Cavaco Silva, com a "humildade" que o caracteriza, prometeu ser a “reserva de último recurso em caso de crise grave”.
Nem de propósito, hoje mesmo, Rui Tavares, na sua coluna "Consoante muda", no "Público", recorda-nos que a "principal - talvez única - proclamação política de Cavaco Silva para esta campanha foi considerar que Portugal deveria abster-se de comentários sobre a situação política na Europa e a crise do euro", porque "tais comentários seriam entendidos como 'insultos' pelos investidores internacionais (...)"
Perante tal proclamação, é óbvio que (continuo a citar Rui Tavares) um "Cavaco subserviente perante o poder quando o não tem e arrogante perante os outros quando o tem" é a pessoa menos indicada para servir de "último recurso" em qualquer circunstância.
Diria até, pegando nas suas próprias palavras, que ele é, sim, o "último recurso" em termos de opção de voto nas próximas eleições presidenciais, ou antes, para usar de rigor, o penúltimo recurso, pois suponho que José Manuel Coelho nem ele próprio se leva a sério como candidato.
Isto, claro, se quisermos ter na Presidência da República alguém que:
- não consinta que, a partir de Belém, se levantem suspeições infundadas e se urdam irresponsáveis intrigas contra outros órgãos de soberania. (Não esquecer o "caso das escutas")
- não se acobarde perante "os mercados", ou perante um qualquer Presidente checo;
- saiba de quantos Cantos se compõem os Lusíadas e que não confunda Thomas Morus com Thomas Mann.
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