segunda-feira, 10 de março de 2014

O "prefácio" em falta

"(...)
O livro da nossa desgraça - a nossa crise - deveria ter tido, sim, um prefácio sensato. Dizendo, em 2009, 2010 e 2011, isto: A) esta é uma crise global; e: B) e é também uma crise especificamente portuguesa, com erros e vícios que sucessivos governos portugueses aprofundaram; e: C) a situação é grave e aqueles que a causaram têm o dever nacional de se juntar para nos tirarem dela... Infelizmente, ninguém importante disse, então, esse prefácio. Ouviu-se, isso sim, demasiado, a negação de A). E, em vez de B), a demonização de um só governo. Isto é, impediu-se C)."

(Ferreira Fernandes; "Prefaciar depois do leite derramado". Na íntegra: aqui)

3 comentários:

Majo disse...

~
~ Será um prefácio ou epitáfio?!

~ Mais uma prova do supremo cinismo desta sorridente criatura, que fala como se estivesse completamente isento de responsabilidades!

~ Mas ele tem jeito para maus presságios. Lembro-me bem, como ele prenúnciou o descalabro total, quando Guterres o foi substituir no governo.

~ Será que alguém o leva a sério?!

Francisco Clamote disse...

Diz cinismo e diz muito bem, Majo. Infelizmente, sim, Majo, muita gente o leva a sério, até porque o cinismo não é facilmente detectável. Por alguma razão foi reeleito. Azar o nosso.

Anónimo disse...

Também gostei do posfacio aos Roteiros, escrito por 70 personalidades. PPC é tão desprovido de inteligência, que não percebeu que o manifesto apenas sublinha o que Cavaco diz nas entrelinhas no prefácio dos Roteiros: a dívida é impagável (porque nós nunca vamos crescer 4% ao ano)