sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Ora bolas, Senhor Presidente

Não se ignora que as sondagens, depois de conhecidos os resultados das recentes eleições autárquicas, andam um tanto ou quanto desacreditadas. Se já havia muita gente que delas desconfiava, o número de descrentes aumentou acentuadamente. 

Isto dito, não é menos certo que na falta de outros instrumentos mais fiáveis para apurar a vontade dos eleitores, é a elas que teremos de continuar a recorrer para antecipar, ainda que com todas as cautelas, o que futuro nos reserva.

Vem este breve arrazoado a propósito de uma sondagem recentemente publicada, segundo a qual,  não só o PS, por um lado,  voltaria a ser o partido mais votado, se as eleições se realizassem agora (com 38,5% dos votos, deixando o PSD à distância de 14 pontos percentuais), como, por outro lado,  a esquerda (PS, BE e CDU) no seu conjunto, continuaria a ter a maioria no parlamento, não havendo maneira nenhuma de a direita formar governo, mesmo que viesse a aceitar o apoio da extrema direita xenófoba de Ventura.

Se a tendência para que tais resultados apontam, se vier a confirmar, é certo que Marcelo vai ter um problema muito sério para resolver. 

É verdade que Marcelo avisou com antecedência que, chumbado o OE, se decidiria pela dissolução da Assembleia da República, mas não é menos verdade que o aviso não o desresponsabiliza pela decisão. Esta é exclusivamente sua, até porque não era a única solução que tinha à mão.

1 comentário:

Sofia Loureiro dos Santos disse...

Sim, é um problema, mas penso que qualquer alternativa às eleições seria pior. Mesmo que o resultado seja semelhante.
Um abraço