segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Um novo paradigma ?

Quando se assiste às sucessivas suspensões da laboração por parte de grandes empresas ( em Portugal e no estrangeiro, como é este caso, e este, a simples título de exemplo) e quando vemos grandes indústrias europeias a pedir apoio aos Estados, reclamando programas maciços de investimento e descidas de impostos, a par de despedimentos maciços, como este, pergunto-me se, afinal, a crise da economia mundial não é bem mais profunda do que o previsto e se se poderá resolver simplesmente com as medidas agora preconizadas, designadamente, pelos países do G-20.
Mais profunda não há dúvida que é, face às previsões iniciais, até porque os países produtores de petróleo (inicialmente beneficiados com a crise e a subida do preço do petróleo) estão a ver os seus projectos de investimento ir por água a baixo, face à descida do preço do crude para níveis impensáveis há poucos meses.
Face a todo este panorama e a ser verdade que já são necessários 2 planetas para suportar a actual população mundial, interrogo-me (outra vez) sobre se não seremos todos forçados a aceitar a emergência de um novo paradigma que passará, designadamente por: i) uma sociedade menos (muito menos) consumista; ii) novas formas de intervenção dos Estados na economia; iii)maior cooperação entre os Estados, com o consequente abandono das políticas imperialistas e de confrontação armada e, ao invés, com maior investimento nas políticas de educação e de erradicação da pobreza no mundo; iv) maior e mais decidido investimento na investigação e produção de energias alternativas; v), um novo modelo de produção, que admito seja capitalista (porque mais eficiente) mas menos agressivo, em que o lucro não seja o único fim a atingir, porque temperado por outros factores, como sejam, a realização pessoal dos trabalhadores e a preocupação com a sustentabilidade do planeta Terra.
Utópico ? Sem dúvida, até ao dia em que não teremos outra opção.

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