sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

"O tabu da oposição"

«Primeiro-ministro, a palavra, é o tabu da oposição. Um deputado do PSD que passe por um governante e diga "o amigo é o primeiro ministro que vejo hoje nos corredores", sublinharia logo: "Primeiro ministro sem hífen, atenção!" À direita, a palavra "primeiro-ministro" está tão banida como "bomba" em aeroporto americano. Esta semana, na discussão do programa do Governo, Passos Coelho disse: "Este Governo, assim como o seu chefe..." Kaput ao inominável cargo! Como Portas é só líder secundário da oposição, já pode ser menos radical: "Senhor primeiro-ministro, vírgula, mas senhor primeiro-ministro que o povo não escolheu." E Telmo Correia, ainda mais secundário, também pode dizer o palavrão, já que lhe acrescenta a irrisão: "Primeiro-ministro não eleito." Primeiro-ministro sozinho é que não, é pecado capital, quem o disser denuncia-se como assinante do Avante. Entre a gente bem, dizer "primeiro-ministro" é como dar dois beijinhos na face, sei lá... Um anátema não se explica, diz-se pela boca fora. Telmo Correia - tão contra primeiros-ministros que não são eleitos como tal! -, quando foi ministro (do Turismo), foi com Santana Lopes que, substituindo Durão, saiu da Câmara de Lisboa para ocupar o cargo de primei..., perdão, coiso. E que dizer da semana passada, quando Cavaco empossou o Governo? Vocês julgam ter visto Passos cumprimentar o novo primeiro-ministro, mas não. Dizia-lhe: "Que faz aqui no bairro, António, veio aos pastéis?

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