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O que Cavaco repetiu foi boa parte dos argumentos que, ao longo de várias sessões legislativas, José Sócrates elencou em inúmeras intervenções, dentro e fora da Assembleia da República. Porque as razões do orgulho português, tal como o PR as apresentou hoje, 25 de abril de 2012, são em grande medida as bandeiras do Governo anterior: o salto que o país deu na ciência, na investigação e desenvolvimento, na cultura, nas artes plásticas, nas indústrias criativas, na inovação em setores tradicionais, no investimento em infraestruturas e em energias alternativas. Até no plano político-diplomático Cavaco se recorreu da herança dos governos socialistas, ao louvar o Tratado de Lisboa e a eleição de Portugal para o Conselho de Segurança da ONU.
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Foram inúmeras as vezes que Sócrates, nos debates quinzenais (para nos ficarmos apenas pelo palco parlamentar) invocou estas bandeiras e citou dados como aqueles que Cavaco diz serem hoje razões de sobra para a melhoria da imagem de Portugal no estrangeiro: quadriplicou o número de diplomados, tivemos "um dos maiores crescimentos da Europa" em novos doutorados e a "segunda maior taxa de crescimento da produção científica de todos os países da UE", temos "centros científicos e tecnológicos de nível internacional", duplicámos o investimento em investigação e desenvolvimento, somamos triunfos na cultura - artes plásticas, moda, cinema, arquitetura...
Foram inúmeras as vezes que Sócrates, nos debates quinzenais (para nos ficarmos apenas pelo palco parlamentar) invocou estas bandeiras e citou dados como aqueles que Cavaco diz serem hoje razões de sobra para a melhoria da imagem de Portugal no estrangeiro: quadriplicou o número de diplomados, tivemos "um dos maiores crescimentos da Europa" em novos doutorados e a "segunda maior taxa de crescimento da produção científica de todos os países da UE", temos "centros científicos e tecnológicos de nível internacional", duplicámos o investimento em investigação e desenvolvimento, somamos triunfos na cultura - artes plásticas, moda, cinema, arquitetura...
Tudo referindo-se ao horizonte temporal da última década - a mesma a que se convencionou chamar a "década perdida". Tudo setores de que Sócrates fez bandeira. Tudo áreas que os Governos de Cavaco são acusados de terem desprezado.
Com o seu discurso, Cavaco reabilitou uma parte da herança de José Sócrates. Nem de propósito, enquanto o PR falava, um deputado socialista comentava para o colega do lado: "No fim disto, ele dá uma medalha ao Sócrates"."
(Filipe Santos Costa; "O discurso que Sócrates podia ter lido". Na íntegra aqui) (Negrito da minha responsabilidade)
(Título reeditado)
(Título reeditado)
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