No "Sobe e desce" do "Público" de hoje, José Sócrates é presenteado com uma seta para baixo. Para se saber o motivo aqui fica a transcrição, que a arenga não é longa: "Anunciar uma medida como a redução das prestações da casa em 50 por cento no caso de famílias com desempregados parece uma boa ideia. Mas quando se fica a saber que a partir de 2011 todos os "beneficiados" vão começar a pagar logo o que ficou para trás, com o risco de aumentar muito o montante das prestações ainda em dívida, já o caso muda, e muito, de figura".
Não sei quem é o autor da prosa, que não vem assinada, mas não me admiraria muito se por ali tivesse passado a mão do director do "Público" que, na mesma edição, nos oferece um editorial sobre o mesmo assunto e que vai na mesma linha, com o título " O socorrista que pode ajudar a afogar os mais aflitos" e que, em resumo (do jornal), nos diz que "Aliviar o pagamento das prestações em ano eleitoral, mas permitindo que reapareçam mais tarde, mais altas e com juros, é tomar por parvo quem está aflito"
Parvos devem ser, na mente do Director do "Público", os leitores do jornal, para se permitir publicar duas peças deste jaez. Com efeito, só um parvo é que pode considerar que seria uma boa medida, o Estado substituir-se aos particulares no pagamento total ou parcial das suas dívidas. Na lógica do "Público" ou do seu director, hoje eram as prestações da casa, amanhã as contas da mercearia.
O director do "Público" não consegue ver que a medida, temporária e expressamente limitada aos agregados familiares com desempregados, é perfeitamente adequada à crise que se vive e que afecta principalmente os destinatários?
Se não consegue, é porque ele, não sendo parvo, faz questão de passar por tal.
"Público", jornalismo de referência ? Pois sim, que vou ali e volto já!
1 comentário:
Se José Manuel Fernandes é um Jornalista eu sou Jesus Cristo.
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