Cavaco Silva, na sua digressão por terras da Madeira, puxando a brasa à sua sardinha, insistiu na ideia de que Portugal precisa, como nunca, de um presidente com experiência.
Eu então, que ainda estou para ver os benefícios que a "experiência" de Cavaco Silva e os seus apregoados saberes em matéria de economia trouxeram ao país, prefiro, de longe, um candidato que não tenha a experiência que ele tem:
- na recusa em prestar esclarecimentos satisfatórios e cabais sobre negócios envolvidos em suspeição (como é o caso dele, relativamente à aquisição e venda das acções da SLN) ou sobre o seu envolvimento no "caso das escutas a Belém" que, no verão de 2009, ensombrou a campanha para as eleições legislativas, influenciando os seus resultados;
- em "trocar os pés pelas mãos" , como ele o fez, no patético e nunca por demais recordado discurso após as eleições legislativas, em 2009, discurso que, ao invés de esclarecer, como era suposto, o seu papel no "caso das escutas", apenas serviu para acrescentar dúvidas e aumentar perplexidades sobre toda a sua actuação;
- em dobrar-se às exigências do "soba" madeirense, ao ponto de, em visita oficial à Madeira, não presidir a uma sessão na Assembleia Regional, porque por ali andava, no dizer do Alberto João, "um bando de loucos";
- em vangloriar-se (ele é o mais competente, o mais sério, o mais honesto (...) e quem quiser superá-lo, terá, que nascer duas vezes). Pelo menos, acrescento eu, que também acho que:
Já é tempo de acabar com tanta empáfia em Belém.
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