quarta-feira, 22 de abril de 2015

Passos-Coelho-e-Isso-Quanto-Nos-Custou-e-Quanto-Nos-Custaria ?

O director do JN, André Macedo, comentando, em editorial, o relatório elaborado por um grupo de trabalho constituído sob a égide do PS, afirma às tantas : "A dramática herança assumida por Passos Coelho e Paulo Portas é um dos maiores adversários socialistas. Dito de outra maneira: o PS assusta muita gente. António Costa não é, aliás, apenas António Costa - daqui para a frente será conhecido como "António Costa e Isso Quanto Custa?".
O editorialista, ao qualificar como "dramática" a "herança" recebida por Coelho & Portas acaba por aceitar como boa toda a narrativa da coligação no poder e manda, sem qualquer réstia de pudor, a objectividade às urtigas.
A situação herdada pela direita até pode ter sido dramática, mas em nome da verdade é necessário acrescentar que o drama foi o resultado de uma multiplicidade de factores, onde avultam a maior crise financeira mundial dos últimos 80 anos (a bomba) e a recusa do PEC IV por parte de todos os partidos da oposição, incluindo o PSD e o CDS, recusa que funcionou como detonador.
Se a situação em 2011 era dramática, a situação actual não o é menos. Muito pelo contrário. De facto todos os indicadores revelam que a situação piorou: o desemprego aumentou; a dívida pública subiu; o PIB diminuiu; a desigualdade agravou-se; a pobreza cresceu. Hoje mesmo, num relatório da Caritas a que pode ter acesso através das páginas do jornal que dirige, André Macedo pode confirmar boa parte do que acima se deixa dito: "Portugal foi o país com maior aumento da taxa de risco de pobreza em 2014".
Se para André Macedo, António Costa só pelo facto de ter recebido e aceite, aparentemente com agrado, o citado relatório, já merece ser conhecido por "António Costa e Isso Quanto Custa ? é difícil não lhe devolver a gracinha e sugerir-lhe que passe a designar Passos Coelho por Passos-Coelho-e-Isso-Quanto-Nos-Custou-e-Quanto-Nos-Custaria?; Portas, seguindo o mesmo critério, por  Paulo-Portas-e-Isso-Quanto-Nos-Custou-e-Quanto-Nos-Custaria? e, já agora, Cavaco, por Cavaco-Silva-e-Quanto-Nos-Tem-Custado-e-Ainda-Vai Custar?.
Em qualquer destes casos, e ao contrário do que faz em relação a António Costa, André Macedo não precisa de recorrer a fantasias. A realidade mostra o quanto nos custou e custa o sermos governados pela dupla Passos/Portas, acolitados por Cavaco Silva.

2 comentários:

Isa GT disse...

Todos os países onde entrou a Troika a economia ficou destruída, será que dá para esquecer quem nos levou até ela? Curiosamente, todos com interesse em manter as mãos na massa... assinaram ou foi só por já nem haver dinheiro para pagarem reformas e ordenados da função pública?
Os que assinaram, são todos culpados mas quando penso que basta mudarem o chefe da banda, para esquecer os milhões desaparecidos, mal usados e todas as negociatas que nos levaram até à nossa "amiga" Troika... isto de continuar a acreditar que há saída do buraco sem dinheiro... já só pode ser por fé e como os políticos não têm nada a ver com milagres... só posso culpar os bons queijos portugueses... devemos andar a comer muito queijo... quanto a comer mais deste queijo... eu já decidi..."jamé"

Anónimo disse...

A lenga lenga do costume. Quando é que o Coelho vira o disco?