quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Depois da tempestade, nem sempre a bonança

Que, por estes dias, as nuvens são negras, disso ninguém tem dúvidas e que o povo diz que, depois da tempestade, vem a bonança, também é verdade. Tal não significa, porém, que  os ditados populares ainda tenham alguma utilidade, pois, até neste particular, a tradição já não é o que era.
Também se sabe, de acordo com a lição do "eminente economista" Cavaco Silva, que as opiniões das instituições financeiras internacionais que, antes da era PPC, eram sagradas e dignas de serem escutadas religiosamente como oráculos dos deuses, após a entrada nessa era, deixaram de ser havidas como tal.
Ainda assim, aqui fica o alerta deixado pelo Citigroup que prevê "uma contracção acima de 4% no PIB português no próximo ano e a necessidade de um segundo resgate."
Traduzindo por miúdos: 
"As previsões do banco de investimento apontam para uma contracção de 4,6% no PIB em 2013, depois da queda estimada de 3,3% este ano.
Dado este cenário negro para a economia portuguesa, o Citigroup estima que Portugal vai falhar as metas do défice que estão inscritas no Orçamento do Estado e, em consequência não irá conseguir regressar aos mercados no próximo ano, tal como está previsto no programa de ajustamento.
Neste contexto, o Citigroup aguarda que Portugal precise de um segundo resgate, ou extensão do primeiro, que consiga cobrir as necessidades de financiamento do País até, pelo menos, ao final de 2014.
No longo prazo a perspectiva do Citigroup para Portugal é ainda mais negativa. Estima que no prazo de dois ano três anos o "rating" será reduzido para CCC (cinco níveis abaixo do actual), por acreditar que a dívida pública terá que ser alvo de "algum tipo de reestruturação, que coloque o 'stock' da dívida em níveis sustentáveis"."
Dê-se-lhe a relevância que se quiser.Uma coisa é certa: é mais um a não acreditar nos "multiplicadores" do Gaspar. E, a confirmarem-se as previsões, a bonança não está ali já ao virar da esquina, apesar de contarmos com a imensa sabedoria do "insigne economista" que ocupa a Presidência da República, com as "certezas" do "mago" Gaspar, nas Finanças e com a conversa fiada de outras figuras menores, como Passos e Portas.
Hélas!

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