quinta-feira, 24 de junho de 2010

A queixa da Guedes

Que Manuela Moura Guedes tenha entendido apresentar queixa contra José Sócrates por ele ter considerado que o "Jornal da Sexta" por ela dirigido era "um telejornal travestido, um espaço noticioso que tem como único objectivo o ataque pessoal" é, de facto, uma ironia como salienta o primeiro-ministro. Ironia, porque é a completa inversão das coisas: o queixoso não é a vítima (Sócrates), mas a caluniadora. Ironia também, porque José Sócrates acaba por qualificar (honrosamente) como noticioso, aquilo que não passava de um nojo.
Para além de irónico, o caso revela também que a motivação da senhora Guedes ao apresentar a queixa contra o primeiro-ministro só pode residir no desejo dela em não sair da ribalta. Com efeito, muitos outros qualificaram o seu "trabalho" em termos bem mais ofensivos do que os usados por José Sócrates. Até em directo e cara a cara: o Bastonário da Ordem dos Advogados, por exemplo. Porque não apresentou queixa contra ele ? Ou porque não se queixa ela dos milhares (onde me incluo) que consideram o seu "jornalismo" um nojo?
E por falar nojo, o que dizer da actuação (relatada aqui e aqui) das autoridades judiciárias (Ministério Público e juiz de instrução) neste caso? É só aselhice e incompetência, ou algo mais ? Fiquemo-nos pela aselhice que é já quanto basta para considerar, uma vez mais, que mal vai a justiça deste país.