sábado, 31 de dezembro de 2011

Não há-de ser nada...

Não é preciso ser adivinho para saber que 2012 será um ano repleto, não de prosperidades, mas de dificuldades. Basta conhecer as medidas do Orçamento do Estado proposto pelo actual governo, aprovado pela maioria de direita na Assembleia da República e promulgado por Cavaco Silva, para não haver dúvidas sobre o que nos espera no próximo ano.
Porém, como podemos contar com os "avisos" de Cavaco (se bem que inúteis) e com a paradoxal  "sabedoria" do senhor Coelho e do seu governo, que acham que é pela via do empobrecimento que virá a redenção e a ultrapassagem da crise, há (haverá?)  boas razões para ter a esperança de que não há-de ser nada.
Salvo, é claro, para a anunciada multidão de novos desempregados, para a legião dos actuais desempregados que vão perder o subsídio de desemprego e para todas as vítimas do desmantelamento do Estado social que este governo prossegue sem desfalecimento, a começar pelo Serviço Nacional de Saúde.
Para todos estes resta a consolação de acreditar, por ouvir dizer, que a austeridade que tem castigado e vai continuar castigar, cada vez mais duramente, os mais desprotegidos não é culpa deste governo. A culpa, dizem os partidos da direita no poder, nunca é da opção política ultra-liberal deste governo. Quando as medidas que o governo toma não são fruto do estado em que anteriores governos deixaram o país, alegação que é a mais frequente,  ou são o resultado da "bebedeira consumista" dos que ganham o salário mínimo ou pouco mais, ou resultam de imposições vindas da "troika". Sobre o governo de Coelho é que não paira "sombra de pecado".
Fraco consolo, dirão as vítimas e digo eu, tanto mais que as alegações da direita no poder são falsas. É verdade que crise tê-la-íamos sempre pois é generalizada e sistémica e sobre isso, hoje, ninguém tem dúvidas, a começar pela direita que antes  de chegar ao poder sempre negou tal realidade. O seu agravamento, no entanto, resulta da opção deste governo, sancionada  por Cavaco Silva, um contorcionista para quem, depois Junho, os sacrifícios impostos aos portugueses.deixaram de ter limites. 
Mas não há-de ser nada, repito, se os portugueses, finalmente, abrirem os olhos. É na esperança de que tal possa vir a acontecer que aqui deixo os meus votos de um Bom Ano para 

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