terça-feira, 29 de novembro de 2011

Querem lá ver que o Álvaro tinha razão!

Já ontem dei aqui conta dos festejos em São Bento ao serem conhecidas as previsões da OCDE que apontam para um recuo da economia portuguesa, em 2012, da ordem dos 3,2% e para um aumento do desemprego,  com este a atingir, segundo a previsão, os 13,8%. 
Devo, no entanto, confessar que não me tinha ainda apercebido que os festejos em São Bento são agora uma rotina quase diária, senão mesmo diária. É que todos os dias, ou quase, estão a surgir "boas" notícias. Hoje, por exemplo, ficámos a saber  que "para os consumidores, as perspectivas sobre a evolução da economia e da situação financeira do seu agregado familiar nunca foram tão más" e em relação "às empresas, o pessimismo é transversal a todos os sectores". (extracto da notícia:"Confiança das famílias e das empresas bate mínimo histórico")
A percepção dos consumidores e das empresas vai, pois, no sentido de que a economia portuguesa está a acelerar, e bem mais do que o previsto, em direcção ao empobrecimento que é, como o próprio Passos Coelho proclamou, a meta do seu governo. 
Cá temos, sendo assim, mais um bom motivo para o governo celebrar. Ou antes, dois motivos. É que, a manter-se este ritmo, é muito provável que a economia portuguesa  bata no fundo ainda antes do fim de 2012. E depois de bater no fundo, não havendo possibilidade de recuo, só restam duas hipóteses: ou permanece no fundo, ou cresce. Não sei qual das duas hipóteses é a mais provável. Seja como for, certo é que segunda hipótese  (a do crescimento) não é inteiramente de descartar. A verificar-se esta hipótese há que reconhecer que o ministro Álvaro tinha razão quando, aqui há dias, anunciou  para o final de 2012 o início do fim da crise. O que me leva a acreditar que o ministro Álvaro, ao contrário do que se tem dito dele, é um homem lúcido. O seu anúncio, revela, com efeito que ele, pelo menos, já tem plena consciência de que caminhamos para a pobreza a um ritmo imparável.
Será que tanta lucidez não merece também ser festejada? 

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