Que um economista da envergadura de Cavaco Silva, autor de textos tão elucidativos como estes (‘Dores de cabeça’ e ‘A ideia base’) e capaz de prever, com tanta antecedência "aquilo que está a acontecer hoje em Portugal", não tenha sido ainda laureado com o prémio Nobel da Economia, eis o que não pode deixar de ser levado à conta de uma grave injustiça.
É verdade que Cavaco, enquanto primeiro-ministro, ficou mais conhecido como "pai do monstro" e como responsável pela invasão do betão e pela construção do Centro Cultural de Belém (que detém ainda, suponho, o recorde em matéria de derrapagens financeiras) e não consta que tenha ficado célebre pela aposta "no aumento da competitividade [e] no aumento da produção de bens que concorrem com a produção estrangeira" que agora diz ter defendido, como se tal fosse algo que não estivesse ao alcance de qualquer economista da treta. Difícil é (e continua a ser) encontrar o caminho para alcançar tais desideratos, caminho que o "eminente" economista, que Cavaco é, não parece ter descoberto, enquanto deteve o poder executivo.
Mesmo assim, acho que só por títulos tão sugestivos, como os acima citados, merecia o Nobel da Economia. De facto, pela presunção, faz-me lembrar o outro que, há tempos, garantia que ainda vai ganhar o Nobel da Literatura. "Quando as galinhas tiverem dentes".
*Em alternativa: Presunção e água benta ...
*Em alternativa: Presunção e água benta ...
4 comentários:
É tudo tão triste ... E a maior tristeza é que a reeleição sequer vai ser difícil, segundo dizem. A mim ainda me custa a acreditar...
Realmente, é triste.Muito triste mesmo, MDSOL.
Caro Francisco Clamote,
Fiz link para "A Carta a Garcia".
Obrigado,
OC
Muito mais havia para dizer - mas digo esta - não espetou um "prego" em Alqueva durante 10 anos, os mesmos, que esteve á frente do governo - os Alentejanos ate diziam - que o "algarvio" queria mata-los á sede.
Tomei a liberdade de trancrever o seu texto
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