"A minha infinita simpatia pelo ministro Álvaro resulta de ele ser um azarado. Dir-se-ia que todas as forças do Universo se conjugam obstinadamente contra ele. Estivessem atentos os nossos autores de BD e já teríamos um Gaston Lagaffe à portuguesa.
O seu primeiro azar (conhecido) foi alguém ter dito a Passos Coelho quando este se preparava para formar Governo: "E se convidássemos para ministro da Economia aquele 'blogger' que faz uns "posts" muito giros e até escreveu um romance às cores?". O segundo foi ter aceitado o convite.
Daí para cá têm sido só azares, desastres e coincidências infelizes, do "cluster" dos pastéis de nata àquele seu secretário de Estado que julgava que o memorando da "troika" era para cumprir ou à feliz ideia do comboio de bitola europeia de Sines até França (é preciso ter azar: a Espanha tem bitola ibérica e o animoso comboio teria que levantar voo em Badajoz e só voltar a aterrar para lá dos Pirenéus). Até a "semper fidelis" UGT ameaçou há dias rasgar-lhe a sua obra do regime, desta vez um romance a preto e branco, dito Acordo de Concertação Social!
Agora que vivazmente se preparava para argumentar com a média europeia para reduzir ainda mais o valor das indemnizações por despedimento, veio o Eurostat lembrar-lhe que os custos do trabalho em Portugal já vão em menos de metade da média europeia e nem assim os seus queridos empresários são mais "competitivos". Eu ia à bruxa."
(Manuel António Pina; Álvaro "Lagaffe", in JN
(O Álvaro é, de facto, um "azarado" com aspas, mas, sobretudo um pateta sem aspas. Por isso, o maior azar é o nosso por tê-lo como ministro, embora não seja caso único. Muito longe disso, a começar no 1º)
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