quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O desgosto

O leilão da dívida pública portuguesa realizado hoje e que vinha sendo anunciado pela direita "ranhosa" e pela comunicação social em geral como o princípio do fim (entrada do FMI) foi afinal um sucesso: a procura excedeu largamente a oferta e taxa de juro das obrigações a dez anos fixou-se em 6,716 %, inferior à alcançada na anterior emissão (6,806%).
O resultado alcançado deveria ser motivo de regozigo para todos os portugueses, antes de mais por afastar o fantasma da chegada do FMI, mas é evidente que tal sucesso é um desgosto para a direita que, com Passos Coelho e Paulo Portas, tem apostado na sua vinda e está farta de se mostrar disposta a abrir-lhe as portas. Compreende-se porquê: a sua entrada seria meio caminho andado para ambos atingirem o poder e as exigências do FMI cairiam como sopa no mel para justificar as medidas que a direita pretende levar a cabo para destruir o estado social, em conformidade com  a proposta de revisão constitucional apresentada pelo PSD.
No entanto, para mim, que sou um ingénuo, já é mais difícil compreender a posição do candidato Cavaco Silva que, perante a notícia, não encontra melhor forma de reagir do que dizer que "é preciso saber de onde vem a procura". Bom, aqui tem a resposta: “cerca de 80 por cento da procura foi externa e os outros 20 por cento da parte de investidores domésticos".
Suspeito que para quem aposta no "quanto pior, melhor" (e Cavaco, pelos vistos, é um deles) a resposta não lhe agrade. Paciência !

1 comentário:

Anónimo disse...

as oposições e o seu chefe estão claramente numa de politica de terra quueimada...


vide hoje o caso das regalias dos magistrados na assembleia...

estamos ainda no dominio das associações, aqui, não bancario-politico-imobiliarias,

mas de poder politico e sua conservação...

digo eu