um regime construído por inúmeros ex-socratistas, que agora saem de cena na esperança de que esqueçamos o papel que desempenharem [sic] ao longo dos anos. Eu não esqueço. Aqui estarei para lembrar que Sócrates não ascendeu sozinho, não governou sozinho e, acima de tudo, não merece cair sozinho."
Que o caso se presta a tratamento humorístico não sofre dúvida, visto que o "Imprensa Falsa " também elaborou uma piada sobre o tema: "Operação Marquês: Jovens que receberam computadores Magalhães também vão ser acusados". Não garanto. porém, que a intenção de João Miguel Tavares tenha sido a de fazer humor. Porém, se excluirmos a hipótese de  estarmos perante  uma tirada humorística, então  a crónica donde respiguei os extractos supra, ao ir tão longe ao ponto de englobar na acusação "um regime inteiro", só pode ser vista como resultado de súbita alucinação. Temporária, espero.
(imagem e citações daqui

3 comentários:

Manuel Rocha disse...

Bem, Caro Francisco, numa coisa JMT tem razão: Sócrates não governou sózinho. E se ninguém deu por nada, se ninguém sabia de nada, das duas uma: ou estavam todos feitos ( e nesse caso percebe-se mal pq não há outros acusados...), ou então não se passou mesmo nada!

MR

Francisco Clamote disse...

Viva, Amigo.
Peço desculpa de discordar de si, mas não me parece que JMT tenha tanta razão assim. De facto e em primeiro lugar, devemos ter em conta que o que poderá estar em causas não são actos do Governo, mas de pessoas em concreto. Depois, como oamigo diz, se estavam todos "feitos", teriam todos de ter sido acusados. Não me parece que o MºPº com a sanha de que deu mostras ao longo do processo, estivesse disposto a deixar alguém para trás.

Manuel Rocha disse...

Ora é isso mesmo, Francisco ! Se o que se diz sobre o Grupo Lena como corruptor no caso da Parque Escolar fosse verdade , como é possível que não houvesse elementos dos juris dos concursos ou mesmo o respectivo director indiciados?! É que formalmente é deles a selecção/ adjudicação! Esta a questão que me leva a pôr em xeque a tese do MP. E se formos para a CGD, mais do mesmo: então era só o Vara quem aprovava financiamentos ?!