terça-feira, 8 de abril de 2014

"O meu país"

Na definição de Alexandra Lucas Coelho (imagem infra), num discurso proferido por ocasião da entrega do prémio APE que lhe foi atribuído pelo Romance E a Noite Roda
Um discurso corajoso e belíssimo que vivamente se recomenda. Na íntegra: aqui
Enquanto sim e não, saboreie este pequeno extracto:
"O meu país não é do orgulhosamente só. Não sei o que seja amar a pátria. Sei que amar Portugal é voltar do mundo e descer ao Alentejo, com o prazer de poder estar ali porque se quer. Amar Portugal é estar em Portugal porque se quer. Poder estar em Portugal apesar de o Governo nos mandar embora. Contrariar quem nos manda embora como se fosse senhor da casa.
Eu gostava de dizer ao actual Presidente da República, aqui representado hoje, que este país não é seu, nem do Governo do seu partido. É do arquitecto Álvaro Siza, do cientista Sobrinho Simões, do ensaísta Eugénio Lisboa, de todas as vozes que me foram chegando, ao longo destes anos no Brasil, dando conta do pesadelo que o Governo de Portugal se tornou: Siza dizendo que há a sensação de viver de novo em ditadura, Sobrinho Simões dizendo que este Governo rebentou com tudo o que fora construído na investigação, Eugénio Lisboa, aos 82 anos, falando da “total anestesia das antenas sociais ou simplesmente humanas, que caracterizam aqueles grandes políticos e estadistas que a História não confina a míseras notas de pé de página”".
Alexandra Lucas Coelho

2 comentários:

Majo disse...

~
~ ~ Excelente discurso, Francisco.
~ ~ Desejo-lhe a continuação de uma eloquêncla perspicaz
e um futuro brilhante. ~ ~

Francisco Clamote disse...

Assegurado está, Majo, o futuro brilhante da Alexandra. O presente assim o garante.