"(...) Findo o Conselho de Ministros, a ministra veio dizer-nos que, apesar de se esperar um crescimento da riqueza que produzimos (PIB) em 1,5% e um decréscimo do desemprego para 14,8%, tudo se mantém na mesma. Vale o mesmo dizer: o "ajustamento interno" é para continuar. Agora com cortes na despesa dos ministérios e redução de funcionários públicos que, por junto, valerão 1400 milhões de euros. Isto e mais uns "peanuts", como a eventual criação de uma taxa a aplicar à indústria farmacêutica e o encarecimento de produtos nocivos para a saúde.
A primeira pergunta que assalta qualquer incauto é: por que motivo só agora o Governo vai "sacar" 1400 milhões aos ministérios? Não era preferível ter feito essa poupança antes de atacar salários e pensões?
A segunda pergunta é: em que medida o corte nos orçamentos dos ministérios prejudicará, ainda mais, os serviços prestados aos portugueses (na saúde, por exemplo)?
A terceira pergunta é: quando é que o Governo nos diz quanto mais teremos que empobrecer (recorde-se: as medidas transitórias passaram a definitivas) até atingirmos excedentes (exportando mais e importando menos) suficientes para pagarmos a dívida? A tragédia social em que isto se sustenta tem prazo para terminar?
A ministra estava muito cansada para nos esclarecer..."
(Paulo Ferreira; "O cansaço da ministra e o nosso". Na íntegra: aqui.)
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