domingo, 23 de janeiro de 2011

E agora ?

As sondagens à boca das urnas confirmam, todas elas, a reeleição da Cavaco Silva à primeira volta, contrariando assim, não o meu vaticínio, mas a minha esperança. (Pelos vistos e lamentavelmente, os eleitores não seguiram a minha indicação de voto !)
É, assim, altura para perguntar: então e agora ?
Agora: "Tudo como dantes, quartel general em Abrantes".
De facto, julgo que a reeleição de Cavaco Silva não vai trazer nenhuma modificação no statu quo que só se alteraria se Cavaco Silva viesse a optar pela dissolução da Assembleia da República. Ora, não me parece que tal venha a acontecer: Cavaco Silva já disse que tem pouco "apetite" pela dissolução e é suficientemente prudente para, numa altura de crise como a que se vive actualmente, patrocinar a formação de um governo que pudesse vir a ser liderado por um inexperiente (Passos Coelho) secundado por um Portas pouco confiável, não sendo, nem um, nem o outro, homens para a circunstância. E sendo assim, não estou a ver Cavaco Silva a querer correr um tal risco, porque no caso de o novo governo vir a soçobrar, o que, a meu ver, seria altamente provável, caber-lhe-ia também assumir a responsabilidade do insucesso e ele, já o demonstrou, lida mal com o insucesso e com o assumir de responsabilidades.
Desiludam-se, pois, os partidos da direita: não contem com Cavaco para lhes abrir as portas da residência oficial de S. Bento. Cavaco Silva agirá, como sempre, de acordo com as suas conveniências e estas não vão nesse sentido. Vai uma aposta ?
Isto dito, fica por explicar a tese da "magistratura activa". Suponho, ou antes, tenho a certeza que nem o autor (Cavaco Silva) sabe o que isso quer dizer. Os poderes do Presidente da República estão na Constituição e dela não consta tal expressão.
Ponto final.