quarta-feira, 3 de março de 2010

O debate e dois maus actores

 Um inquérito de opinião, em cima do acontecimento, atribui a Passos Coelho a vitória aos pontos e por KO, no debate entre ele e Paulo Rangel, um dos outros candidatos à liderança do PSD, o que não deixa de ser surpreendente, tendo em conta que Rangel, como "palrador da República" (expressão cunhada por Moita Flores) estava no seu ambiente.
Vi parte do debate que não achei particularmente interessante, mas deu para reparar que Paulo Rangel, ao contrário de Passos Coelho, estava mais interessado na exibição para as câmaras, das quais raramente desviava os olhos, do que no debate. Mal ele sabe que o "estimável público" não deve apreciar por aí além quem, num debate, vira às costas ao interlocutor, privilegiando as câmaras que, ainda por cima, nos mostram  um actor que não vai além do sofrível.
Diga-se que, neste aspecto, há quem considere (hoje, no "Público") que Passos Coelho não lhe leva a melhor, indo o jornal ao ponto não só de afirmar que a aposta na imagem, por parte de Passos Coelho,  começa a soar a falso, como de qualificar as suas poses como "notoriamente de plástico". Não irei tão longe, até porque é forçoso dar ao "Público" os necessários descontos, tendo em conta as suas indisfarçáveis simpatias pelo candidato Rangel. Mas, enfim, conceda-se que estamos perante dois actores: um mais histriónico; o outro mais de plástico.
Voltando, porém a Rangel, devo dizer que a explicação para o seu exibicionismo frente às câmaras é a que lhe é mais favorável. De facto, também é possível encontrar uma outra explicação para a sua atitude. É que evitar enfrentar o seu adversário, olhos nos olhos, também pode ser considerado sinal de fraqueza ou de cobardia.
Até mais ver, fico-me pela primeira.
(reeditada)

2 comentários:

mdsol disse...

Para mim a questão é a seguinte:

Com tanto tempo de preparação, é "isto" que o maior partido da oposição tem para oferecer?

Muito pobre, digo eu que sei pouco. Uns por uns motivos outros por outros.

Francisco Clamote disse...

Também me questiono sobre esse aspecto, MDSOL.